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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

AS CATÁSTROFES DA NATUREZA

AS CATÁSTROFES DA NATUREZA

Vamos mostrar aqui como as assim chamadas catástrofes da natureza têm aumentado sistematicamente nos últimos tempos, tanto em quantidade como em intensidade.
Apesar de este acúmulo de catástrofes ser um dos mais exortadores sinais do Juízo Final, muitas pessoas reagem a isso com um indiferente encolher de ombros, como se o assunto não lhes dissesse respeito. "Ora, catástrofes sempre ocorreram! Apenas continuam ainda ocorrendo agora!", dizem.
O que elas não percebem (ou não querem perceber) é que essas catástrofes ocorrem com uma freqüência cada vez maior. Terremotos, furacões, erupções e inundações se superpõem continuamente no mundo todo, com uma freqüência e intensidade cada vez maiores.
Há também aquelas pessoas que tranqüilizadoramente asseguram que isso sempre foi assim. Explicam: "Tudo isso sempre aconteceu. A única diferença é que hoje em dia os meios de comunicação nos permitem acompanhar vários desses acontecimentos simultaneamente, e em séculos passados só se ficava sabendo deles meses depois de ocorridos…"
Não é verdade. Os dados estatísticos demonstram, de maneira inequívoca, que todos esses fenômenos da natureza vêm crescendo de maneira ininterrupta, conforme se verá a seguir. De acordo com a ONU, o número de catástrofes naturais no mundo vêm aumentando nos últimos trinta anos numa taxa média anual de 6%.
Alguns poucos já começaram a perceber esse acúmulo de sinais da natureza como aquilo que ele realmente é: algo que nunca havia ocorrido antes no planeta. Num artigo publicado na revista Isto É em fevereiro de 1995, o jornalista Peter Moon montou um mapa da Terra com a indicação das principais catástrofes que eclodiram nos últimos anos. O quadro mostrava ocorrências de terremotos, enchentes, erupções vulcânicas, ciclones, secas, incêndios, dava o número de mortos e de desabrigados, e ainda mencionava o buraco na camada de ozônio e o efeito estufa. O título da matéria: "Deu a louca no mundo. Nunca tantos desastres naturais mataram tanta gente em tão pouco tempo."
Num trecho da matéria, Peter Moon dizia: "Chuvas torrenciais paralisam São Paulo, a maior enchente do século submerge a Holanda e obriga 250 mil pessoas a abandonar suas casas, um terremoto mortífero se abate sobre o Japão, o efeito estufa eleva as temperaturas do planeta e o buraco na camada de ozônio aumenta sem parar. De alguns anos para cá, parece que as forças da natureza resolveram se revoltar contra o homem, incapaz de encontrar meios em sua civilização tecnológica para deter os caprichos da mãe Terra."
É realmente um alento encontrar um posicionamento desses, numa época em que cada palavra de alerta é imediatamente ridicularizada e posta de lado, como altamente inconveniente. É preciso, no entanto, dizer que esse número impressionante de catástrofes da natureza não são "caprichos da mãe Terra", e sim um dos efeitos terrenamente visíveis da última fase do Juízo Final. Aliás, cada vez mais visíveis, já que a intensidade é também cada vez maior e assim também suas conseqüências.
Estima-se que durante o ano de 1994, 10.150 pessoas tenham perecido em desastres naturais; em 1995 contabilizou-se cerca de 18 mil mortes pelo mesmo motivo. Há estimativas indicando que em 1996, apenas na China, as tragédias ocorridas nos primeiros seis meses do ano (terremotos, seca, inundações) acarretaram prejuízos de US$ 8,55 bilhões e atingiram de uma maneira ou de outra 200 milhões de pessoas... De acordo com a Organização dos Estados Americanos (OEA), de 1960 a 1994 os desastres naturais provocaram danos da ordem de US$ 9 bilhões em 16 países do Caribe, afetando diretamente 9,3 milhões de pessoas, quase a metade do total da população nesta região em 1990 (20,5 milhões de habitantes); morreram 14.817 pessoas no período.
Vamos, pois, examinar, à luz dos dados estatísticos existentes, o aumento das catástrofes da natureza nos últimos tempos

Erupções



Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".

Estima-se que existam atualmente 1.500 vulcões ativos no mundo, 550 em terra e o restante no oceano. Algumas regiões do planeta estão sendo monitoradas continuamente em relação à atividade vulcânica, como o Alasca, a Islândia, a Indonésia, o Equador, o Japão, a Itália e, mais recentemente, o México. Na Itália há cinco vulcões "preocupantes"; no Japão, oitenta e seis... E o número de erupções no mundo vem aumentando já há tempos.
A título de ilustração, observe-se o gráfico abaixo (extraído da página Volcano), que mostra o registro de erupções conhecidas do vulcão Merapi, na Indonésia, ao longo dos últimos séculos, até o ano de 1997:




As maiores erupções mundiais registradas no século XX ocorreram a partir de 1970, o que demonstra a extraordinária atividade vulcânica no planeta neste final de século. Estima-se que durante a década de 80 pelo menos 450 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas em razão de atividades vulcânicas.
Na década de 70 houve 21 grandes erupções vulcânicas registradas. Já na década de 80 ocorreram 36 erupções desse porte. Apenas nos primeiros cinco anos da década de 90 (1990 a 1994), houve nada menos que 55 grandes erupções vulcânicas. Algumas erupções registradas no nosso século causaram espanto pela súbita entrada em atividade de vulcões "adormecidos" há décadas ou séculos, e também pela inusitada violência das explosões e conseqüências advindas:
• Depois de mais de 175 anos de inatividade, o monte St. Helens, na região sudeste do Estado americano de Washington, entrou repentinamente em atividade na manhã do dia 18 de maio de 1980. Foi a maior erupção da história dos Estados Unidos. O estrondo foi ouvido e sentido num raio de 300 quilômetros. A força da explosão atirou a mais de 10 quilômetros de altura uma massa compacta de rocha e espalhou cinzas pela área de seis Estados americanos e três Províncias canadenses, deixando em algumas localidades uma camada de quase um metro. A erupção escureceu o céu em grande parte do Estado de Washington, tendo sido considerada equivalente à mais potente detonação nuclear já feita. Pelo menos 57 pessoas morreram, além de aproximadamente 7 mil animais de grande porte. Até então, em toda a história americana, apenas duas pessoas haviam perdido a vida em decorrência de erupções vulcânicas.
• A erupção do vulcão mexicano El Chicón, em 1982, foi tão intensa, que envolveu todo o planeta numa ampla camada de ácido sulfúrico e hidroclórico.
• Em 1983, o vulcão Kilauea (Havaí) entrou em erupção, e até fins de 1997 permanecia nesta situação.
• Em 1985, a erupção do Nevado del Ruiz, na Colômbia, matou pelo menos 25 mil pessoas.
• A erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, ocorrida em junho de 1991 depois de mais de 600 anos de inatividade, foi considerada a segunda maior erupção vulcânica do século, acarretando a morte de aproximadamente 800 pessoas. O material lançado na atmosfera circundou o globo em três semanas e cobriu 42% do planeta dois meses depois da erupção. O inverno extremamente rigoroso da Nova Zelândia em 1992, os violentos ciclones daquele ano (como o Andrew e o Iniki), assim como as chuvas torrenciais que alagaram o meio-oeste dos Estados Unidos em 1993, foram atribuídos aos efeitos atmosféricos ocasionados pelo Pinatubo. Em julho de 1995, chuvas torrenciais transformaram em rios de lama as cinzas e as rochas depositadas na encosta do vulcão durante a erupção de 1991; cerca de 7.800 pessoas tiveram de fugir da lama, que invadiu várias localidades com uma altura de até três metros e cobriu pelo menos 266 casas.
• Também em julho de 1995, um vulcão das montanhas Soufrière, na ilha de Montserrat, acordou violentamente depois de 400 anos sem dar sinal de vida. Cerca de 6 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. Desde aquela época o vulcão permanece em atividade.
• Em outubro de 1996, um vulcão inativo há 70 anos na Rússia entrou em atividade, ao mesmo tempo em que na Islândia um vulcão entrou em erupção sob uma capa de gelo de cerca de mil metros de espessura, provocando uma enchente de água e enxofre e formando uma espessa nuvem escura sobre o país.
• Em 1997, o vulcão Popocatépetl, no México, teve a maior erupção dos últimos 72 anos, lançando fumaça e cinzas a 13 quilômetros de altura.
• Em fins de 1997, geólogos descobriram que um vulcão próximo de Roma, extinto há dois mil anos, estava despertando. Uma enorme bolha de magma formara-se a 5km da superfície. De acordo com uma matéria publicada no jornal Sunday Times, estava-se observando nos últimos anos um recrudescimento da atividade vulcânica em toda a Europa...
Alguns especialistas sustentam que as últimas grandes erupções vulcânicas tiveram um impacto significativo nas temperaturas das superfícies do mar e da terra, na pressão atmosférica e nos índices de precipitações pluviométricas. Em dezembro de 1997, cientistas britânicos publicaram um estudo sustentando que a mudança no nível dos mares causada pelo aquecimento global poderia provocar a erupção de centenas de vulcões novos ou inativos. A equipe notou que 90% dos vulcões ficam perto do mar ou são por ele rodeados. O aumento do nível da água corrói a lava e enfraquece as rochas, fazendo com que a montanha não possa suportar a pressão interna do magma e acabe explodindo. Esta teria sido a causa, segundo os cientistas, de um vulcão chamado Pavlov ter entrado em atividade.
Também há estudos que procuram estabelecer uma correlação entre o deslocamento dos pólos magnéticos e as explosões solares com a freqüência das erupções vulcânicas. Os pólos magnéticos da Terra deslocam-se continuamente em torno dos pólos geográficos, os quais tampouco são estáticos. No período compreendido de 1850 a 1950, os pólos magnéticos deslocaram-se em média duas milhas por ano. A partir de 1950 — época do recrudescimento da atividade vulcânica — o pólo norte magnético se deslocou mais de 200 milhas, com um aumento de 400% de declinação. O Dr. R. B. Stother, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, fez uma pesquisa em mais de 55 mil explosões solares catalogadas desde 1500, e encontrou uma relação entre os limites inferiores do ciclo solar e as erupções vulcânicas na Terra. Segundo o que foi divulgado, há 97% de chance de que esta correlação não seja uma simples casualidade.
Assim como com os terremotos, as erupções vulcânicas também têm um índice que mede sua intensidade. É o Índice de Explosão Vulcânica (VEI). A tabela abaixo descreve as características dos oito estágios existentes:




VEI Descrição Altura da fumaça Freqüência
0 não-explosivo < 100 m diária 1 suave 100 - 1000 m diária 2 explosivo 1 - 5 km semanal 3 severo 3 - 15 km anual 4 cataclísmico 10 - 25 km um em10 anos 5 paroxísmico > 25 km um em 100 anos
6 colossal > 25 km um em 100 anos
7 super-colossal > 25 km um em 1.000 anos
8 mega-colossal > 25 km um em 10.000 anos
Durante o século XX (até 1991) foram registradas cinco erupções com VEI 5 e duas com VEI 6, ultrapassando de muito as expectativas de ocorrência do fenômeno.
O gráfico abaixo, à esquerda, mostra o número das erupções mais mortíferas conhecidas, abrangendo apenas aquelas que causaram mais de 500 mortes; observe-se o recrudescimento desse tipo de erupção no século XX. O gráfico da direita indica o número de mortes ocasionadas por essas erupções em cada século:









O elevado número de mortos registrados no século XIX deve-se basicamente a duas erupções: a de Tambora, Indonésia, em 1815, que acarretou 92 mil mortes, e a famosa erupção de Krakatoa, também na Indonésia, em 1883, que matou mais de 36 mil pessoas.
Uma visão conjunta das notícias sobre erupções vulcânicas, obtidas apenas em um intervalo aleatório de tempo, como amostragem, fornece uma idéia do incremento desse tipo de fenômeno em várias regiões do globo. Os dados apresentados a seguir referem-se apenas ao 2º semestre do ano de 19951. Em todos eles, os habitantes da localidade foram atingidos de uma ou de outra forma:
• Em 31 de julho, o vulcão Nevado del Ruiz, na Colômbia, voltou inesperadamente à atividade. Os comitês de emergência declararam alerta ante o aumento dos fenômenos registrados no vulcão, que se situavam entre sete e dez movimentos por hora.
• Em 15 de agosto, os especialistas detectaram uma "inusitada e repentina atividade" do vulcão Cerro Negro, na Nicarágua, e avisaram a população para se manter afastada das proximidades. Em fins de novembro o vulcão entrou em erupção, provocando a retirada de 3.500 pessoas das localidades próximas. Os fluxos de lava podiam ser vistos a quase dois quilômetros de distância, e sobre o vulcão subiu uma nuvem branca e cinza de mais de 4 mil metros de altura.
• Em 27 de setembro, o vulcão Ruapehu, na Nova Zelândia, entrou em erupção. Durante quatro dias rochas incandescentes, lava e vapor d'água foram arremessados a até 3 mil metros de altura. A erupção foi a mais forte dos últimos 50 anos e provocou a suspensão dos vôos, interdição de estradas e corrida aos supermercados2.
• Em 10 de dezembro, mais de 200 pessoas tiveram de se refugiar em albergues, em razão do aumento das erupções de gás, cinzas e pedras do vulcão Rincón de La Vieja, na Costa Rica.
Além dos casos mencionados acima, houve ainda erupções ou atividades vulcânicas de grande porte em várias partes do mundo no ano de 1995, as quais, todavia, não mereceram maior interesse da imprensa, provavelmente porque não foram palco de grandes danos materiais ou mortes. O mesmo panorama se repetiu nos anos de 1996 e 1997.
Inundações




Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".

As inundações aumentam continuamente em todos os países da Terra. A cada ano elas surgem com ímpeto redobrado, acarretando a destruição de cidades e vilas, perdas agrícolas, doenças e mortes.
De acordo com dados do World Almanac, em todo o século XIX foram registradas três grandes inundações, onde pereceram cerca de 938 mil pessoas. No século XX, até agosto de 1996, haviam ocorrido 82 grandes inundações em diversos pontos do globo, as quais mataram aproximadamente 4 milhões e 72 mil pessoas. Um exemplo localizado é o rio Mississipi, nos Estados Unidos, que ocasionou apenas uma grande inundação em todo o século passado (em 1844); no nosso século, esse mesmo rio já provocou oito grandes inundações (até 1993). A tabela a seguir mostra o número de grandes inundações por década no século XX1.
GRANDES INUNDAÇÕES NO MUNDO
Década Número de Inundações
1900 a 1909 2
1910 a 1919 3
1920 a 1929 2
1930 a 1939 3
1940 a 1949 2
1950 a 1959 6
1960 a 1969 16
1970 a 1979 18
1980 a 1989 15
1990 a 1996 26
Observe-se o extraordinário aumento do número dessas inundações nas últimas décadas do nosso século. Nos primeiros 40 anos (1900 a 1939) houve 10 grandes inundações. Nos 40 anos seguintes (de 1940 a 1979) houve 41 grandes inundações. Se plotarmos os dados da tabela acima num gráfico de barras, teremos uma visão clara da mudança de patamar do número de inundações por década:,




Na primeira metade do século, o número de grandes inundações por década oscilou entre 2 e 3. Na década de 50 houve um salto para 6 inundações. Já nas décadas de 60, 70 e 80 o número de inundações variou entre 15 e 18. Em média, o número de grandes inundações nos últimos anos cresceu mais de 6 vezes em relação aos anos do começo do século. Na década de 90 ocorreram 26 grandes inundações até agosto de 1996.
Esse aumento tão significativo é uma decorrência da intensificação dos efeitos do Juízo Final, que força tudo a se movimentar cada vez mais aceleradamente, abrangendo também, naturalmente, os fenômenos da natureza. Um exemplo: de acordo com o relatório Word Disasters Report, da Cruz Vermelha Internacional, a partir de 1979 a Jamaica passou a sofrer inundações a cada 1,5 ano em média, afetando diretamente mais de 420 mil habitantes. A inundação de 1979 criou um lago de 600 acres com 27 m de profundidade na região de Newmarket...
A figura abaixo mostra as áreas onde ocorreram as maiores inundações no mundo no ano de 1997:



Evidentemente, o critério para se qualificar uma inundação de "grande" é subjetivo. Porém, podemos convencionar que uma inundação foi um fenômeno de vulto caso tenha sido noticiada nos jornais, em razão dos danos e mortes acarretadas. De qualquer forma, muitas das inundações noticiadas são bem mais do que um fenômeno de vulto, como veremos a seguir:
• Em agosto de 1950, 489 pessoas morreram afogadas e 10 milhões ficaram desabrigadas em decorrência do transbordamento dos rios Hwai e Yang Tse, na China; cerca de 890 mil habitações foram destruídas e mais de dois milhões de hectares de terras cultivadas ficaram alagados.
• Em setembro de 1978, 1.300 pessoas morreram afogadas em Bengala em conseqüências de inundações, e 15 milhões, do total de 40 milhões de habitantes do país, ficaram desabrigados.
• As enchentes que se abateram sobre a China em julho de 1994 atingiram 13 de suas 30 províncias, afetando de uma maneira ou de outra 134 milhões de pessoas, muitas das quais ainda não se haviam recuperado das enchentes de 1991. Cerca de 83 mil chineses perderam tudo que possuíam.
• Em 1995 as inundações voltaram a castigar a China, desta vez com ímpeto redobrado. De 15 de maio a 30 de junho o país experimentou as seis maiores tempestades já registradas em seu território, as quais afetaram 22 de suas províncias. A precipitação média no período foi de 700 mm, com um nível recorde de 1.720 mm. Numa determinada região choveu 340 mm em quatro horas... As inundações em uma das províncias foram as piores desde 1888. Nas oito províncias mais afetadas morreram 1.450 pessoas, cerca de dois milhões de casas foram destruídas, outras 6,5 milhões sofreram danos e 7,5 milhões de hectares de terras agrícolas foram destruídos. Em julho havia duas mil aldeias submersas.
• Ainda em 1995, na Coréia do Norte, as chuvas torrenciais que caíram entre os meses de julho e setembro – as mais intensa em décadas – transformaram as terras aráveis do país em campos de lama e detritos, destruíram 19 mil casas, 4 mil pontes e mataram meio milhão de animais, dando início a um período de fome que iria matar centenas de milhares de coreanos nos anos seguintes (uma estimativa de 1998 falava em dois milhões de mortos).
• Em 1996, segundo dados oficiais, as inundações chinesas mataram 3.048 pessoas e feriram 363.800, repetindo-se as cenas de destruição dos anos anteriores, porém em escala aumentada. Em 2 de julho, o rio Yang-Tse estava 33,18 metros acima do nível normal, correspondendo a 4,68 metros acima do "nível de perigo". Centenas de vilas e cidades ficaram submersas. Só na província de Hunan registrou-se 12 mil pontes derrubadas, 8 mil km de linhas de transmissão e 5 mil km de linhas telefônicas destruídas, 130 mil hectares de terra cultivada submersos e cerca de 1,5 milhão de casas arrasadas. Segundo o Word Disaters Report, a duração das chuvas, a área inundada e a magnitude dos danos fizeram de 1996 o pior ano de inundações em toda a história da China. O ano trouxe ainda as piores enchentes em Sumatra desde 1950, na África do Sul desde 1938, no noroeste dos Estados Unidos desde 1930, na Romênia desde 1925 e em Jacarta desde 1920.
• Em fevereiro de 1997, dois povoados do Peru desapareceram sob uma capa de lodo, em conseqüência de um gigantesco deslizamento de terra provocado por chuvas torrenciais, sepultando de uma só vez aproximadamente 300 pessoas. Naquele mês, Portugal e Espanha experimentaram as chuvas mais fortes já registradas em todos os tempos, enquanto que o Vietnan era atingido pela pior tempestade desde 1904. Em julho, o sul da Polônia ficou submerso; especialistas da Universidade de Wroclaw afirmaram que desde a Idade Média não ocorriam inundações daquele tipo no país. Em agosto, no Paquistão, 140 pessoas morreram na pior inundação dos últimos cem anos. No final do ano, a Somália contabilizava perto de duas mil mortes e 800 mil desabrigados, em decorrência de inundações sem precedentes no país. O ano de 1997 foi também o mais chuvoso em Hong Kong desde 1884.
Há também casos que deveriam chamar a atenção pela ocorrência de aspectos absolutamente inusitados:
Em junho de 1995, na Argélia, numa região central do deserto do Saara, um oásis transbordou depois de um temporal e matou três pessoas… Em agosto de 1996, na Espanha, uma hora de tempestade fez um riacho normalmente seco transbordar e destruir um camping, deixando um saldo de 76 mortos, 183 feridos e mais de cem desaparecidos. A região do camping recebeu mais de 100 litros de água por metro quadrado; todos os carros, barracas e trailers foram arrastados por até um quilômetro, e alguns corpos foram levados pela correnteza a 15 quilômetros do local da tragédia. O depoimento de um sobrevivente dá uma dimensão aproximada do que aconteceu: "Tudo aconteceu em um instante, não consigo explicar, foi como uma onda gigante levando tudo. (...) Foi uma questão de segundos. A rua principal do camping se tornou um rio, com um ou dois metros de lama..." Em outubro de 1997, 12 pessoas morreram em decorrência de uma tempestade ocorrida em Israel... no deserto de Neguev! Em fevereiro de 1998, uma tempestade com ventos de 100 km/h atingiu a Líbia, o Egito (30 casas destruídas e cinco mortos), Jordânia, Israel e Síria; um detalhe: foi uma tempestade de areia.
As inundações aqui mencionadas são aquelas decorrentes de chuvas torrenciais, associadas ou não a ciclones. Mas há também inundações provocadas por maremotos, os quais geram ondas gigantescas, chamadas "tsunamis", que podem chegar a mais de 30 metros de altura quando atingem a costa de um país. Poder-se-ia dizer que é uma "inundação rápida", porém extremamente destrutiva. O tsunami que atingiu o Japão em julho de 1993, por exemplo, causou 120 mortes. Esse tipo de onda marítima gigantesca pode também atingir um país que não tenha sequer sentido os efeitos do maremoto que a originou. O tsunami que atingiu o Havaí em 1946, varrendo casas e pessoas para o mar, originou-se de tremores submarinos ocorridos cinco horas antes nas Aleutas, a 3.700 quilômetros de distância.
Pessoas que possuem um carma semelhante podem ser atingidas pelos efeitos do Juízo Final de modo coletivo, na forma que elas mesmas prepararam para si. As Leis da natureza se encarregam de fornecer, automática e infalivelmente, a forma prevista para o acontecimento.
Um outro aspecto interessante, que deveria chamar a atenção das pessoas para essa aceleração contínua de catástrofes da natureza, é que grande parte delas constituem "recordes" de acontecimentos já registrados anteriormente. Isso mostra, como já mencionado, que essas catástrofes aumentam não somente em quantidade, mas também em intensidade. Veremos que essa característica de "recordes" continuamente batidos se repete também em vários outros fenômenos, naturais ou não, que atingem a humanidade em nossa época.
A seguir, reproduz-se alguns trechos de notícias não muito espaçadas no tempo, que também atestam este fato:
• "Itália: ainda há regiões isoladas pela pior tempestade do país desde 1913 e total de mortes pode passar de cem." (Folha de S. Paulo - 8.11.94)
• "Na Alemanha, o rio Reno começou a baixar. Ele atingiu 11 metros, nível mais alto desde 1926, inundando Colônia. (…) A Holanda espera que os diques dos rios Waal e Meuse resistam à ascensão das águas, que ameaçam provocar a pior enchente no país em quatro décadas." (Folha de S. Paulo - 2.2.95) Ainda na mesma época (fevereiro de 1995), extensas regiões dos Estados Unidos foram inundadas, também numa das "piores enchentes do século". (Obs.: A inundação que atingiu a Alemanha se estendeu também para a Inglaterra e a França. A Holanda, que teve 250 mil desabrigados, ficou na iminência de ser tragada pelas águas. A situação aflitiva da Holanda deve ter feito pensar alguns holandeses, que se orgulham de um lema de seu país que certamente não pode ser superado em presunção e arrogância: "Deus fez o mundo, e os holandeses fizeram a Holanda"…)
A lista de recordes continuou ao longo de 1995:
• Noruega debaixo d'água: maior enchente dos últimos 125 anos." (Jornal Nacional - 5.6.95)
• "Especialistas disseram que a enchente [na China] pode se tornar a maior do século no país." (Folha de S. Paulo - 8.7.95)
• "Piores inundações dos últimos cinco anos [na Coréia do Sul]." (O Estado de S. Paulo - 27.8.95)
• "(…) Os barcos viraram o principal meio de transporte depois da enchente. A tempestade que caiu na cidade [Port St. Lucie - EUA] foi considerada a mais violenta de que se tem notícia." (O Estado de S. Paulo - 20.10.95)
• "Acumulado de chuva do mês de outubro bate recorde de 55 anos [em Santos]." (O Estado de S. Paulo - 31.10.95)
• "As chuvas estão entre as piores do país, segundo meteorologistas do Cairo." (Folha de S. Paulo - 3.11.95)
• "A tempestade é a mais violenta dos últimos 55 anos [na Turquia]." (O Estado de S. Paulo - 6.11.95)
Em 1996 os recordes continuaram a ser batidos:
• "O Estado mais atingido foi a Pensilvânia [nos Estados Unidos], onde 150 mil pessoas tiveram de deixar suas casas por causa da enchente." (Folha de São Paulo 22.1.96)
• "(…) Foi a pior enchente no Oregon [nos Estados Unidos] nos últimos 32 anos." (Folha de São Paulo - 9.2.96)
• "O maior temporal registrado no Estado [Rio de Janeiro] nos últimos 25 anos já provocou 66 mortes." (O Estado de S. Paulo - 16.2.96)
• "As chuvas da semana passada no Rio foram as piores dos últimos 70 anos." (Veja - 21.2.96)
• "Em menos de quatro horas, chuvas torrenciais transformaram a cidade de Versilia [na Itália], num amontoado de lodo que arrastou pelo menos 27 pessoas e até ontem causou a morte de 11. (…) A população não foi advertida sobre o dilúvio que estava prestes a cair: 475 litros por metro quadrado." (O Estado de S. Paulo - 21.6.96)
• "Há 2 milhões de desabrigados, 810 mil casas ruíram e 2,8 milhões sofreram danos [na China]" (O Estado de S. Paulo - 20.7.96)
• "Chuvas torrenciais continuam atingindo vários países da Ásia e causando milhares de mortes. (…) Sobem para 1.600 as vítimas das chuvas este mês, no centro e no sul do país [na China]" (O Estado de S. Paulo - 29.7.96)
• "As enchentes atingiram 890 mil pessoas em 974 localidades [na China]. (…) Segundo as autoridades da região de Longyan, é a pior enchente dos últimos 500 anos." (Folha de São Paulo - 12.8.96)
• "Inundação mata 200 e deixa pelo menos 70 mil desabrigados [na China]." (Folha de São Paulo - 22.10.96)
• "Rios transbordaram, estradas ficaram intransitáveis e os campos alagados [na Espanha]. (…) As inundações forçaram 2.200 moradores a deixar suas casas." (O Estado de S. Paulo - 23 e 25.12.96)
• "Tempestade mata 162 na Malásia. (…) Foi um dos piores desastres naturais que já atingiram a região." (Folha de São Paulo - 27 e 30.12.96)
Obs.: Ao final do ano de 1996 haviam sido registradas 84 inundações de vulto em todo o mundo, que acarretaram danos significativos e/ou mortes.
O ano de 1997 seguiu na mesma linha:
• "As inundações que mantêm há mais de uma semana vastas regiões dos Estados Unidos debaixo d’água atingiram ontem o norte da Califórnia. O Estado havia conseguido escapar quase sem dano das chuvas e do frio, considerados os piores dos últimos 40 anos." (O Estado de S. Paulo - 3.1.97)
• "A cheia, segundo o prefeito de Iporanga [São Paulo] é a maior do século, superando a de 1937. (…) Em Ribeira, o nível do rio subiu 14 metros e arrasou a cidade." (O Estado de S. Paulo - 24.1.97)
• "O rio Vermelho, que banha os Estados Unidos e Canadá, provoca a pior enchente dos últimos 145 anos" (O Estado de S. Paulo - 2.5.97)
• "O oeste do Pará [Brasil] registra a maior enchente em 30 anos. (...) O rio Amazonas já subiu 8,2m, superando todos os registros das últimas décadas." (O Estado de S. Paulo - 8.5.97)
• "Em Santiago [Chile], as chuvas de ontem superaram o volume pluviométrico de um ano inteiro." (Folha de São Paulo - 23.6.97)
• "Após a pior seca do século, no ano passado, o Chile está sofrendo uma das maiores tempestades de chuva e neve dos últimos cem anos. (...) A maior parte do território chileno foi declarada zona de catástrofe. Está chovendo onde quase nunca chove, como no deserto de Atacama, no norte do país." (O Estado de S. Paulo - 25.6.97)
• "Na Alemanha, perto da fronteira da Polônia, o rio Oder atingiu seu nível mais alto em 50 anos." (Folha de S. Paulo - 21.7.97)
• "Situação é crítica na Polônia, República Tcheca, Alemanha e Áustria, afetando 1.107 povoações. (...) Pelo menos 97 pessoas morreram, 2.500 estão feridas e mais de 10 mil perderam suas casas." (O Estado de S. Paulo - 21.7.97)
• "O governador de Brandemburg, Manfred Stolpe, classificou a enchente como um 'desastre de proporções sem precedentes'." (O Estado de S. Paulo - 24 e 26.7.97)
• "O rio Oder rompeu dois grandes diques (de mais de 250 anos) que continham suas águas, inundando duas vilas. (...) Segundo Stolpe, as enchentes são as piores dos últimos mil anos. " (Folha de São Paulo - 26.7.97)
• "As piores inundações em décadas em Myanmar mataram pelo menos 13 pessoas e afetaram mais de 360 mil." (CNN - 4.10.97)
• "Violentas tempestades na Península Ibérica provocaram a morte de pelo menos 32 pessoas ontem. (...) A água chegou a 3 metros de altura na povoação espanhola de Valverde." (O Estado de S. Paulo - 7.11.97)
• "Até a tarde de ontem, 126 prefeituras [Rio Grande do Sul - Brasil] haviam decretado situação de emergência por causa de cheias, temporais ou granizo. (O Estado de S. Paulo - 4.11.97)
• "Os maiores alagamentos dos últimos 40 anos atingiram partes da Etiópia, Quênia e Somália." (Folha de São Paulo - 5.11.97)
• "Desabrigados na África chegam a 800 mil. (...) Número de mortos aproxima-se de 2 mil." (O Estado de S. Paulo - 11 e 19.11.97)
• "No ano passado, Veneza também passou as festas de Natal atingida por graves inundações, pela segunda vez neste século, em conseqüência de chuvas torrenciais e das marés altas." (O Estado de S. Paulo - 22.12.97)
Se o leitor observar as notícias sobre inundações veiculadas pelos jornais, verificará que muitos outros "recordes" continuam a ser batidos continuamente. No início de 1998 algumas regiões do Canadá foram atingidas por grandes inundações. No mês de abril, havia na Argentina 5 milhões de hectares de terras sob as águas, conseqüência do que o presidente Menen chamou "das piores chuvas da história"; pelo menos 4 pessoas morreram, 4 mil foram obrigadas a se retirar das áreas atingidas e 50 mil ficaram isoladas; um economista previu que os prejuízos chegariam a 25% do PIB do país.


Terremotos
Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".

O aumento do número e da intensidade dos terremotos nos últimos anos deveria servir para sacudir também o íntimo dos seres humanos, para que se libertassem ainda em tempo de sua inércia espiritual.
Não passa um mês sem que tomemos conhecimento de algum terremoto significativo. E isso porque os tremores menores, que também causam extensos danos e muita apreensão, não são sequer noticiados.
Estima-se que ocorram a cada ano cerca de 500 mil tremores em todo o globo, havendo quem fale até de um milhão de sismos, dos quais 100 mil são percebidos pelas pessoas com seus próprios sentidos e pelo menos mil causam danos. A Terra está tremendo sem parar, o que nada de bom significa para os seres humanos. Um retrato disso pode ser visto na figura abaixo, montada pelos pesquisadores russos Denis Mischin e Alex Chulkov, que mostra os terremotos com magnitude superior a 4 graus na Escala Richter que sacudiram o planeta de janeiro de 1989 a setembro de 1997 (a cor indica a profundidade do epicentro).



No Japão já se registrou, num único fim de semana, uma cadeia de mais de 200 terremotos de intensidade leve e moderada. Conquanto muitos japoneses considerem isso como uma característica "normal" de seu país, todos esses sismos e também a movimentação dos 86 vulcões ativos do país são na verdade prenúncios de uma catástrofe gigantesca, a qual, ao contrário do que até mesmo pessoas sérias e realistas imaginam, não está reservada a um futuro longínquo. Não é sem razão que desde a década de 70 já se verificava que muitas aves migratórias evitavam o Japão…
Essa situação de grande insegurança já fora prevista há milênios para toda a humanidade. Na Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, existe uma câmara, ou sala, chamada Câmara do Rei, ou Sala das Nações, ou ainda Sala do Juízo. Esta sala apresenta um piso desigual, indicando a insegurança dos seres humanos na época do Juízo em relação ao próprio solo que pisam. A explicação original do significado do piso irregular é transmitida por Roselis von Sass em sua obra A Grande Pirâmide Revela seu Segredo:
"O piso desigual indica que na época do Juízo os seres humanos não mais terão sob os pés um solo liso e firme. A terra onde eles se locomovem não contém mais nenhuma segurança para eles. Não sabem o que o próximo passo lhes pode trazer."

Os dados estatísticos que analisaremos a seguir, não deixam margem a dúvidas quanto à veracidade destas palavras.
São considerados grandes terremotos aqueles de magnitude igual ou superior a 6 na escala Richter. Essa escala é logarítmica, por isso um terremoto de magnitude 7, por exemplo, é dez vezes mais forte que um terremoto de magnitude 6, e assim por diante. O terremoto de Kobe, no Japão, ocorrido em 17 de janeiro de 1995 e que foi considerado "o pior dos últimos 70 anos", apresentou uma magnitude de 7,2 graus na escala Richter.
Em todo o século XIX ocorreram 41 grandes terremotos, acarretando pouco mais de 350 mil mortes. No século XX, até maio de 1997, já haviam ocorrido 96 grandes terremotos, que provocaram a morte de mais de 2 milhões e 150 mil pessoas1 .
O gráfico abaixo mostra a ocorrência de grandes terremotos nos últimos 2 mil anos até 1997. Parte dos terremotos ocorridos nos séculos XVII e XVIII, e todos até o século XVI, foram considerados grandes em razão dos danos e mortes provocados.

O gráfico a seguir faz uma comparação por década entre os grandes terremotos ocorridos nos séculos XIX e XX:

Observa-se que com exceção da década de 50, todas as outras décadas do século XX tiveram maior número de grandes terremotos quando comparadas às atividades sísmicas no planeta de cem anos atrás.
Mesmo fazendo-se uso de outros critérios ou fontes, o aumento do número de terremotos em todo o mundo é um fato inquestionável. Uma pesquisadora americana, Sarah Davies, formulou as seguintes perguntas a um grupo de especialistas da área, através da Internet: "Está havendo um aumento na incidência de terremotos em todo o mundo neste século? Caso existam registros antigos, esse aumento tem-se verificado ao longo dos últimos 200 anos?"
Quem respondeu à questão de Sarah foi o vulcanologista Steve Mattox, da Universidade de North Dakota. Ele disse que seria melhor fazer uma análise da incidência apenas dos maiores terremotos já ocorridos, a fim de reduzir a dependência de observadores e do instrumental de medição. Segundo ele, na primeira metade do nosso século houve 15 terremotos desse tipo [de intensidade extrema], e na segunda metade haviam ocorrido até então 20 desses terremotos. Já em todo o século passado registraram-se apenas 7 terremotos extremos2 .O Dr. Steve conclui: "Baseando-se nessa rápida análise de uma única fonte de informação, parece que a freqüência de terremotos está aumentando. A grande questão é o porquê disso" [grifo meu].
Além da freqüência aumentada, verifica-se também um crescimento da intensidade dos terremotos, alguns deles tornando-se até momentaneamente famosos em razão da destruição e do número de mortes, como os da Guatemala (um milhão de desabrigados) e da China (750 mil mortos) em 1976, o do México em 1985 e o do Japão em 1995. Infelizmente, também essas grandes catástrofes acabam sendo esquecidas após um tempo maior ou menor, transformando-se em meras curiosidades históricas.
Em 31 de maio de 1970, por exemplo, houve uma catástrofe no Peru sem paralelo na história humana até o presente (abril de 1998), com a possível exceção talvez da destruição da cidade de Pompéia, no ano 79 d.C., soterrada pela erupção do Vesúvio.
Naquele dia, um sismo violentíssimo numa região costeira do país — que segundo estimativas teria atingido 9 graus na escala Richter (ou próximo disso) — aliado à ação de um fenômeno pouco conhecido na época, o efeito estufa, fez desabar o pico norte do nevado de Huascaran, na cordilheira dos Andes, situado a 14,5 km de um importante centro econômico: a cidade de Yungay.
Em menos de três minutos Yungay foi soterrada por uma massa de gelo e entulho deslocando-se à velocidade de 330 km/h. Estima-se que pelo menos 30 mil pessoas morreram, soterradas por uma camada de 27 milhões de metros cúbicos de entulho, com espessura variando de quatro a dez metros. A repercussão desse extraordinário acontecimento foi, porém, muito pequena; primeiro porque aconteceu num país do 3º mundo, mas principalmente porque naquele dia estava sendo aberta a copa mundial de futebol…
Vamos ver agora como se dá o aumento da incidência de terremotos em algumas partes do mundo. A tabela apresentada a seguir mostra os terremotos registrados neste século, até a década de 70, na região do Oriente Médio:
TERREMOTOS NO ORIENTE MÉDIO
Décadas do Século XX Número de terremotos por década
1900 a 1909 141
1910 a 1919 154
1920 a 1929 321
1930 a 1939 358
1940 a 1949 347
1950 a 1959 467
1960 a 1969 1.205
1970 a 1979 1.553
Nos primeiros quarenta anos do século (de 1900 a 1939), ocorreram 974 terremotos na região. Nos quarenta anos seguintes (de 1940 a 1979), ocorreram 3.572 terremotos, quase 4 vezes mais que no primeiro período. Nas décadas de 60 e 70 houve 2.758 terremotos, quase mil a mais que nos sessenta anos anteriores (1.788 terremotos).
A tabela anterior foi plotada no gráfico de barras mostrado a seguir, permitindo visualizar o crescimento do número de terremotos por década naquela região.

No Irã morreram cerca de 126 mil pessoas neste século (até fins de 1997) vítimas de terremotos. O maior deles (até agora), ocorrido em julho de 1990, deixou 40 mil mortos, 60 mil feridos e 500 mil desabrigados; as perdas materiais foram estimadas em US$ 7,2 bilhões.
Este terremoto deu origem a um filme iraniano intitulado "Vida e Nada Mais". Numa cena do filme, em meio àquela destruição total, uma personagem pergunta atônita: "Que crime esta nação cometeu contra Deus para merecer tamanho castigo?" É uma pergunta cuja resposta qualquer um que acompanha com atenção os acontecimentos da nossa época pode dar...
Na China existe uma estatística que registra os terremotos com magnitude igual ou superior a 6,5. Na primeira década do século XX houve 18 tremores deste tipo. Nas três décadas seguintes houve, respectivamente, 35, 33 e 34 desses terremotos no país.
No Japão, os terremotos com magnitude igual ou superior a 6 são mostrados na tabela a seguir, abrangendo o final do século passado e o começo do século XX. Observa-se claramente o crescimento contínuo do número de grandes terremotos já na passagem de um século para outro.
TERREMOTOS NO JAPÃO
Períodos de 10 anos Número de terremotos
1885 a 1894 69
1895 a 1904 127
1905 a 1914 149
1915 a 1924 229
Na América Latina houve três grandes terremotos nos vinte anos compreendidos entre 1926 a 1945. Nos vinte anos seguintes, de 1946 a 1965, houve quatro grandes terremotos. Já nos vinte anos que vão de 1966 a 1985 houve um total de 12 grandes terremotos.
Nos Estados Unidos e no Canadá ocorreram 15 grandes terremotos no período de trinta anos compreendido entre 1911 e 1940; nos trinta anos seguintes, de 1941 a 1970, houve 18 grandes terremotos. Apenas na década de 70 já haviam ocorrido 10 grandes terremotos na região. Na Califórnia ocorreram, em todo o século passado, 29 grandes terremotos; no século XX, até 1984, já haviam ocorrido 39 grandes terremotos. Em todo o século passado a capital dos Estados Unidos sentiu seis tremores; no século XX, até 1983, Washington já havia experimentado 19 terremotos.
Esses números são apenas uma amostragem do que vem ocorrendo no mundo todo, e demonstram de maneira inequívoca que a humanidade, agora, não tem mais "o solo firme sob os pés". Nesses últimos anos do Juízo Final, os terremotos continuarão aumentando em todo o mundo, tanto em quantidade como em intensidade, como um dos mecanismos automáticos de limpeza e purificação da Terra3. Não são eventos arbitrários da natureza, tampouco uma "provação divina", como alegou recentemente o governante de um país atingido por um sismo violentíssimo.
Os trechos selecionados de algumas notícias sobre terremotos e transcritos abaixo — dentre inúmeras outras veiculadas num período aproximado de três anos — mostram a total vulnerabilidade do ser humano frente a esse acontecimento da natureza. A magnitude dos fenômenos e a perplexidade de sobreviventes e repórteres, evidenciada em seus comentários, é um reconhecimento forçado da incapacidade humana de dominar com o seu intelecto as forças da natureza. O ser humano não pode dominar com a sua inteligência os fenômenos da natureza, ainda mais quando estes lhes trazem o indesviável retorno cármico de suas más ações.
Atualmente esse correto sentimento de incapacidade já está se difundindo na chamada "ciência de previsão de terremotos". Muitos sismólogos americanos admitem que as tentativas de encontrar uma maneira de avisar as pessoas com minutos ou horas antes da ocorrência de um terremoto, resultaram inúteis. O sismólogo Thomas Heanton, da Califórnia, afirmou que "a sensação de otimismo inicial transformou-se em pessimismo". Numa entrevista sobre o assunto, Heanton desabafou: "Se terremotos não podem ser previstos, como se deveria gastar os 100 milhões de dólares reservados nos Estados Unidos para a pesquisa de previsão dos terremotos? (…) Nós nunca seremos capazes de prever em detalhes quando um terremoto se tornará grande."
Que distância não existe entre essas palavras e o tempo em que os seres humanos ainda viviam em harmonia com a natureza! Numa época em que eram avisados a tempo sobre terremotos e outros fenômenos naturais pelos enteais, os seres da natureza, relegados hoje aos contos de fada e grotescamente desfigurados nas imagens dos bonecos vendidos em lojas esotéricas.
Afastados do amor prestimoso dos enteais, confiando tão-somente no seu raciocínio e, por isso, agindo obstinadamente de modo contrário às Leis da natureza, quedam-se os seres humanos hoje impotentes e perplexos ante o recrudescimento dos fenômenos da natureza:
• "Tremor se propagou da Argentina ao Canadá. (…) Especialistas do Centro de Pesquisa Geológica de Minessota disseram que o fenômeno foi ‘extremamente raro'."
• "O terremoto de ontem foi sentido em todo o território japonês, em diferentes graus de intensidade. (…) Foi um dos mais fortes dos últimos 26 anos."
• "Terremoto seguido de maremoto mata 45 e fere 135 nas Filipinas. (…) Mais de 600 tremores secundários foram registrados. (…) ‘O Terremoto foi acompanhado de um rugido. Depois vieram as ondas, de 10 a 15 metros’, disse o governador Rod Valencia. (…) ‘Acordamos com um barulho ensurdecedor; quando tentamos sair, as ondas enormes se precipitaram sobre nós’, disse uma senhora que perdeu quatro filhos."
• "Tremor no Japão é o pior em 47 anos. (…) ‘Pior do que a Segunda Guerra’, diz sobrevivente. (…) Há um ano, quando um terremoto de magnitude semelhante atingiu a região de Los Angeles, marcando o mundo com imagens de vias expressas desabadas, os engenheiros japoneses se gabaram, dizendo que a mesma coisa não aconteceria por aqui. Os prédios japoneses eram melhor projetados e construídos, segundo eles. Mas ontem eles reavaliaram suas posições." [relato de um correspondente internacional sobre o terremoto de Kobe, Japão]
• "Terremoto no Japão faz milhares de vítimas. (…) Fim do mundo. Essa foi a impressão da maioria das pessoas que residem nas áreas afetadas pelo terremoto."
• "O terremoto, o pior dos últimos setenta anos no Japão, derrubou casas e edifícios e transformou quarteirões inteiros em gigantescas fogueiras, cujas labaredas ainda crepitavam depois de três dias."
• "O vice-premiê russo Oleg Soskovets disse que o terremoto pode ter sido ‘o pior de toda a história da Rússia’."
• "Dois tremores de terra atingiram Roma na noite de ontem. (…) Tremores são raros na capital italiana."
• "Foi o sismo mais forte da década no México. (…) Milhões de pessoas saíram às ruas."
• "(…) Quatro mil casas foram destruídas e mais de mil tiveram suas estruturas comprometidas. (…) ‘Nossa cidade sumiu’, disse um morador de Dinar [na Turquia]."
• "O sismo que devastou a cidade de Sungai Penuh [na Indonésia] é o mais forte a atingir o país desde o começo do século."
• "Cerca de 400 tremores de terra foram registrados na Mongólia nos últimos dois dias."
• "Como foi a primeira vez que Taiobeiras [cidade de Minas Gerais - Brasil] registrou o fenômeno, muita gente pensou tratar-se do fim do mundo."
• "Uma série de pequenos tremores está deixando amedrontados os moradores da pequena cidade de Cajuru [Estado de São Paulo]."
• "Pelo menos 304 pessoas morreram e 14 mil ficaram feridas no mais violento terremoto dos últimos oito anos na China. (…) Há mais de 186 mil casas destruídas e pelo menos 300 mil desabrigados."
• "O maremoto [na costa do Peru] ocorreu depois de um terremoto de 6,7 graus na escala Richter no Oceano Pacífico. Outro terremoto, na região central do Chile, causou pânico ontem na capital, Santiago."
• "Ter uma sucessão de três terremotos sérios numa determinada área em cerca de seis meses é um fenômeno bastante incomum nos últimos anos, disse Li Xuanhu, um dos diretores do Centro de Sismologia da China."
• "O tremor foi seguido por mais de 300 réplicas de menor intensidade, que se estenderam até a manhã de ontem [no Equador]."
• "O tremor de sábado foi o pior na região de Lijiang [na China] desde 1474."
• "Equipes de resgate acreditam que o número de mortos pode chegar a três mil [no Irã]. (...) A movimentação sísmica dos últimos três dias segue-se a uma intensa atividade registrada em seqüência na Armênia, China, Paquistão e Japão.
• "Duzentas aldeias foram destruídas, sete foram literalmente engolidas pela terra [no Irã]. (...) Mais de 4 mil pessoas morreram . (...) 'O tremor foi tão forte que várias vezes tentei sair de casa, mas fui empurrada para as paredes', contou a dona de casa Fatemeh Rafie. 'O solo formava ondas de quase meio metro; parecia que eu estava no mar'."
• "Uma série de terremotos atingiu ontem várias partes do mundo [Índia, Espanha, México, El Salvador]."
• "O terremoto que atingiu o litoral nordeste da Venezuela foi tão forte que a terra tremeu em Manaus, a 1.500 quilômetros de distância. (...) Foi o pior tremor na Venezuela em três décadas."
• " 'Parece que houve um bombardeio sobre a basílica', comentou Antônio Paolucci, ex-ministro da Cultura e encarregado, junto com especialistas, de avaliar os danos à preciosa igreja de São Francisco de Assis. (...) De acordo com restauradores, o verdadeiro desastre está nos danos a centenas de igrejas romanas e pré-romanas de Marche e Úmbria." [ Obs.: Este terremoto ocorreu setembro de 1997. Em março de 1998 um novo tremor atingiu o centro da Itália, fazendo balançar novamente a igreja de Assis e causando danos no mosteiro de Santa Clara. O supervisor das obras de restauração da igreja exclamou: "Nós estávamos trabalhando no interior da igreja, quando tudo começou a tremer de novo. Entramos em pânico e saímos correndo para a rua."]
• "O primeiro abalo foi seguido por mais de cem réplicas [na Indonésia]."
• "Quase no mesmo horário do terremoto do Chile, dois tremores de intensidade mediana foram sentidos no centro da Argentina; também foram registrados tremores perto das ilhas Fiji e na Grécia. Anteontem um sismo de 4,9 graus havia atingido a região central da Itália."
• "Tremor assusta população de Mato Grosso. O sismo, de 5 graus na escala Richter, foi o segundo maior já registrado no Brasil. O primeiro aconteceu na mesma região, em janeiro de 1995, e chegou a 5,6 graus.
• "Pelo menos 4.400 corpos foram recuperados dos escombros deixados após o terremoto ocorrido terça-feira no Afeganistão. O porta-voz da aliança militar que controla a área disse que as colinas caíram umas sobre as outras, formando uma cratera gigante. Mais de 20 povoados foram destruídos."
Ciclones
Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".

Os ciclones são movimentos circulares de ar fortes e rápidos. Recebem o nome de furacões ou tufões dependendo do lugar em que se formam, respectivamente nos oceanos Atlântico ou Pacífico. Já os fenômenos denominados de tornados, como o da foto acima, são movimentos de ar localizados, mas muito destruidores. O gráfico abaixo mostra a freqüência de ocorrência de tornados no mundo nos últimos anos (obtido no site http://www.accuweather.com). Observa-se que apesar de haver uma oscilação cíclica ao longo dos anos e de um ligeiro decréscimo na ocorrência dos tornados considerados fortes, a tendência é de um crescimento contínuo da somatória de todos os tipos de tornados (Obs.: Nos dias 3 e 4 de abril de 1974 os Estados Unidos foram assolados por 148 tornados):

Aliás, em relação aos tornados fortes e violentos, qualquer temporada "atípica" já pode fazer crescer sua incidência. Em fins de fevereiro de 1998, por exemplo, uma série de 12 tornados atingiu a Flórida com ventos de 400 quilômetros por hora, matando pelo menos 38 pessoas, ferindo 250 e reduzindo bairros inteiros a montanhas de madeira, metal retorcido e vidro quebrado. Esta série de tornados matou mais pessoas que o furacão Andrew, um dos mais destruidores do século, que deixou um saldo de 32 mortes nos EUA em 1992. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, o número de vítimas foi o maior desde que as informações começaram a ser coletadas, há 50 anos... Em abril de 1998, uma nova série de tornados devastou os Estados do Alabama, Geórgia e Mississipi, causando 42 mortes e deixando pelo menos 104 feridos. Num único condado do Alabama, 500 casas foram destruídas e outras 400 sofreram danos graves; o governador do Estado disse ter sido a pior tormenta que ele já havia visto.
Os ciclones são classificados em 5 categorias, de acordo com a força dos ventos. Na categoria 1 — intensidade mínima, os ventos estão entre 118 km/h e 152 km/h (na prática, até 130 km/h o fenômeno é chamado de tempestade tropical, e a partir daí de furacão). Na categoria 2 — intensidade moderada, os ventos variam de 153 km/h a 176 km/h. Na categoria 3 — intensidade forte, os ventos ficam entre 177 km/h e 208 km/h. Na categoria 4 — intensidade extrema, os ventos situam-se entre 209 km/h e 248 km/h. Na categoria 5 — intensidade catastrófica, os ventos passam de 249 km/h.
De acordo com o cientista e ambientalista Dr. Joe Strykowski, os furacões são as formações atmosféricas mais poderosas da natureza. Segundo ele, um furacão de média intensidade produz energia equivalente ao consumo de eletricidade dos Estados Unidos durante seis meses. As chuvas provocadas pelo fenômeno também são descomunais. Já se registrou uma precipitação de 2.400 mm num período de quatro dias durante a passagem de um furacão pela Jamaica. Para se ter uma idéia do que esta marca significa, basta imaginar que uma piscina vazia, de qualquer tamanho, e com 2,4 m de profundidade teria sido enchida até a boca em quatro dias de chuva...
A figura abaixo mostra a foto de um furacão obtida por satélite:

O tipo mais fraco de furacão, a chamada tempestade tropical, já é porém suficientemente forte para causar graves danos, às vezes até maiores do que os provocados pelos furacões mais intensos. A tempestade que atingiu as Filipinas em agosto de 1995 matou 100 pessoas e deixou cerca de 60 mil desabrigados. Em outubro daquele ano uma nova tempestade tropical atingiu o país, matando 63 pessoas e deixando outras dezenas de milhares desabrigadas. No Texas, uma tempestade tropical com ventos de 110 km/h trouxe junto pedras de granizo do tamanho de bolas de tênis...
Assim como acontece com outros fenômenos da natureza, a freqüência e intensidade dos ciclones também estão aumentando em todo o mundo. O Word Almanac faz menção a apenas um grande furacão no século passado, que matou cerca de 400 pessoas nos EUA entre os dias 11 e 14 de março de 1888. A mesma fonte informa que no século XX houve, até setembro de 1996, 89 grandes furacões e tufões, alguns deles com conseqüências catastróficas: os furacões David e Frederick que devastaram a República Dominicana em 1979 mataram 2 mil pessoas e deixaram 100 mil famílias desabrigadas. O tufão que atingiu as Filipinas em setembro de 1984 matou 1.363 pessoas, feriu 300 e desabrigou 1,12 milhões. O tufão que assolou Bangladesh em 12 de novembro de 1970, com ventos de 240 km/h, matou entre 300 e 500 mil pessoas e gerou uma onda de 15 m de altura que atingiu a costa do Paquistão Oriental, o delta do Ganges e seis ilhas da região; e o que castigou o país em 26 de abril de 1989 deixou cerca de 1.300 mortos e 50 mil desabrigados.
O aumento do número de ciclones pode ser acompanhado também em várias regiões dos Estados Unidos, país bastante suscetível ao fenômeno. Os dados a seguir foram extraídos do relatório "Atlantic Hurricanes" de Gordon Dunn, publicado em 1960. Mesmo já defasados de várias décadas, os dados indicam muito claramente a tendência de um crescimento contínuo do número de ciclones:
1. Região de Nova Inglaterra
Em todo o século passado foram registrados 15 ciclones na região; com apenas um deles considerado como de extrema intensidade. Nas primeiras décadas do nosso século registrou-se 14 ciclones, dos quais cinco foram de extrema intensidade.
2. Estados da costa Leste
Em todo o século passado: 16 ciclones. No século XX, até 1955: 17 ciclones.
3. Flórida
Em todo o século passado: 73 ciclones, nenhum extremo registrado e 14 ciclones sem registro de intensidade. No século XX, até 1958: 81 ciclones, com 7 de extrema intensidade.
4. Louisiana, Mississipi e Alabama
Em todo o século passado: 34 ciclones. No século XX, até 1957: 51 ciclones.
5. Texas
Em todo o século passado: 45 ciclones. No século XX, até 1958: 48 ciclones.
No próprio século XX, a intensificação crescente do fenômeno é patente. A tabela a seguir mostra o número de grandes furacões e tufões ocorridos na primeira e segunda metades do nosso século (até 1996):
GRANDES FURACÕES E TUFÕES NO MUNDO
Período N.º de furacões e tufões N.º de mortes
1900 a 1949 12 61.874
1950 a 1996 77 1.069.797
Obs. Um único ciclone que atingiu Bangladesh em 30 de abril de 1990 causou a morte de 139 mil pessoas.
O pesquisador Christopher W. Landsea fez uma lista com os dez furacões mais destruidores do século. Segundo ele, apenas um ocorreu na primeira metade do século, em 1938, causando prejuízos da ordem de US$ 3,6 bilhões. Os outros nove ocorreram a partir de 1954, acarretando um custo global de US$ 66,4 bilhões. O último deles (até agora) foi o Andrew, que sozinho foi responsável por danos estimados em US$ 25 bilhões.
Transcrevo a seguir as palavras do Dr. Strykowski sobre o aumento da freqüência dos furacões: "Eis o que sabemos com certeza: os furacões estão ocorrendo em intensidade e freqüência maiores. Os dados das companhias de seguro indicam que ocorreram 29 tempestades catastróficas na década de 90 [até 1997]. É mais que o dobro do registrado na década de 70, que foi de 14. E o ano de 1995 produziu mais furacões que toda a década de 60."
O ano de 1995, de fato, assombrou o mundo pela quantidade de furacões, tufões e tempestades tropicais. Foi o maior acúmulo de ciclones desde 1933. No período de maio a dezembro de 1995, os jornais noticiaram a ocorrência de 8 tufões, 11 furacões, 19 tempestades tropicais e 4 tornados de forte intensidade, que mataram cerca de 1.200 pessoas, deixando um saldo de centenas de desaparecidos e mais de um milhão de desabrigados. Uma imagem de satélite de agosto de 1995 mostrava uma imagem inédita: uma fila de 3 tempestades tropicais e 2 furacões atravessando o Atlântico da África para o Caribe. É notório o contraste com o número de ciclones ocorridos na primeira metade do século, que registrava uma média de 2 a 3 por década.
Os trechos transcritos abaixo foram extraídos de vários jornais apenas no período de maio a dezembro de 1995. Observe-se a quantidade de informações sobre a inusitada e inesperada violência dos fenômenos:
• "Foram registrados ontem mais de 70 tornados que atingiram todo o sudeste do país [Estados Unidos]."
• "Um poderoso tufão atingiu ontem a Coréia do Sul (…) Um ônibus foi arrastado ao mar por ondas de até seis metros."
• "O tufão Helen deixou destruídas 40 mil casas e 70 mil hectares de terras cultivadas [na China]."
• "Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, o furacão Félix surpreendeu pela força e tamanho, já que os efeitos foram sentidos por toda a costa leste [dos Estados Unidos]."
• "(…) Danos à agricultura e prejuízos incalculáveis com a destruição de pontes, portos, avenidas e moradias é o saldo do temporal que atinge o Chile há cinco dias. (…) A situação da agricultura tem sido classificada de ‘catastrófica’ devido à morte de 170 mil cabeças de gado."
• "O tufão Kent foi considerado o pior tufão do ano [na China]."
• "O furacão Luís é considerado o pior a atingir as Antilhas em 40 anos. Metade das casas de Antígua foram destruídas."
• "(…) ‘A ilha está devastada’, afirmou um morador de Porto Rico [em conseqüência da passagem do furacão Marilyn]."
• "[Oscar] foi o mais violento tufão que já atingiu a região de Tóquio desde a Segunda Guerra Mundial. (…) [Além de várias outras vítimas], um homem e seu filho morreram depois que ondas de dez metros de altura os arrastaram para o mar."
• "Não me lembro de ter visto um tufão parecer tão ameaçador quanto este [tufão Ryan] desde a passagem do Wayne, em 1986, disse um oficial do serviço de meteorologia [de Taiwan]."
• "O Opal foi o segundo furacão a causar mais prejuízo na história dos EUA (…) Foi o furacão mais forte a atingir a região norte do Golfo do México desde agosto de 1969 (…) [No Estado de Tabasco], choveu em três dias mais do que em todo o ano de 1994."
• "O Roxanne é o segundo furacão a atingir a região [México] em menos de dez dias [depois do Opal]."
• "O total de mortos do pior tufão [Ângelo] que já atingiu as Filipinas nos últimos dez anos pode chegar a 700 (…) ‘Nunca havíamos visto um tufão como este’, disse Raul Lee, governador da Província de Sorsagon."
• "A tormenta causou danos em 189.600 residências, destruiu 107 mil acres de terrenos com hortaliças, derrubou 44 mil árvores e mais de 40 km de cabos elétricos [na China]."
• "O tornado rompeu presilhas de aço de uma polegada de espessura. Ele levantou e retorceu a estrutura do telhado [do ginásio], também de aço, de 200 metros de extensão e 200 toneladas [no Brasil - Universidade de Campinas]."
Em razão do aumento inusitado na freqüência e intensidade dos furacões, têm sido feitas tentativas de se prever o fenômeno, sem muito êxito porém. A tabela abaixo mostra as previsões efetuadas pela Universidade do Colorado em 1995 e 1996 com base no estudo da variação do clima mundial, e as ocorrências efetivamente registradas:
ANO TEMPESTADES TROPICAIS FURACÕES FURACÕES EXTREMOS
Previsão Registrado Previsão Registrado Previsão Registrado
1995 12 19 8 11 3 5
1996 10 13 6 9 2 6
Em 1996, os ciclones provocaram milhares de mortes nos seguintes países (alguns deles atingidos mais de uma vez): México, Índia, Bangladesh, Taiwan, Cuba, Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Estados Unidos, Porto Rico, Antígua, Madagascar. O que atingiu Bangladesh no mês de maio (um tornado) acarretou pelo menos 700 mortes; sobreviventes disseram que o pior momento da passagem do ciclone durou apenas cinco minutos, que a temperatura subiu muito e que "o céu ficou vermelho…"
Apesar de não ter sido igual a 1995, o ano de 1996 ultrapassou em muito qualquer previsão dos especialistas. A tabela abaixo mostra a razão entre vários parâmetros do ano de 1996 em relação à média dos dez anos mais ativos desde quando teve início os registros (excetuando-se o ano de 1995):
Tempestade Dias com Tempestade Furacão Dias com Furacão Furacões Extremos Dias com Furacões Extremos Potencial Destrutivo (HDP)
Média dos dez anos mais ativos 7,3 38 4,2 17 1,2 2,2 49
Ano de 1996 13 78 9 45 6 13 139
Razão entre 1996 e os dez anos mais críticos 1,8 2,0 2,1 2,6 5 5,9 2,8
A intensidade dos ciclones em 1997 pode ser avaliada pelas seguintes notas de jornais:
• "Um ciclone matou ontem mais de 350 pessoas em Bangladesh e afetou a vida de quase 2,5 milhões, segundo o governo. (...) A ilha de Saint Martin está sob dois metros de água."
• "Segundo o ministro do Interior [do Paraguai], Atilio Fernández, o furacão foi o pior dos últimos 20 anos."
• "A passagem de seis tornados consecutivos provocou a morte de 33 pessoas no Texas. (...) Foram os mais devastadores desde os que atingiram Waco em 1953 e Goliand em 1902. (...). 'O fenômeno parecia um aspirador gigante, que sugou tudo por onde passou', comparou Max Johnson, voluntário que está ajudando a recuperar os corpos."
• " 'Foi a coisa mais incrível que já vi. No acostamento da BR-277, todas as árvores tinham sido arrancadas' [no Estado do Paraná - Brasil], conta o capitão Loemir Mattos, comandante da Defesa Civil da Região. (...) 'A cidade de Nova Laranjeiras desapareceu do mapa, acabou, é o cenário do filme Twister', disse o repórter Alduir Couto. 'Há postes jogados sobre o que restou de algumas casas'. "
• "Cerca de 400 pessoas morreram e outras 20 mil ficaram desabrigadas devido à passagem do furacão Pauline [no México]. (...) O Pauline está sendo considerado o furacão mais destrutivo a atingir o México desde o Gilbert, que devastou o norte do país em 1998. (...) Nas ruas de Acapulco a água chegou a 1,5 m de altura. (...) Muitas pessoas passaram a noite dormindo nas ruas, molhadas e cheias de lama, depois de terem perdido suas casas para o furacão." [Obs.: O Gilbert matou cerca de 350 pessoas e deixou 750 mil desabrigados no Caribe, México e Estados Unidos.]
• "O tufão Linda, descrito como o pior do século, matou 580 pessoas [no Vietnan]; pelo menos 2, 5 mil pessoas continuam desaparecidas. (...) Cerca de 1,1 mil barcos afundaram e mais de 2 mil casas foram destruídas em Kien Giang. (...) Três quartos das áreas de produção de arroz do país foram inundadas."
• "A Força Aérea da Nova Zelândia retirou um terço da população da região norte das ilhas Cook, no Pacífico, devastada pelo ciclone Martin no fim de semana passado."
• "O tufão Winnie já matou pelo menos 72 pessoas em Taiwan, na China e nas Filipinas, forçando dezenas de milhares de pessoas a abandonar suas casas."
• "Na ilha de Amami Oshima [Japão], mais de 24 mil casas ficaram sem eletricidade depois que os ventos [do tufão Oliva] cortaram as linhas de transmissão elétricas e destruíram edifícios."
• "Vítimas do ciclone em Bangladesh chegam a 51. (...) A tormenta provocou a formação de enormes ondas e fez a maré subir mais de 1,5 m, destruindo 80% das casas da região."
Além desses casos mais graves, registrou-se também a passagem da tempestade tropical Bining pelas Filipinas, com um saldo de 22 mortos, e ainda duas mortes provocadas pelo furacão Danny nos Estados Unidos.
No início de 1998, uma série de tornados provocou mortes e destruição num único dia em cinco Estados americanos: Arkansas, Kentucky, Ohio, Mississipi e Tennessee. Em fevereiro, como já mencionado, uma série de 12 tornados devastou completamente uma região da Flórida e em março foi a vez de três outros Estados americanos; saldo dessas duas levas de tornados: 80 mortos e 354 feridos. Também em março um único ciclone que atingiu a Índia deixou pelo menos 200 mortos, 500 desaparecidos, mil feridos e 10 mil desabrigados

REGIÕES BRASILEIRA E SUAS CARACTERÍSTICAS


BRASIL - REGIÕES








(histórico de cada região)
CENTRO-OESTE

NORTE

NORDESTE

SUDESTE

SUL

A divisão regional brasileira é realizada de duas formas: através das 05 (cinco) regiões do IBGE (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) ou a partir de 03 (três) grandes regiões geo-econômicas:
AMAZÔNIA, NORDESTE e CENTRO-SUL.
Aspectos Geográficos: O território brasileiro é um país de grande extensão territorial, sendo considerado um verdadeiro país-continente. Sua área territorial o coloca entre os maiores países em extensão territorial - quinto lugar. Com uma área de 8.547.403 km2 ao Leste da América do Sul, limita-se ao norte com Guyana, Venezuela, Suriname e Guyana Francesa; ao noroeste com a Colômbia; ao Oeste com o Peru e a Bolívia; ao sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. A fronteira brasileira mais extensa é com a Bolívia (3.126 km) e a menor com Suriname (593 km). Os litorais ao leste, sudeste e nordeste do país são banhados pelo Oceano Atlântico. Hoje, dos treze países que formam a América do Sul, o Brasil não tem fronteiras apenas com o Chile e o Equador. Esse fato é extremamente importante, pois a tendência do mundo moderno é a formação de blocos comerciais entre países próximos, para facilitar o processo de importação e exportação de mercadorias entre seus membros.
O Brasil, em relação a Equador, está situado em sua maior parte no hemisfério Sul (5o16' de latitude norte a 33o 45' de latitude sul) e, em relação ao meridiano de Greenwich, encontra-se totalmente no hemisfério Ocidental (34o 47' de longitude oeste e 73o59' de longitude oeste).
O ponto mais ao norte do Brasil é o monte Caburaí, em Roraima, e o ponto mais ao sul é o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. O extremo oeste é a serra de Contamana, no Acre, e o extremo leste da área continental é a Ponta do Seixas, na Paraíba.
O cabo Orange, onde se situa a foz do rio Oiapoque, corresponde ao extremo norte do litoral brasileiro.
Além da área continental o Brasil possui algumas ilhas oceânicas: Atol das Rocas, Penedos de São Pedro e São Paulo, Trindade e Martim Vaz, e os arquipélagos de Abrolhos e Fernando de Noronha.

População: Em 2000 a população do Brasil alcançou 169.799.170 habitantes, ocupando quinto lugar em nível mundial, após a China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Com densidade demográfica média de 17,7 habitantes por km2. A população urbana corresponde a 75,4% do total e a composição étnica da população inclui 55,2% de brancos; 39,3% de pardos; 4,9% de negros; e 0,5% de amarelos.

Integração da População: A população brasileira origina-se de três tipos raciais básicos. Aos habitantes nativos (índios), somaram-se os europeus (principalmente portugueses) e africanos (a maioria originária da costa ocidental ao sul do Saara).

Moeda: A moeda oficial é o Real, cujo símbolo é R$

Capital: Brasília - DF

Idioma: O português é a língua oficial do Brasil. Com exceção das línguas indígenas faladas por pequenos grupos em reservas localizadas em áreas remotas, o português constitui a única língua do dia-a-dia. Não existem dialetos regionais. O Brasil é o único país de língua portuguesa na América do Sul.

Clima e Vegetação: Situado em sua maior parte em zona intertropical (entre a linha do Equador, que passa por Macapá, e o trópico de Capricórnio, que passa por São Paulo), a mais quente da Terra. Com predomínio de baixas altitudes, verificam-se no Brasil, variedades climáticas quentes, com médias superiores a 20º. São seis os tipos de variação climática encontrados em toda a extensão do território brasileiro: equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlântico, semi-árido e subtropical. Apenas numa pequena porção do território, ao sul do trópico de Capricórnio, ocorre o clima subtropical, que determina baixas temperaturas durante o inverno. Nessa região observa-se com maior nitidez a passagem das estações do ano.
• Clima Equatorial / Florestas Latifoliada Amazônica = clima quente e úmido, com estação seca curta ou inexistente, característica da Amazônia, determinando uma vegetação densa e heterogênea (biodiversidade).

• Clima Tropical / Floresta Tropical / Cerrado = o clima tropical ocupa grande parte do território brasileiro e pode ser subdividido em: Tropical Úmido, típico do litoral oriental com temperaturas elevadas e chuvas concentradas no inverno (nordeste) e verão (sudeste). A vegetação típica é a Mata Atlântica, mas muito devastada; Tropical Semi-Úmido, no Brasil Central com duas estações bem definidas, verão úmido e inverno seco, determinando a vegetação do cerrado, com árvores esparsas e vegetais rasteiros. Na área do Pantanal surge uma vegetação complexa, dependente da pluviosidade anual; Tropical de Altitude, características das terras altas do Sudeste, apresentando temperaturas amenas e chuvas concentradas no verão. A Floresta Tropical e os campos de altitude são as vegetações mais comuns neste tipo de clima.
• Semi-Árido - Caatinga = típico do polígono das secas (sertão nordestino e norte de Minas Gerais) possui temperaturas elevadas e chuvas escassas e irregulares. A vegetação típica, caatinga, possui folhas atrofiadas, raízes longas e cactáceas algumas adaptadas para alimento do gado.
• Sub-Tropical Mata dos Pinhais / Pampas = predominante do sul do país, possui a maior amplitude térmica anual brasileira e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Nos trechos mais altos ocorre o domínio da araucária ou pinheiro-do-Paraná, vegetação aberta e homogênea, muito devastada. No extremo sul há o domínio de uma vegetação herbácea (rasteira), o pampa ou campanha gaúcha. A determinação se deve a pluviosidade melhor distribuída no planalto e mais escassa no extremo sul.
Cada tipo de clima corresponde a uma paisagem vegetal característica, com suas espécies típicas.
Relevo: É importante entender o relevo a partir dos processos que criam suas formas.
Ao longo da história da Terra, sua superfície foi sendo constantemente alterada, em virtude da ação das forças internas (tectonismo, vulcanismo) e externas (vento, água e homem). O modelado terrestre é o resultado da combinação da atuação dessas duas forças.
No Brasil, a estrutura geológica se formou há muito tempo (a maior parte há mais de 300 milhões de anos). Por isso, não existem em seu território dobramentos recentes (modernos - formados há aproximadamente 70 milhões de anos), como os Andes e o Himalaia. O relevo brasileiro é caracterizado por altitudes relativamente baixas. A quase totalidade do nosso território possui altitudes inferiores a 1.000 metros; apenas 3% está acima de 900 metros. Isso se deve ao intenso trabalho erosivo das forças externas.
O projeto RADAMBRASIL, desenvolvido entre 1970 e 1985, mapeou todo o território brasileiro. Graças a esse projeto e uma série de estudos desenvolvidos em universidades brasileiras e em órgãos públicos, como o IBGE, constatou-se que duas formas de relevo predominam: planaltos e depressões.
As planícies ocupam áreas restritas, estendendo-se basicamente ao longo das margens dos grandes rios, das lagoas e do litoral.
Hidrografia: O Brasil apresenta muitos rios com grandes volumes de água e a maioria deles está localizada em áreas que apresentam muitas quedas-d'água (trechos de planaltos e depressões). Porém, existem importantes rios que correm em áreas de planície como o Amazonas e o Paraguai, muito utilizados para navegação. Os rios tiveram papel importante na ocupação do território, pois serviram como vias de penetração para o interior do país.
O rios que apresentam muitas quedas-d'água podem ser aproveitados para a produção de energia elétrica, através da construção de usinas hidrelétricas. Os dois rios de maior produção de energia no Brasil são o Paraná e o São Francisco.
O Brasil possui a terceira rede hidroviária do mundo, com 36.000 km de rios navegáveis. No entanto, o volume de carga transportada nos rios brasileiros é muito pequeno em relação, por exemplo, à Holanda (que transporta 75% de suas cargas por hidrovia) e ao Paraguai (que transporta 49%). Isso mostra o mau aproveitamento do potencial hidroviário brasileiro, pois além de mais econômico, o transporte fluvial é menos poluente que o rodoviário.

Política: O Brasil é uma República Federativa composta por 26 Estados e um Distrito Federal, onde se encontra localizada a capital do país, Brasília. Cada estado tem o seu próprio governo, com uma estrutura que reflete a do sistema federal, e goza de todos os poderes - definidos em sua própria Constituição - que não estejam especificamente reservados ao governo federal ou atribuídos às prefeituras municipais. A autoridade do Poder Executivo estadual é o governador, eleito por voto popular direto, conforme expresso na Constituição Federal. Uma Assembléia Legislativa Estadual unicameral representa o Poder Legislativo do estado. O Poder Judiciário estadual segue o modelo federal. Sua jurisdição é definida, a fim de evitar qualquer tipo de conflito ou superposição com as cortes federais.
Em nível municipal existem mais de 4.400 conselhos municipais, que são autônomos quanto aos assuntos estritamente locais. Tais conselhos funcionam de acordo com as disposições da Lei Básica de Municipalidades.

O Poder Legislativo: O Poder Legislativo nacional está representado pelo Congresso Nacional, formado por duas câmaras: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

O Poder Executivo: O Poder Executivo, cujas funções estão claramente definidas na Constituição, é representado pelo presidente da República. Tanto o presidente como o vice-presidente são eleitos por um período de quatro anos e podem ser reeleitos por mais um período.

O Poder Judiciário: Os poderes judiciários são conferidos ao Supremo Tribunal Federal, ao Superior Tribunal de Justiça, às cortes regionais e às cortes especiais para assuntos eleitorais, trabalhistas, militares e outros. Os cargos dos magistrados e juízes de todos os tribunais, tanto em nível federal como estadual, são vitalícios.

Fontes: IBGE / Geografia Homem & Espaço de Elian Alabi Lucci, Editora Saraiva - 2000







Região Norte
Com uma área de 3.869.637,9 km2, que corresponde a 45,27% do território brasileiro, a região Norte é formada pelos estados do


Acre
Amapá
Amazonas
Pará
Rondônia
Roraima
Tocantins

Sua área está localizada entre o maciço das Guianas ao norte, o planalto Central ao sul, a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico a noroeste. De clima equatorial, é banhada pelos grandes rios das bacias Amazônica e do Tocantins. Seu relevo tem três patamares de altitude - igapós, várzeas e baixos platôs ou terra firme - definidos pelo volume de água dos rios, em função das chuvas. Os igapós são áreas permanentemente inundadas, com vegetação adaptada a permanecer com suas raízes sempre debaixo d'água. As várzeas encontram-se em terreno mais elevado e são inundadas apenas na época das cheias dos rios. A seringueira é um bom exemplo do tipo de árvore existente nessa área. Os baixos platôs ou terra firme estão localizados nas partes mais elevadas e fora do alcance das cheias dos rios. Nessa área encontram-se as grandes árvores de madeira de lei e as castanheiras.
A região Norte possui 11.290.093 habitantes, 7% da população total do país. Sua densidade demográfica é a mais baixa entre todas as regiões geográficas, com 2,91 habitantes por km2. A maior parte da população da região Norte (57,8%) é urbana, sendo Belém, capital do estado do Pará, sua maior metrópole.
A economia da região Norte baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí, madeiras e castanha-do-pará; no extrativismo mineral de ouro, diamantes, cassiterita e estanho; e na exploração de minérios em grande escala, principalmente o ferro na serra dos Carajás, estado do Pará, e o manganês na serra do Navio, estado do Amapá. Duas ferrovias viabilizam o escoamento dos minérios extraídos da região: a Estrada de Ferro Carajás, que vai de Marabá, estado do Pará, a São Luiz, capital do estado do Maranhão (região Nordeste), que leva o ferro para os portos de Itaqui e Ponta da Madeira; e a estrada de Ferro do Amapá, que transporta o manganês extraído na serra do Navio até o porto de Santana, em Macapá, capital do estado do Amapá.
Em algumas partes da região a energia é fornecida por usinas hidrelétricas e em outras o abastecimento depende de geradores a óleo diesel. No rio Tocantins, estado do Pará, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí, a maior da região. Existem ainda usinas menores, como Balbina, no rio Uatumã, estado do Amazonas, e Samuel, no rio Madeira, estado de Rondônia.
O Governo Federal oferece incentivos fiscais para a instalação de indústrias no estado do Amazonas, especialmente montadoras de produtos eletrônicos. Esse processo é administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus e os incentivos deverão permanecer em vigor até, pelo menos, o ano 2003.
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Todos os dados estatísticos apresentados são originários do IBGE.
"Brasil Regiões"


Região Norte







ACRE

LOCALIZAÇÃO: o Acre, estado brasileiro, situado no extremo sudoeste da região Norte, em


plena Amazônia brasileira
FRONTEIRAS: Norte = Amazonas; Sul e Oeste = Peru; Leste = Rondônia; Sudoeste = Bolívia
ÁREA (km²): 153.149,9
RELEVO: A maior parte de seu território encontra-se em região de planalto
RIOS PRINCIPAIS: Juruá, Tarauacá, Muru, Embirá, Xapuri, Purus, Iaco e rio Acre.
VEGETAÇÃO: predominância da floresta equatorial ou hiléia brasileira
CLIMA: equatorial (quente e úmido)
MUNICÍPIOS (número): 22
CIDADES MAIS POPULOSAS: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Taraucá, Sena Madureira e Brasiléia
HORA LOCAL (em relação a Brasília): - 2h
HABITANTE: acreano
POPULAÇÃO: 557.526 (2000)
DENSIDADE: 3,64 habitantes por km2
ANALFABETISMO: 23,1 % (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: indica a existência de 29 óbitos antes de um ano de idade, para cada grupo de mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Rio Branco (nomeada Rio Branco em 1912, em homenagem ao Barão do Rio Branco)
HABITANTE DA CAPITAL: Rio-branquense

O nome Acre origina-se de Áquiri, forma pela qual os exploradores da região transcreveram a palavra Uwákuru, do dialeto dos índios Ipurinã.
A economia do Estado se baseia na extração da borracha e da castanha, na pecuária e na agricultura. A floresta sustenta a economia acreana e faz da indústria extrativa vegetal a atividade fundamental da população. A composição da economia do estado baseia-se primordialmente na extração da borracha e da castanha e ainda na atividade pecuária. O Acre é o maior produtor de borracha do país, sendo a seringueira encontrada principalmente nas bacias dos rios Purus, Juruá e Madeira. A coleta de castanha-do-pará é também atividade básica, realizada, em geral, pelo seringueiro, como ocupação subsidiária, na época das chuvas. Sua safra não é regular. A agricultura é geralmente praticada para subsistência, mas algumas lavouras como a mandioca, o arroz, a banana e o milho são também de importância econômica para o estado, além de serem essenciais para a subsistência de sua população. Na pecuária destaca-se o rebanho de gado bovino (464 mil cabeças); os suínos (202.912 cabeças); e ovinos (26 mil unidades)(5). Existe ainda alguma atividade industrial no estado do Acre, voltada para a produção alimentícia, madeireira, de cerâmica e de mobiliário. O comércio é feito quase todo por via fluvial e os produtos exportados convergem, quase totalmente, para os estados do Amazonas e Pará.

O território do Acre pertencia à Bolívia até o início do século XX, embora desde as primeiras décadas do século XIX a maioria da sua população fosse formada por brasileiros que exploravam os seringais e não obedeciam à autoridade boliviana, formando, na prática, um território independente e exigindo a sua anexação ao Brasil. Em 1899, na tentativa de assegurar o domínio da área, os bolivianos instituíram a cobrança de impostos e fundaram a cidade de Puerto Alonso, hoje Porto Acre. Os brasileiros revoltaram-se com tal providência, o que resultou na disseminação de vários conflitos, que somente terminaram com a assinatura, em 17 de novembro de 1903, do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu, em parte por compra e em parte pela troca de pequenas áreas dos estados do Amazonas e do Mato Grosso, o futuro território e depois estado do Acre.
Problemas de fronteira também existiram com o Peru, que reivindicava a propriedade de todo o território do Acre e mais uma extensa área no estado do Amazonas, tendo tentado estabelecer delegações administrativas e militares na região do Alto-Juruá entre os anos de 1898 e 1902, e do Alto-Purus entre 1900 e 1903. Os brasileiros, no entanto, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto-Purus em setembro de 1903. Com base nos títulos brasileiros e nos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto-Purus e do Alto-Juruá, o Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores na época, propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909. Com esse ato completou-se a integração política do Acre à comunidade brasileira.
O processo de incorporação do Acre ao Brasil decorreu do desbravamento de populações do Nordeste, que o povoaram e o fizeram produtivo, repetindo a proeza dos bandeirantes de São Paulo, que partiram em expedições para o interior nos séculos XVI e XVII. No caso do Acre, foram as secas nordestinas e o apelo econômico da borracha - produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos mercados internacionais - que motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste,. para aquela região amazônica. Datam de 1877 os primeiros marcos de civilização efetiva ocorrida no Acre, com a chegada dos imigrantes nordestinos que iniciaram a abertura de seringais. Até então, o Acre era habitado apenas por índios, uma vez que a expansão luso-brasileira ocorrida na Amazônia durante o período colonial, não o havia alcançado. A partir dessa época, no entanto, a região tornou-se ativa frente pioneira, que avançou pelas três vias hidrográficas existentes: o rio Acre, o Alto-Purus e o Alto-Juruá.
A partir de 1920, a administração do Acre foi unificada e passou a ser exercida por um governador, nomeado pelo Presidente da República. Pela Constituição de 1934, o território passou a ter direito a dois representantes na Câmara dos Deputados. Em 1957, projeto apresentado pelo deputado José Guiomard dos Santos elevava o território à categoria de estado, o que resultou na Lei nº. 4.070, de 15 de junho de 1962, sancionada pelo então Presidente da República, João Goulart. O primeiro governador do estado do Acre foi o senhor José Augusto de Araújo, eleito em outubro de 1962, com 7.184 votos.
Existem 28 áreas indígenas espalhadas pelo estado do Acre, onde vivem cerca de 8.414 índios, numa área de 1.901.571 hectares (*). Desse total, 12 áreas já se encontram demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), somando um total de 916.070 hectares, com uma população de 4.745 pessoas. Os restantes 3.669 índios que habitam a região do estado do Acre, aguardam a formalização das demarcações, mas já vivem, em definitivo, em suas terras.

(*) São as seguintes as áreas dos grupos indígenas vivendo no Estado do Acre: Alto Rio Purus, Alto Turauacá, Arara/Igarapé Humaitá, Cabeceira do Rio Acre, Campinas/Katukina, Igarapé Anjo, Igarapé do Caucho, Jaminawá do Igarapé Preto, Kampa do Rio Amônea, Kampa do Rio Envira, Katukina/Kaxinawá de Feijó, Kaxinawá Ashaninka do Rio Breu, Kaxinawá da Colônia Vinte e Sete, Kaxinawá do Rio Humaitá, Kaxinawá do Rio Jordão, Kaxinawá Nova Olinda, Kaxinawá Praia do Carapanã, Kulina do Igarapé do Pau, Kulina do Rio Envira, Mamoadate, Nukini, Poyanawá, Recreio I, Rio Gregório, Riozinho da Liberdade, Timbaúba e Xinane.

Fontes: Fontes: IBGE / Governo do Estado do Acre / República Federativa do Brasil


AMAPÁ




LOCALIZAÇÃO: o Amapá, estado brasileiro, fica a nordeste da região Norte do país
FRONTEIRAS: Norte = Guiana Francesa; Nordeste = Suriname; Sul e Oeste = Pará, do qual está separado pelo rio Amazonas; Leste = Oceano Atlântico
ÁREA (km²): 143.453,7
RELEVO: planície com mangues e lagos no litoral; depressões na maior parte, interrompidas por planaltos residuais
RIOS PRINCIPAIS: Amazonas, Jari, Oiapoque, Araguari, Maracá
VEGETAÇÃO: mangues litorâneos, campos gerais, Floresta Amazônica (A maior parte do território do estado do Amapá, cerca de 73 % do total, que corresponde a aproximadamente 97.000 km2, está coberta pela Floresta Amazônica ou Hiléia Brasileira. No entanto, na faixa oriental encontram-se campos "cerrados", com árvores esparsas e esgalhadas, e o solo recoberto de gramíneas e manguezais.)
CLIMA: equatorial
MUNICÍPIOS (número): 16 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Macapá (189.080), Santana (60.200), Laranjal do Jari (24.008)
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: amapaense
POPULAÇÃO: 477.032 (2000)
DENSIDADE: 3,32 habitantes por km2
ANALFABETISMO: 11,2% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,3
CAPITAL: Macapá fundada em: 4/2/1758
A linha do Equador, conhecida como "Marco Zero", ou seja, com sua latitude de 0º, encontra-se a 5 km do centro da cidade de Macapá e pode ser alcançada pela Rodovia Juscelino Kubitscheck.
HABITANTE DA CAPITAL: macapaense

Destacam-se na composição da economia do estado do Amapá as atividades extrativistas tanto vegetais como minerais. No extrativismo vegetal são exploradas a castanha-do-pará, palmito e as madeiras. Entre os minerais mais encontrados no estado estão as jazidas de manganês, ouro, caulim e granito. A produção agrícola limita-se ao cultivo de arroz e mandioca. Na pecuária predominam as criações de búfalo e o gado bovino. O setor industrial dedica-se ao processamento das principais riquezas do estado, ou seja, a extração mineral, a madeira e também a pesca. A produção de energia elétrica no Amapá supera o seu consumo doméstico. Entre junho de 1993 e julho de 1994, foram produzidos 451 milhões de kwh de energia, para um consumo local de 220 milhões de kwh.
Manganês - Principal riqueza do estado do Amapá, o manganês teve sua exploração iniciada em 1957. Ali se encontram as maiores reservas do país, chegando o estado a extrair 80% da produção total de manganês do país na década de 60. Suas jazidas foram arrendadas por 50 anos pela Icomi, Indústria e Comércio de Mineração, do grupo Bethlehem Steel, que paga royalties de 4 a 5% do valor do minério extraído ao governo local, sendo as encomendas asseguradas por um contrato com o Defense Materials Procurement Agency, órgão governamental norte-americano. A renda dos royalties do manganês foi destinada à construção da Usina de Paredão, para assegurar base energética às indústrias que vierem a ser ali instaladas. A mineração do manganês provocou deslocamento de mão-de-obra e contribuiu consideravelmente para o aumento da população no estado, antes território administrado pelo Governo Federal. Essa empresa construiu uma estrada de ferro com capacidade para 700 mil toneladas de minério e 200 mil toneladas de outros tipos de mercadorias, assim como um porto, a que podem ter acesso navios de até 45 mil toneladas.
Outras riquezas minerais - Além do manganês, o Amapá tem também grande reserva de recursos naturais que inclui minerais como o ouro, explorado nos garimpos dos rios Calçoene, Cassiporé e Igarapé de Leona, além do rico veio existente no rio Gaivota. Diamantes são também muito encontrados na região de Santa Maria. A 80 km da capital, Macapá, existe uma jazida de 9,6 milhões de toneladas de hematita, com 70% de ferro, explorada pela empresa Hanna Company.

A região onde hoje se encontra o estado do Amapá foi doada ao português Bento Manuel Parente, em 1637, com o nome de capitania da Costa do Cabo do Norte. No final do mesmo século, a região sofreu incursões de ingleses e holandeses, que foram expulsos pelos portugueses. No século XVIII, os franceses também reivindicaram a posse da área e em 1713, o Tratado de Utrecht estabeleceu os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa, os quais não foram respeitados pelos franceses. Os portugueses construíram então a fortaleza de São José do Macapá, para proteger seus limites das incursões dos franceses.
O povoamento do território começou a se intensificar no século XIX, com a descoberta de ouro na área e o crescimento da extração da borracha, que havia atingido altos preços internacionais na época. A descoberta de riquezas, no entanto, fez crescer as disputas territoriais que culminaram com a invasão dos franceses em maio de 1895. A Comissão de Arbitragem, em Genebra, em 1º de janeiro de 1900, deu a posse da região ao Brasil e o território foi então incorporado ao estado do Pará com o nome de Araguari. Em 1943, o território passou à administração do Governo Federal, com o nome de Amapá. Em 1945, a descoberta de ricas jazidas de manganês na serra do Navio, revolucionou a economia local. Procedeu-se a nova divisão territorial, passando a parte do Amapá ao norte do rio Cassiporé a constituir o município de Oiapoque. Foi mais uma vez desmembrado em dezembro de 1957, com a criação do município de Calçoene e a cessão de terras ao norte dos rios Amapá Grande e Mutum. A nova Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, elevou o território do Amapá à categoria de estado da Federação.

Pororoca - A palavra é de origem indígena e expressa o barulho produzido pelo fenômeno do encontro das águas do rio Amazonas, com um volume de 100 mil m3 por segundo, com o oceano Atlântico. O choque é particularmente violento no período das marés de primavera. Na primeira fase do encontro, as águas do Amazonas penetram por vários quilômetros dentro do oceano. Em seguida, a maré empurra o rio de volta na direção de seu curso e este se expande pela terra ao redor, inundando toda a região, inclusive praias e as ilhas mais rasas. Dessa forma, o rio é então impedido de despejar suas águas no oceano, ao mesmo tempo em que faz pressão para impedir a força do mar contra seu percurso. A certa altura essa disputa se encerra e a força da maré penetra no estuário do rio Amazonas. As ondas crescem a uma altura de 4 metros, com ruídos que podem ser ouvidos a vários quilômetros de distância. Esse espetáculo natural pode ser observado em vários pontos do estuário do Amazonas, mas sua performance mais impressionante ocorre no maior braço do rio, situado no litoral do Amapá. Existem barcos que levam os turistas ao delta do rio Araguari, que também fica alagado, em viagem que dura 15 horas a partir de Macapá.
A população indígena do estado do Amapá está estimada em 4.100 habitantes, divididos em quatro grupos - Galibi, Juminá, Uacã e Waiãpi - que ocupam área total de 1.091.454 hectares. Todas essas áreas já se encontram definitivamente demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do Governo Federal responsável pela questão indígena no país.

Fontes:Governo do Estado do Amapá / IBGE / República Federativa do Brasil


AMAZONAS




LOCALIZAÇÃO: o Amazonas, estado brasileiro, fica no centro da região Norte, no coração da Floresta Amazônica
A linha do Equador atravessa o estado
É o maior estado do Brasil, ocupando mais de 18% da superfície do país e seu território está distribuído pelo planalto das Guianas (ao norte) e pelas encostas do planalto Brasileiro (ao sul).
O nome "Amazonas" é de origem indígena, da palavra amassunu, que quer dizer "ruído de águas, água que retumba". Foi originalmente dado ao rio que banha o estado, pelo capitão espanhol Francisco Orelhana, quando, ao descê-lo em todo o comprimento em 1541, a certa altura encontrou uma tribo de índias guerreiras, com a qual lutou. Associando-as às amazonas do Termodonte, deu-lhes o mesmo nome.
FRONTEIRAS: Norte = VenezuelA; Noroeste = Colômbia; Sudoeste = Peru
DIVISAS: Norte = Roraima; Leste = Pará; Sudeste = Mato Grosso; Sul = Rondônia; Sudoeste = Acre
ÁREA (km²): 1.577.820,2
RELEVO: depressão na maior parte; faixa de planície perto do Rio Amazonas e planaltos a Leste. Tem ao mesmo tempo as terras mais altas (pico da Neblina, 3.014m de altitude, situado ao norte do estado na serra de Imeri, próximo à Venezuela) e a maior extensão de terras baixas (menos de 100m) do Brasil
O relevo do estado do Amazonas apresenta três patamares de altitude - igapós, várzeas e baixos platôs ou terra firme - definidos pelo volume de água dos rios, em função das chuvas. Os igapós são áreas permanentemente inundadas, com vegetação adaptada a permanecer com as raízes sempre debaixo d’água. As várzeas encontram-se em terreno mais elevado e são inundadas apenas na época das cheias dos rios. A seringueira é um exemplo do tipo de árvores existentes nessa área. Os baixos platôs ou terra firme estão localizados nas partes mais elevadas e fora do alcance das cheias dos rios.
RIOS PRINCIPAIS: Solimões, Amazonas, Juruá, Purus, Negro Içá, Japurá
A bacia Amazônica estende-se por 3.889.489,6 km2, representando um quinto de toda a reserva de água doce do planeta. Seus rios estão condicionados ao regime das chuvas e constituem praticamente as únicas vias de transporte dos habitantes locais. Existem mais de 20 mil km de vias fluviais navegáveis, ligando comunidades distantes na região. O rio Amazonas é o segundo mais extenso do planeta e o primeiro em volume de água (100.000 m3). Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota, passando a se chamar Solimões quando entra em território brasileiro. A partir da confluência com o rio Negro, nas proximidades da cidade de Manaus, recebe o nome de Amazonas. Dos seus 6.515 km de extensão, 3.600 correm em território brasileiro a uma velocidade de 2,5 km/hora, levando em seu leito toneladas de sedimentos arrancados das margens, o que torna a sua coloração amarelada. Sua largura varia de 4 a 5 km, chegando a alcançar 10 km em certos locais. A profundidade média do rio Amazonas chega a quase 100 m. Entre seus mais de sete mil afluentes, os principais são os rios Madeira (que percorre uma extensão de 3.200 km), o Xingu e o Tapajós, na margem direita; e os rios Negro, Trombetas e Jari, na margem esquerda
VEGETAÇÃO: Floresta Equatorial (Floresta Amazônica), que se divide em três tipos: matas de terra firme, matas de igapó e matas de várzea.
Nas matas de terra firme encontram-se as grandes árvores de madeira de lei da Amazônia. Em alguns locais as copas das árvores são tão grandes que impedem a passagem de até 95% da luz do sol, tornando o interior da floresta escuro, malventilado e úmido. Entre as principais espécies existentes nessa região encontram-se as castanheiras-do-pará, a seringueira, o guaraná e o timbó, cipó utilizado pelos índios para envenenar os peixes.
As matas de igapó localizam-se nos terrenos mais baixos, próximos aos rios, mantendo-se permanentemente alagadas. Durante o período de cheia, as águas inundam as margens dos rios, avançam pela floresta e chegam quase a alcançar as copas das árvores, formando os "igapós". Quando esse fenômeno acontece nos pequenos rios e afluentes, são denominados "igarapés". As árvores encontradas nesse tipo de matas podem atingir 20 metros de altura, mas é comum encontrar-se árvores de dois a três metros, com ramificação baixa e densa, de difícil penetração. Sua espécie mais famosa é a vitória-régia, conhecida como a "rainha dos lagos". A folha da vitória-régia pode chegar a medir um metro e oitenta centímetros de diâmetro. As bordas de suas folhas são levantadas e espinhosas, para evitar a ação destruidora dos peixes, e as raízes se fixam no fundo da água, formando um bulbo com um cordão fibroso revestido de espinhos. A flor também se abre protegida por espinhos e muda de cor, do branco para o rosa, com o passar do tempo. O bulbo da vitória-régia é muito apreciado pelos índios e as sementes se assemelham às do milho. No período de seca as vitórias-régias desaparecem, voltando suas sementes a germinar na estação das cheias.
As matas de várzea localizam-se entre a terra firme e os igapós, variando de acordo com a proximidade dos rios. Nelas podem ser encontradas árvores de grande porte como a seringueira, as palmeiras e o jatobá.
CLIMA: equatorial
MUNICÍPIOS (número): 62 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Manaus (1.138.198), Manacapuru (60.216), Tefé (64.097), Parintins (61.911), Itacoatiara (60.976), Humaitá (43.056)
HORA LOCAL (em relação a Brasília): -1h a L da linha Tabatinga-Porto Acre; -2h a O
HABITANTE: amazonense
POPULAÇÃO: 2.812.557 (2000)
DENSIDADE: 1,78 habitantes por km2
ANALFABETISMO: 15,3% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,3
CAPITAL: Manaus, fundada em: 24/10/1848
A instalação da Zona Franca fez a população de Manaus aumentar de 300 mil para 800 mil habitantes entre 1970 e 1985.
HABITANTE DA CAPITAL: manauara ou manauense

A economia do estado baseia-se principalmente nas atividades de extrativismo, mineração, indústria e pesca. Os principais produtos agrícolas cultivados no estado incluem a laranja, a mandioca, o arroz e a banana. Entre os minerais existentes, destacam-se o calcário, a gipsita e o estanho. A produção industrial recebeu significativo impulso a partir de 1967, quando foi criada a Zona Franca comercial e industrial de Manaus, com o objetivo de promover o desenvolvimento da região. Destacam-se no parque industrial do estado, a produção de materiais elétricos e de comunicação; a indústria metalúrgica e de extração mineral; a fabricação de relógios; e a indústria alimentícia e de bebidas.
A pesca é uma das principais atividades econômicas da população amazônica e o alimento básico para o seu sustento. Existem várias espécies de peixes nos inúmeros rios da região, entre os quais se destacam o tucunaré, o dourado amazônico, o gamitana e a pescada. As piranhas, cuja carne é muito apreciada por pescadores, habitam quase todos os rios da Amazônia. No entanto, raramente encontram-se em concentrações suficientes para causar o perigo que a elas é freqüentemente atribuído. O pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, é encontrado em abundância nos rios amazônicos. Podendo atingir dois metros de comprimento e pesar até 150 kg, suas escamas são utilizadas como lixas e sua carne é muito apreciada pelos habitantes da região. O peixe-boi, uma das espécies mais exóticas da Amazônia, encontra-se em risco de extinção, por ser presa fácil de caçadores. Trata-se de um mamífero que pode alcançar até três metros de comprimento e 400 kg de peso.
A construção da Rodovia Belém-Brasília, no final dos anos 50, é o primeiro passo para romper o isolamento e a estagnação econômica dos estados amazônicos. Em 06 de junho de 1957, foi criada pela Lei 3.173 a ZONA FRANCA DE MANAUS, pelo Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira, que tinha como objetivo básico: "estabelecer um Programa de Desenvolvimento Regional, que promovesse a recuperação econômica da Região, esvaziada e abalada pela desestruturação das atividades da borracha, da juta e do extrativismo florestal". Esta Lei só foi regulamentada 10 anos depois de promulgada, pelo Decreto Lei Nº 288 de 28 de fevereiro de 1967, criando a SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS - SUFRAMA, na administração do Presidente da República Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. O objetivo é estabelecer um pólo industrial na capital do Amazonas por meio de redução dos impostos de importação e exportação. No ínicio dos anos 70, começa a ser desenvolvido, por meio do Plano de Integração Nacional, um programa que prevê a construção de estradas, a ocupação planejada e o incentivo à instalação de empresas na região. É dessa fase a construção da Transamazônica e a de agrovilas que atraíram milhares de migrantes com a concessão de lotes de terras. O objetivo desse e de outros programas, administrados pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (INCRA) e pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) é "integrar para não entregar" , já que os governos militares queriam garantir a ocupação brasileira numa região tradicionalmente cobiçada por outros países
Uma nova frente de desenvolvimento do Estado vem sendo instalada, o Terceiro Ciclo e o turismo, especialmente o ecológico, que atrai milhares de brasileiros e estrangeiros

Até meados do século XVIII, quase toda a região amazônica pertencia legalmente à Espanha. Nesse longo período, permanece praticamente desconhecida, visitada apenas por missionários e aventureiros, alguns enviados em expedições oficiais, como a de Pedro Teixeira, que em 28.12.1637 subiu o Rio Amazonas, alcançando Quito, no Equador. Tanto os portugueses como os espanhóis só exploram as chamadas "drogas do sertão" - madeiras, resinas, ervas e condimentos - que não chegaram a ter importância ecconômica significativa. Isso explica, em parte, a relativa facilidade com que a Espanha cedeu toda a imensa área a Portugal nas negociações do Tratado de Madri de 1750.
Nas décadas seguintes são construídas fortalezas para a defesa da região, transformada na Capitania de São José do Rio Negro.

Os padres jesuítas são substituídos por funcionários leigos na catequese e educação dos índios. Com a Independência, a capitania é integrada à província do Pará, envolvendo-se nas lutas da Cabanagem. Em 1850, o governo imperial cria a província do Amazonas, com capital em Manaus, antiga Barra do Rio Negro. E em 1866, quando começa a crescer a importância da borracha para a economia local, o Rio Amazonas é aberto à navegação internacional
Pelo Tratado de Tordesilhas, assinado entre Espanha e Portugal em 1494, a região Amazônica pertencia à Espanha. Desde o início do século XVII, no entanto, passou a ser alvo de incursões portuguesas. As disputas com a Espanha terminaram com a assinatura do Tratado de Madri, em 1750, que deu a Portugal a posse definitiva da região. Em 1850, D. Pedro II criou a província do Amazonas.
No início do século XX, a exploração da borracha levou grande riqueza para a região Amazônica. Com a decadência econômica que se sucedeu, em decorrência da exploração intensiva daquele produto nas colônias inglesas e holandesas do oriente, notadamente na Malásia, o estado passou por longo período de estagnação econômica. A partir de 1950, começou gradativamente a retomar o crescimento por meio de incentivos do Governo Federal. Esse processo culminou com a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967, que introduziu a industrialização na região Amazônica.
O Poder Executivo do estado do Amazonas é chefiado pelo governador Amazonino Mendes, eleito em 1994, pelo Partido Progressista Reformador (PPR), para um mandato de quatro anos. A Assembléia Legislativa do estado compõe-se de 24 deputados estaduais e a representação no Congresso Nacional inclui três senadores e oito deputados federais.

Fontes: IBGE / República Federativa do Brasil

PARÁ






LOCALIZAÇÃO: o Pará fica no centro-leste da região Norte
Cortado pela linha do Equador em seu extremo norte, está localizado entre os paralelos 2N e 5 S e entre os meridianos 56 e 48 W.GR
A origem do nome Pará vem do termo pará, que significa rio-mar na língua indígena tupi-guarani. Era como os índios denominavam o braço direito do rio Amazonas, engrossado com as águas do rio Tocantins, que o torna tão vasto ao ponto de não se poder ver a outra margem, mais parecendo um mar do que um rio. Ao chegarem à região, os portugueses deram primeiramente o nome de Feliz Luzitânia à terra, que foi depois substituído pelo de Grão-Pará (grande rio), para finalmente, se tornar apenas Pará.
FRONTEIRAS: Norte = Suriname e Amapá; Nordeste = Oceano Atlântico; Leste = Maranhão ; Sul = Mato Grosso; Oeste = Amazonas; Noroeste = Roraima e Guiana; Sudeste = Tocantins; Sudoeste = Amazonas e Mato Grosso
ÁREA (km²): 1.253.164,49
É o segundo maior estado do país em superfície, mais de 16% do território nacional (o maior é o estado do Amazonas), o que representa mais de duas vezes o território da França.
RELEVO: planície amazônica a N, depressões e pequenos planaltos. O relevo é baixo e plano; 58% do território se encontram abaixo dos 200 metros. As altitudes superiores a 500 metros estão nas serras de Carajás, Caximbinho e Acari.
O relevo do estado apresenta três aspectos distintos que incluem (1) o planalto Norte-Amazônico, formado quase integralmente por terrenos cristalinos, representando uma das parcelas do planalto das Guianas, onde se encontram as serras de Acari e Tumucumaque (cerca de 850 metros de altitude); (2) a planície Amazônica, faixa sedimentar estreita e alongada no sentido sudoeste-nordeste, através da qual corre o rio Amazonas; e (3) o planalto Sul-Amazônico, que se consitui parcela do planalto Central brasileiro, elevando-se em direção ao sul, onde se encontra a serra dos Carajás.
RIOS PRINCIPAIS: Amazonas, Tapajós, Xingu, Jari, Tocantins, Pará
A bacia hidrográfica do estado do Pará abrange área de 1.253.164,5 km2, sendo 1.049.903,5 km2 pertencentes à bacia Amazônica e 169.003,5 km2 pertencentes à bacia do Tocantins. É formada por mais de 20 mil quilômetros de rios extensos e perenes como o Amazonas, que corta o estado no sentido oeste/leste e deságua num grande delta estuário com inúmeras ilhas, entre elas a ilha do Marajó, ou os rios Tocantins e Guamá que formam bacias independentes.
Estão também no Pará alguns dos mais importantes afluentes do Amazonas como Tapajós, Xingu e Curuá, pela margem direita, Trombetas, Nhamundá, Maicuru e Jari pela margem esquerda.
A existência desta extensa rede garante duas importantes vantagens: a facilidade da navegação fluvial e um potencial hidroenergético avaliado em mais de 25.000 MW.
VEGETAÇÃO: mangues no litoral, campos na Ilha de Marajó, cerrado a S e Floresta Amazônica
A vegetação é rica, exuberante. São cinco tipos de cobertura vegetal, todos enquadrados na classe de formação de "floresta tropical pluvial":
Mata de terra firme, com grande potencial madeireiro
Mata de várzea, ao longo dos rios e, por isso, de fácil acesso
• Manguesal, ao longo da costa atlântica, com predominância de dois tipos de vegetação (mangue e siriúba) cuja ocorrência depende do grau de salinidade
Igapó, área de inundação permanente caracterizada por uma vegetação cujas raízes possuem pneumatóforos (pontas descobertas com função respiratória)
Campos naturais, com ocorrência de dois tipos: campos lisos com leguminosas rasteiras e cyperáceas; e campos cerrados, com muruci do campo e caimbá, ambos utilizáveis na pecuária extensiva.
CLIMA: equatorial
MUNICÍPIOS (número): 143 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Belém, Santarém, Marabá, Altamira, Castanhal, Abaetetuba
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: paraense
POPULAÇÃO: 6.192.307 (2000)
DENSIDADE: 4,94 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 16,3% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,3 óbitos por mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Belém, fundada em 12/1/1616
O Forte de Presépio, fundado em 1615 pelos portugueses, deu origem a Belém, mas a ocupação do território foi desde cedo marcada por incursões de holandeses e ingleses em busca de especiarias.
Foi planejada visando a defender ou dificultar investidas de outros estrangeiros na região norte da América portuguesa. Em 1751 tornou-se capital do estado do Maranhão e do Grão-Pará, que abrangia todo o extremo norte do Brasil.
HABITANTE DA CAPITAL: belenense

A composição da economia do estado do Pará é diversificada, baseando-se no extrativismo (mineral e vegetal), na agricultura, na pecuária e também na indústria. Entre os produtos cuja produção mais se destaca encontram-se a laranja, a cana-de-açúcar, o milho, a pimenta-do-reino, o arroz, a mandioca, o cacau, o feijão, frutas silvestres, palmito e coco dendê. Na pecuária predomina a criação de galináceos, seguidos pelos bovinos, suínos, eqüinos e ainda os bubalinos. Na área de mineração destacam-se o ferro, a bauxita, o manganês, o calcário, o ouro e o estanho. Predominam no estado do Pará as indústrias alimentícia, madeireira e de mineração.
No século 17, a região, integrada à capitania do Maranhão e Grão-Pará, conheceu a prosperidade com a lavoura e a pecuária. Em 1774, desfez-se a integração. Em 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto (Portugal) foi apoiada pelos paraenses, mas o levante acabou reprimido. As lutas políticas continuaram: a mais importante, a Cabanagem (1835), chegou a decretar a independência da província.
A economia cresceu rapidamente no século 19 e início do século 20 com a exploração da borracha. Com o declínio deste ciclo, veio a estagnação, da qual o Pará só saiu na década de 60, com o desenvolvimento agrícola do sul do Estado. Na década de 70, o crescimento foi acelerado com a exploração do ferro na serra de Carajás e do ouro em Serra Pelada.

O Estado do Pará, estrela na Bandeira Nacional acima do dístico "Ordem e Progresso", já foi território independente do Brasil. Ligado diretamente ao Reino de Portugal logo no começo de sua colonização, o Estado do Maranhão e Grão-Pará era separado da então colônia portuguesa na América. Grande parte das terras paraenses também já pertenceram, mesmo que só no papel, à Coroa Espanhola, devido à União Ibérica, entre 1580 e 1640.
Após o fim dessa União Ibérica, foi incentivada a colonização do Pará, cujas terras já estavam sob a mira de outras nações européias. Portugal substituiu o comércio das especiarias orientais pelo extrativismo das chamadas "drogas do sertão", descobrindo uma alternativa econômica e ajudando a desbravar o território do Grão-Pará.
A região onde hoje se encontra o estado do Pará foi diversas vezes invadida desde o início do século XVI, por holandeses e ingleses em busca de sementes de urucum, guaraná e pimenta. A ocupação portuguesa consolidou-se em 1616, com a fundação do forte do Presépio, mais tarde denominado forte do Castelo, na baía de Guajará, que deu origem à cidade de Belém. Em 1621, o território passa a fazer parte da província do Maranhão e Grão-Pará, integração criada com o objetivo de melhorar as defesas da costa e os contatos com a metrópole, uma vez que as relações com a capital da colônia, Salvador, localizada na costa atlântica, eram dificultadas pelas correntes marítimas. No século XVII, a região conheceu um período de grande prosperidade, com a proliferação de lavouras de café, arroz, cana-de-açúcar, cacau e tabaco, além de fazendas de gado. A integração do Maranhão e Grão-Pará foi desfeita em 1774, época que coincidiu com certa estagnação da economia local. No final do século XIX, no entanto, o crescimento econômico foi retomado, a partir da exploração da borracha, que trouxe grande desenvolvimento para a região norte do país. Ao longo do século XIX ocorreram no Pará alguns movimentos de insurgência contra Portugal, entre os quais se destaca o movimento popular da Cabanagem, ocorrido em 1835 e sufocado em seguida, que chegou a decretar a independência da província e instalar um novo governo em Belém.
Existem ainda hoje no estado do Pará cerca de 39 grupos indígenas, espalhados por uma área de 23.819.186 hectares, da qual 8.768.620 hectares já se encontram demarcados. A população indígena estimada pelo IBGE no estado é de 15.450 habitantes. Entre as maiores comunidades em termos populacionais encontram-se os andira marau, que somam 5.825 pessoas distribuídas entre 788.528 hectares nos municípios de Aveiro e Itaituba; e os mundurucus, que são em número de 2.384 e ocupam área de 948.541 hectares no município de Itaituba. Do total de 39 tribos, 21 já ocupam áreas demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Os caiapós formam o grupo que ocupa a maior área já demarcada pela FUNAI (3.284.005 hectares).

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Pará / República Federativa do Brasil


RONDÔNIA




LOCALIZAÇÃO: Rondônia fica no oeste da região Norte
FRONTEIRAS: Norte = Amazonas; Sul = Bolívia; Leste = Mato Grosso; Sul e Oeste = Bolívia; Oeste = Acre
ÁREA (km²): 238.512,8
RELEVO: planície a Oeste, depressões e pequenos planaltos a Norte, planalto a Sudeste
Seu relevo é suavemente ondulado; 94% do território encontra-se entre as altitudes de 100 e 600m
RIOS PRINCIPAIS: Madeira, Ji-Paraná, Guaporé, Mamoré
VEGETAÇÃO: Floresta Amazônica e cerrado a oeste
CLIMA: equatorial
MUNICÍPIOS (número): 52 (1997)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena
HORA LOCAL (em relação a Brasília): - 1h
HABITANTE: rondoniense
POPULAÇÃO: 1.379.787 (2000)
DENSIDADE: 5,78 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 11,5% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,3
CAPITAL: Porto Velho, fundada em 2/10/1914
HABITANTE DA CAPITAL: porto-velhense

A economia se baseia na agricultura (café, cacau, arroz, mandioca, milho) e no extrativismo (borracha, madeira, minérios).
Somente algumas missões religiosas se haviam aventurado pela região até o século 17. Com a descoberta do ouro no vale do rio Cuiabá, no século 18, os bandeirantes começaram a explorar o vale do rio Guaporé.
Um fator importante para a colonização foi o auge do ciclo da borracha, no final do século 19, quando muitos nordestinos migraram para a área. O início da construção da ferrovia Madeira-Mamoré, em 1907, constituiu outro impulso para o povoamento.
Em 1943, foi criado o Território Federal de Guaporé, em terras desmembradas do Amazonas e do Mato Grosso. O território recebeu o nome de Rondônia em 1956, em homenagem a Cândido Rondon, o desbravador da região.
A descoberta de cassiterita estimulou a economia local e, em 1981, Rondônia tornou-se Estado. Já naquela época, milhares de famílias que viviam na região aguardavam a distribuição de terras pelo Incra, situação que ainda não encontrou uma solução definitiva.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Rondônia / República Federativa do Brasil






RORAIMA



LOCALIZAÇÃO: Roraima, estado brasileiro, fica no noroeste da região Norte
O nome do estado de Roraima origina-se das palavras roro, rora, que significa verde, e ímã, que quer dizer serra, monte, no idioma indígena ianomâmi, formando serra verde, que reflete o tipo de paisagem natural encontrada na região.
Seu território compõe-se, em sua maior parte, de terrenos cristalinos pertencentes ao Escudo das Guianas
FRONTEIRAS: Norte e Nordeste = Venezuela; Leste = Guiana
DIVISAS: Oeste e Sul = Amazonas; Sudeste = Pará
ÁREA (km²): 225.116,1
RELEVO: planalto no Norte, depressões no Sul
O relevo é bastante variado; junto às fronteiras da Venezuela e da Guiana ficam as serras de Parima e de Paracaima, onde se encontra o monte Roraima, com 2.875m de altitude
RIOS PRINCIPAIS: Branco, Uraricoera, Catrimani, Mucajaí, Alalaú, Tacutu
A bacia hidrográfica do estado de Roraima pertence à bacia Amazônica e tem 204.640 km2 de extensão.
VEGETAÇÃO: Floresta Amazônica com pequena faixa de cerrado a Leste
Em sua porção ocidental e meridional o estado é coberto pela floresta Amazônica, mas toda a porção centro-oriental é caracterizada pela presença de formações arbustivas e herbáceas (campinas e cerrados).
CLIMA: equatorial a Norte, Sul e Oeste, tropical a Leste
MUNICÍPIOS (número): 15 (1997)
Sete dos 15 municípios do estado foram instalados com a posse do cargo de seu primeiro prefeito, em 1º de janeiro de 1997
CIDADES MAIS POPULOSAS: Boa Vista, Mucajaí, Alto Alegre, Normandia
HORA LOCAL (em relação a Brasília): -1h
HABITANTE: roraimense
POPULAÇÃO: 324.397 (2000)
DENSIDADE: 1,44 habitantes p/Km2
ANALFABETISMO: 12% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 36,6 óbitos antes de completar um ano de vida, por cada grupo de mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Boa Vista, fundada em 9/7/1890
A distância de Boa Vista à capital do país, Brasília, é de 4.275 km. A cidade está interligada a Manaus, capital do estado do Amazonas, pela rodovia BR 174 (785 km) e a rodovia BR 401 (205 km) estabelece ligação com Bonfim, na República Cooperativista da Guiana. Além desses acessos por via terrestre, sua ligação com as demais regiões do país são feitas por via aérea
HABITANTE DA CAPITAL: boa-vistense

A agricultura, a pecuária e as atividades ligadas ao extrativismo mineral e vegetal constituem a base da economia do estado de Roraima. Na agricultura destaca-se a produção de arroz, feijão, milho, mandioca e banana. A principal criação na área da pecuária é a de gado bovino, que totaliza 350 mil cabeças no estado. É também significativa a criação de suínos e galináceos. Existem ainda reservas de diamantes, cassiterita, molibdênio, bauxita, cobre, areia, argila e granito, além da extração de ouro, que chegou a alcançar, já depois de beneficiado, um milhão de gramas no ano de 1992.

O antigo território do Rio Branco, transformado no atual Estado de Roraima, pelo Art. 14 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Brasileira, promulgada em 1988 - o período de 5 de outubro de 1988 a 31 de dezembro de 1990 é considerado de transição do Território para o Estado, foi disputado por espanhóis, portugueses, holandeses e ingleses desde o início do século XVI. Seus povoados, no entanto, somente começaram a se instalar no século XVIII, após o extermínio de grande número de indígenas. Em 1858, o governo federal criou a freguesia de Nossa Senhora do Carmo, transformada no município de Boa Vista do Rio Branco, em 1890. Em 1904 houve grave disputa territorial com a Inglaterra, que tirou do Brasil a maior parte das terras da região do Pirara, pequeno afluente do rio Maú, incorporadas à Guiana Inglesa. A partir de 1943, foi criado o Território Federal do Rio Branco, cuja área foi desmembrada do estado do Amazonas. Passou a chamar-se Território Federal de Roraima a partir de 13 de dezembro de 1962. Em 5 de outubro de 1988, com a promulgação da nova Constituição do país, o território foi transformado em estado da federação.
A criação da freguesia de Nossa Senhora do Carmo, em 1858, transformada em município de Boa Vista, em 1890, consolidou a organização local. A disputa pelas terras com a Inglaterra só terminou definitivamente em 1904, com a arbitragem do soberano italiano Vítor Emanuel II, que tirou do Brasil o trecho do Pirara, incorporado à Guiana Inglesa.
Em 1943, com o desmembramento do município do Estado do Amazonas, foi criado o Território Federal de Rio Branco, que, em 1962, passou a denominar-se Roraima. Sua ocupação efetiva só ocorreu graças à descoberta de ouro e diamantes. Em 1988, foi transformado em Estado.
Existe ainda hoje no estado de Roraima uma população de aproximadamente 30.000 indígenas, distribuídos entre 200 aldeias, que ocupam área de 14.882.879 hectares. Um total de 24 dessas áreas já se encontra demarcado em definitivo pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo federal responsável pela questão. A maior comunidade em termos populacionais é o grupo dos ianomâmi, que vive em terras pertencentes aos municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Caracaraí e Mucajaí. Sua população de 9.910 índios ocupa área total de 9.419.108 hectares. Até a década de 80 prevalecia entre os estudiosos de povos indígenas, a previsão de que o desaparecimento de suas tribos era iminente, devido aos casos de assassinatos e doenças provocadas pelo contato com a população branca e os constantes deslocamentos para terras improdutivas. Atualmente, verifica-se um prognóstico demográfico positivo para a população indígena brasileira, que está voltando a recuperar seu crescimento.

História:
Pelo rio Branco chegaram os primeiros colonizadores portugueses. Mas o vale do rio Branco sempre foi cobiçado por ingleses e holandeses, através da Guiana que aqui estiveram em busca de índios. Os espanhóis pelo território da atual Venezuela também chegaram a invadir a parte norte do rio Branco e no rio Uraricoera. Os portugueses derrotaram e explusaram todos os invasores e estabeleceram a saberania de Portugual sobre a região.
A contrução do Forte São Joaquim na confluência dos rios Uraricoiera e Tacutu, em 1775 foi um marco decisivo na conquista do rio Branco pelos portugueses. A decisão para construir o Forte São Joaquim, hoje destruído, foi tomada para que, apartir do Forte, os portugueses pudessem enfrentar a cobiça internacional e assegurar a soberania de Portugual sobre as terras do vale do Rio Branco.
Ápos o domínio na região, os portugueses partiram para a criação de povoados reunindo os próprios índios da região. Foram criados: Senhora da Conceição e Santo Antônio (no rio Uraricoera), São Felipe (no rio Tacutu) e Nossa Senhora do Carmo e Santa Bárbara (no rio Branco). Os índios não se sujeitaram às condições impostas pelos portugueses aos povoados. Assim, esses não se desenvolveram.
Em 1789, o comandante Manuel da Gama Lobo D'Almada, para garantir a presença do homem, dito civilizado nos campos naturais do rio Branco, introduziu o gado bovino e equino. Inicialmente na fazenda São Bento, no Uraricoera, depois na fazenda São Jóse, no Tacutu e na fazenda São Marcos, em 1799. Esta ainda hoje existe, pertence aos índios e está localizada em frente ao local onde existia o Forte São Joaquim.
Quem mais atentou contra a soberania protuguesa na região foram os ingleses. Entre 1810 e 1811, militares ingleses penetraram na região, mas foram impedidos de prosseguirem com o trabalho de penetração pelo comandante do Forte São Joaquim. Com as muitas invasões inglesas, foi decidido demarcar a nova fronteira entre o Brasil e a Guiana.
A colonização do Rio Branco, foi dividido em quatro períodos:
1. Da "descoberta" do rio Branco, em 1750, até o ínicio do século XIX;
2. Do ínicio do século XIX, até a criação do município de Boa Vista, em 1890;
3. Da criação do município de Boa Vista, em 1890, até a criação do Território Federal do Rio Branco;
4. Da criação do Território Federal aos dias atuais.
Fonte: FREITAS, Luiz Aimberê Soares de - Estudos Sociais de Roraima (Geografia e História)
Fontes: Governo do Estado de Roraima / IBGE / República Federativa do Brasil


TOCANTINS




LOCALIZAÇÃO: Tocantins, estado brasileiro, fica no sudeste da região Norte
Embora pertença formalmente à região Norte, o estado do Tocantins encontra-se na zona de transição geográfica entre o cerrado e a floresta amazônica. Essa característica fica evidente na fauna e flora locais, onde se misturam animais e plantas das duas regiões.
DIVISAS: Norte = Maranhão; Sul = Goiás; Leste = Maranhão, Piauí e Bahia; Sul = Goiás; Oeste = Mato Grosso e Pará
ÁREA (km²): 278.420,7
RELEVO: depressões na maior parte do território, chapadas ao Norte, o espigão do Mestre a Leste, planaltos a Sul e Nordeste, planície do médio Araguaia, com a Ilha do Bananal na região central
RIOS PRINCIPAIS: Tocantins, Araguaia, do Sono, das Balsas, Paranã
A bacia hidrográfica do estado abrange, aproximadamente, dois terços da área da bacia do rio Tocantins e um terço do rio Araguaia, além de várias sub-bacias importantes, fazendo do Tocantins um dos estados mais ricos do Brasil em recursos hídricos. No rio Araguaia encontra-se a ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do Brasil
VEGETAÇÃO: Floresta Amazônica a N, cerrado na maior parte do território com pequeno trecho de floresta tropical
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 139 (1997)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: tocantinense
POPULAÇÃO: 1.157.098 (2000)
DENSIDADE: 4,15 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 17,2% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29 óbitos por cada grupo de mil habitantes nascidos vivos (1994)
CAPITAL: Palmas, fundada em: 1/1/1990
HABITANTE DA CAPITAL: palmense


As principais atividades econômicas do estado de Tocantins baseiam-se na produção agrícola, com destaque para a produção de arroz, milho, soja, mandioca e cana-de-açúcar. A criação pecuária também é significativa, com 5,54 milhões de bovinos, 737 mil suínos, 180 mil eqüinos e 30 mil bubalinos. Outras atividades significativas são as indústrias de processamento de alimentos, a construção civil, móveis e madeireiras. O estado possui ainda jazidas de estanho, calcário, dolomita, gipsita e ouro.

O Estado foi criado por determinação da Constituição Brasileira de 05 de outubro de 1988, a partir da divisão do Estado de Goiás (parte norte e central). Mas a idéia de se constituir uma unidade autônoma na região data do século 19.
Em 1821, Joaquim Teotônio Segurado chegou a proclamar um governo autônomo, mas o movimento foi reprimido.
Na década de 70, a proposta de formação do novo Estado foi apresentada ao Congresso;chegou a ser aprovada em 1985, mas na ocasião acabou vetada pelo então presidente da República, José Sarney.

O extremo norte de Goiás foi desbravado por missionários católicos chefiados por frei Cristovão de Lisboa, que em 1625 percorreram a área do rio Tocantins, fundando ali uma missão religiosa. Nos dois séculos que se seguiram, a corrente de migração vinda do norte e nordeste continuou a ocupar parte da região. Pelo sul, vieram os bandeirantes, chefiados por Bartolomeu Bueno, que percorreram toda a região que hoje corresponde aos estados de Goiás e Tocantins, ao longo do século XVIII. Na região existiam duas culturas diferentes: de um lado, a dos sulistas, originários de São Paulo, e, do outro, os nortistas, de origem nordestina.
As dificuldades de acesso à região sul do estado, por parte dos habitantes do norte, os levaram a estabelecer vínculos comerciais mais fortes com os estados do Maranhão e Pará, sedimentando cada vez mais as diferenças e criando o anseio separatista. Em setembro de l821, houve um movimento que proclamou em Cavalcante, e posteriormente em Natividade, um governo autônomo da região norte do estado. Cinqüenta e dois anos depois, foi proposta a criação da província de Boa Vista do Tocantins, projeto não aceito pela maioria dos deputados do Império. No ano de l956, o juiz de direito da comarca de Porto Nacional elaborou e divulgou um "Manifesto à Nação", assinado por numerosos nortenses, deflagrando um movimento nessa comarca, que revigorava a idéia da criação de um novo estado.
Em l972, foi apresentada pelo presidente da Comissão da Amazônia, da Câmara dos Deputados, o Projeto de Redivisão da Amazônia Legal, do qual constava a criação do estado de Tocantins. A criação do estado do Tocantins foi aprovada em 27 de julho de l988, pela Comissão de Sistematização e pelo Plenário da Assembléia Nacional Constituinte. Seu primeiro governador, José Wilson Siqueira Campos, tomou posse em 1º de janeiro de l989, na cidade de Miracema do Tocantins, escolhida como capital provisória do novo estado, até que a cidade de Palmas, a atual capital, fosse construída.
Existe uma população estimada de 5.275 índios no estado de Tocantins, distribuídos entre sete grupos, que ocupam área de 2.171.028 hectares. Desse total, 630.948 hectares já foram demarcados pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI.
Cerca de 74% das terras indígenas, que correspondem aproximadamente a l.795.080 hectares, incluem apenas duas áreas que ainda estão em processo de demarcação, embora já estejam ocupadas pelos javaés e botos velhos.
O grupo indígena mais numeroso é o dos krahôs, com população de l.280 habitantes, que ocupa área de 302.533 hectares já demarcada pela FUNAI, nos municípios de Goiatins e Itacajá. Os xerentes representam o segundo grupo em tamanho, com população de l.l35 habitantes. Ocupam área também já demarcada pela FUNAI, de l67.542 hectares, no município de Tocantínia

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Tocantins / República Federativa do Brasil




Região Centro-Oeste




Ocupa 18,86% do território brasileiro, numa área de 1.612.077,2 km2 e é formada pelos estados de
(clique nos links abaixo para ver o mapa e acessar o histórico do Estado)
Distrito Federal
Goiás
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul

Localizada no extenso planalto Central, seu relevo caracteriza-se pela predominância de terrenos antigos e aplainados pela erosão, que deram origem a chapadões. Na parte oeste do estado de Mato Grosso do Sul e sudoeste do estado de Mato Grosso encontra-se a depressão do pantanal Mato-Grossense, cortada pelo rio Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano. A vegetação do Pantanal é extremamente variada e sua fauna de uma riqueza muito grande. Já na região de planalto predomina a vegetação de cerrado. O clima da região é tropical semi-úmido, com freqüentes chuvas de verão.
A população da região Centro-Oeste totaliza 10.501.480 habitantes, com densidade demográfica de 6,5 habitantes por km2. Representa 6,5% da população total do país e se concentra, em sua maioria, na zona urbana: 81,3%.
A economia da região Centro-Oeste baseou-se inicialmente na exploração de garimpos de ouro e diamantes e foi, gradativamente, sendo substituída pela pecuária. A transferência da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960, e a construção de ferrovias que facilitaram o acesso em direção ao oeste aceleraram o povoamento da região, contribuindo para o seu desenvolvimento. Encontram-se nesta região as maiores reservas de manganês do país, localizadas no maciço de Urucum, no Pantanal. Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são pouco exploradas. O turismo como atividade econômica vem se desenvolvendo rapidamente na região, atraindo visitantes de várias partes do mundo, que procuram desfrutar da riqueza da flora e da fauna do Pantanal, bem como da paisagem das chapadas encontradas nos estados de Goiás e Mato Grosso.
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Todos os dados estatísticos apresentados são originários do IBGE.
DISTRITO FEDERAL





LOCALIZAÇÃO: o Distrito Federal fica na região Centro-Oeste do Brasil
DIVISAS: Norte/Sul/Leste/Oeste = Goiás
ÁREA (km²): 5.822,1
RELEVO: planalto de topografias suaves
RIOS PRINCIPAIS: Paranoá, Preto, Santo Antônio do Descoberto, São Bartolomeu
VEGETAÇÃO: cerrado
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 1 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Ceilândia, Taguatinga, Gama, Samambaia
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: brasiliense
POPULAÇÃO: 2.051.146 (2000)
DENSIDADE: 352,30 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 5,2% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 27,6
CAPITAL: Brasília, fundada em: 21/4/1960
Em 1987 foi declarada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco.
HABITANTE DA CAPITAL: brasiliense

"Brasília correspondeu, essencialmente, a um projeto que tinha como objetivo garantir a ocupação territorial do centro do Brasil, segundo uma estratégia que se preocupava com o desenvolvimento e urbanização do Centro-Oeste e do Norte amazônico como meio de consolidar a soberania nacional sobre aquelas regiões. Essa solução, além disso, tinha o mérito de afastar a capital da agitação do Rio de Janeiro, das favelas e de quaisquer concentrações urbano-industriais, conferindo tranquilidade e meios de rápida defesa ao núcleo central do poder. Nessa concepção (idéia), a capital assume a característica de uma "fortaleza" irradiadora de poder e centro de integração territorial." (Fonte: José Arbex Jr. E Maria Helena Valente Senise. Cinco séculos do Brasil. São Paulo, Moderna, 1998, p.154)

A economia da cidade se baseia no comércio, serviços, administração pública, agricultura e indústria.

Quando Salvador ainda era a capital do Brasil (1578-1763) já se falava das vantagens de se mudar a capital para o interior. Em 1891, a primeira Constituição republicana reservou a área para a futura demarcação, mas somente em 1956, com a eleição de Juscelino Kubitschek, teve início a construção de Brasília. Oscar Niemeyer foi designado diretor de arquitetura e urbanismo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), que abriu concurso para a escolha do plano-piloto, vencido por Lúcio Costa.

"Uma grande civilização nascerá entre os paralelos 15 e 20º" profetizou Dom Bosco.
Em 1716, o Marquês de Pombal sugeriu pela primeira vez a necessidade de interiorizar a Capital do País. Em 1821, José Bonifácio de Andrada e Silva, retorna ao assunto da interiorização da Capital, sugerindo inclusive o nome "Brasília". Na 1ª Constituição da República, 1891, foi estabelecida legalmente a região onde deveria ser instalada a futura Capital.
Em 7 de setembro de 1922, ano do Centenário da Independência do Brasil, foi lançada no morro da Capelinha, em Planaltina, a Pedra Fundamental do Distrito Federal.
Em 21 de abril de 1960, após 1.000 dias de construção, o Presidente Juscelino Kubitschek inaugura a nova Capital do País e instala o Distrito Federal.
O Distrito Federal compreende o Plano Piloto de Brasília e Regiões Administrativas como Planaltina - Brazlândia - Núcleo Bandeirante - Taguatinga - Gama - Sobradinho - Guará - Ceilândia - Vila Paranoá - Vila Planalto e Cruzeiro.
A primeira eleição direta para Governador ocorreu no pleito de l990.

Fontes: Governo do Distrito Federal / IBGE / República Federativa do Brasil
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GOIÁS,




LOCALIZAÇÃO: Goiás, estado brasileiro, fica no leste da região Centro-Oeste
O nome do estado origina-se da denominação da tribo indígena guaiás, que por corruptela se tornou Goiás. Vem do termo tupi gwa ya que quer dizer indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça.
DIVISAS: Norte = Tocantins; Sudeste = Minas Gerais e Mato Grosso do Sul; Leste = Bahia e Minas Gerais; Oeste = Mato Grosso; Sudoeste = Mato Grosso do Sul
ÁREA (km²): 341.289,5
RELEVO: planalto, chapadas e serras na maior parte, depressão ao norte
Goiás integra o planalto Central, sendo constituído por terras planas cuja altitude varia entre 200 e 800 metros
RIOS PRINCIPAIS: Paranaíba, Aporé, Araguaia, São Marcos, Corumbá, Claro, Paranã, Maranhão
VEGETAÇÃO: cerrado com faixas de floresta tropical
Salvo pequena área onde domina a floresta tropical, conhecida como Mato Grosso de Goiás, a maior parte do território do estado de Goiás apresenta o tipo de vegetação escassa do cerrado, com árvores e arbustos de galhos tortuosos, cascas grossas, folhas cobertas por pêlos e raízes muito profundas
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 242 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Goiânia, Anápolis, Luziânia, Aparecida de Goiânia
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: goiano
POPULAÇÃO: 5.003.228 (2000)
DENSIDADE: 14,65 habitantes p/ km2
ANALFABETISMO: 10,08% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 25,8 por mil
CAPITAL: Goiânia, fundada em: 24/10/1933
HABITANTE DA CAPITAL: goianiense

A composição da economia do estado de Goiás baseia-se na produção agrícola e na pecuária, no comércio e nas indústrias de mineração, alimentícia, de confecção, mobiliário, metalúrgica e madeireira. Na agricultura destaca-se a produção de arroz, café, algodão herbáceo, feijão, milho, soja, sorgo, trigo, cana-de-açúcar e tomate. A criação pecuária inclui 18,6 milhões de bovinos, 1,9 milhão de suínos, 49,5 mil bubalinos, além de eqüinos, asininos, ovinos e aves. O estado de Goiás produz também água mineral, amianto, calcário, fosfato, níquel, ouro, esmeralda, cianita, manganês, nióbio e vermiculita.

A história de Goiás tem como ponto de partida o final do século XVII, com a descoberta das suas primeiras minas de ouro, e início do século XVIII. Esta época, iniciada com a chegada dos bandeirantes, vindos de São Paulo em 1727, foi marcada pela colonização de algumas regiões.
O Contato com os índios nativos e o negros foi fator decisivo na formação da cultura do Estado, deixando como legado principal cidades históricas como Corumbá, Pirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e posteriormente capital de Goiás. O início dos povoados coincide com o Ciclo de Ouro, minério amplamente explorado nessa época. Eles prosperaram e hoje são cidades que apresentam, por meio de seu patrimônio, a história de Goiás.
As Bandeiras
Goiás era conhecido e percorrido pelas bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil. Mas seu povoamento só ocorreu em virtude do descobrimento das minas de ouro (século XIII). Esta povoação, como todo povoamento aurífero, foi irregular e instável.

As primeiras bandeiras eram de caráter oficial e destinadas a explorar o interior em busca de riquezas minerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para captura de índios. Costumava-se dizer que o Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, foi o descobridor de Goiás.
Mas isso não significa que ele foi o primeiro a chegar no estado, e sim, o primeiro a ter intenção de se fixar aqui. A bandeira saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722. O caminho já não era tão difícil como nos primeiros tempos.
No dia 25 de outubro de 1425, após três anos, os bandeirantes voltaram triunfantes a São Paulo, divulgando que haviam descoberto cinco córregos auríferos, minas tão ricas como as de Cuiabá, com ótimo clima e fácil comunicação.
Povoamento de Goiás
Poucos meses após a volta da Bandeira, organizou-se em São Paulo uma nova expedição para explorar os veios auríferos. Bartolomeu, agora superintendente das minas, e João Leite da Silva Ortiz, como guarda-mor.
A primeira região ocupada foi a do Rio Vermelho. Fundou-se lá o arraial de Sant'ana, que depois seria chamado de Vila Boa, e mais tarde de Cidade de Goiás. Esta foi durante 200 anos a capital do território.
Nas proximidades de Sant'ana, surgiram numerosos arraiais às margens dos córregos e rios, como centros de garimpo: Barras, Ferreiro, Anta, Ouro Fino, Santa Rita, etc. Ao divulgar-se a riqueza das minas recém - descobertas, surgiram gente de toda parte do país.
Época do Ouro em Goiás
A época de Ouro em Goiás foi intensa e breve. Após 50 anos, verificou-se a decadência rápida e completa da mineração. Por outro lado, só se explorou o ouro de aluvião, isto é, das margens dos rios, e a técnica empregada era rudimentar.
A sociedade Goiana da Época de Ouro
Goiás pertenceu até 1749 à capitania de São Paulo. A partir desta data, tornou-se capitania independente. No aspecto social a distinção fundamental foi entre livres e escravos, sendo estes em menor número do que aqueles no início da colonização das minas. A população, contudo, continuou composta por negros e mulatos na sua maioria.
Transição da Sociedade Mineradora para Sociedade Pastoril
Ao se evidenciar a decadência do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas por parte de governo, sem alcançar no entanto resultado satisfatório.
A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil, não encontrou, de imediato, um produto que a substituísse em nível de vantagem econômica.
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralização e regresso a uma economia de subsistência.
A independência de Goiás
Assim como no Brasil, o processo de independência de Goiás se deu gradativamente. A formação de juntas administrativas, que representam um dos primeiro passos nesse sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder entre os grupos locais.
Especialmente sensível em Goiás, reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência governamental, proclamou sua separação do Sul.
Goiás e a Mudança de Capital
A partir de 1940, Goiás cresce rapidamente: a construção de Goiânia, o desbravamento do Mato Grosso goiano, a campanha nacional de "marcha para o oeste", que culmina na década de 50 com a construção de Brasília, imprimem um ritmo acelerado ao progresso de Goiás.
A população se multiplicava; as vias de comunicação promovem a integração de todo país e dentro do mesmo Estado; assiste-se a uma impressionante explosão urbana, com o desenvolvimento concomitante de todos os tipos de serviços (a educação especialmente).
Na década de 80, o estado apresenta um processo dinâmico de desenvolvimento. grande exportador de produção agropecuária, Goiás vem se destacando pelo rápido processo de industrialização. Hoje, ele está totalmente inserido no processo de globalização da economia mundial, aprofundando e diversificando, a cada dia, suas relações comerciais com os grandes centros comerciais.
Fonte: História de Goiás. Luís Palacin. Maria Augusta de Sant'ana Moraes. 5ª edição. Editora UFG/1989.

Em 1748 foi criada a capitania de Goiás, desmembrada da de São Paulo, que, em 1824, tornou-se província. Ao mesmo tempo em que as minas começavam a se esgotar, a lavoura e a pecuária se transformaram nas principais atividades econômicas, a partir de 1860.
A colonização de Goiás deveu-se também à migração de pecuaristas que partiram de São Paulo no século XVI, em busca de melhores terras para o gado. Dessa origem ainda hoje deriva a vocação do estado para a produção pecuária.
A abertura de estradas e a navegação, no século 19, facilitaram o escoamento dos produtos, enquanto a construção das novas capitais -- Goiânia (1935) e Brasília (1956) -- favoreceu a economia.
Em 1988, o norte de Goiás foi desmembrado, formando o Estado de Tocantins.
Existem atualmente quatro áreas indígenas no estado de Goiás, três das quais já se encontram demarcadas pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, órgão do governo federal responsável pela questão indígena no país. A população indígena do estado não ultrapassa 120 habitantes e ocupa área de 39.781 hectares, abrangendo os municípios de Aruanã, Cavalcante, Minaçu, Colinas do Sul, Nova América e Rubiataba.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Goiás / República Federativa do Brasil

MATO GROSSO




LOCALIZAÇÃO: o Mato Grosso, estado brasileiro, fica no oeste da região Centro-Oeste
DIVISAS: Norte = Amazonas e Pará; Sul = Mato Grosso do Sul; Oeste = Rondônia e Bolívia; Leste = Tocantins e Goiás
ÁREA (km²): 906.806,9
RELEVO: planalto e chapadas no centro, planície com pântanos a oeste e depressões e planaltos residuais a Norte
RIOS PRINCIPAIS: Juruena, Teles Pires, Xingu, Araguaia, Paraguai, Piqueri, Cuiabá, São Lourenço das Mortes
VEGETAÇÃO: cerrado na metade leste, floresta amazônica a NO, pantanal a O
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 126 (1997)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres e Barra do Garça
HORA LOCAL (em relação a Brasília): -1h
HABITANTE: matogrossense
POPULAÇÃO: 2.504.253 (2000)
DENSIDADE: 2,76 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 11,11% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 28,5
CAPITAL: Cuiabá, fundada em: 8/4/1719
HABITANTE DA CAPITAL: cuiabano ou papa-peixe

Sua economia se baseia na indústria extrativista (madeira, borracha); na agricultura (cana-de-açúcar, soja, arroz, milho); na pecuária e criações; na mineração (calcário e ouro); e na indústria (metalúrgica e alimentícia).
Pelo Tratado de Tordesilhas (7 de junho de 1494), a área pertencia à Espanha. Os jesuítas, a serviço dos espanhóis, criaram os primeiros núcleos, de onde foram expulsos pelos bandeirantes paulistas em 1680. Em 1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento. Em 1748, para garantir a nova fronteira, Portugal criou a capitania de Mato Grosso e lá construiu um eficiente sistema de defesa.
Com os Tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), Espanha e Portugal estabeleceram as novas fronteiras. A produção de ouro começou a cair no início do século 19. Em 1901, ocorreu um movimento separatista temporariamente controlado.
Em 1917, a situação se agravou, provocando intervenção federal. Com a chegada dos seringueiros, pecuaristas e exploradores de erva-mate na primeira metade do século 19, o Estado retomou o desenvolvimento.
Em 1977, uma parte do Estado foi desmembrada e transformada no Mato Grosso do Sul.

HISTÓRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO
O descobrimento, por bandeirantes paulistas, das "Minas de Cuyabá", iniciou-se o período colonizador. O interesse por esta imensa região deveu-se principalmente ao ouro. Os reinos na América do Sul eram divididos por uma linha que cortava a Ilha de Marajó, os rios Tocantins e Araguaia, a extremidade ocidental do Distrito Federal, o Triângulo Mineiro, os arredores da cidade paulista de Bauru, a região entre Curitiba e Paranaguá, no Paraná e a catarinense cidade de Laguna. Mato Grosso era território espanhol.
No tempo da assinatura do Tratado de Tordesilhas, que dividia o mundo em duas partes, portuguesa e espanhola, as terras mato-grossenses eram ocupadas por nações indígenas, vivendo um mundo bem à parte, com magníficas florestas, rios, vales, cachoeiras e alimento abundante. O Tratado de Tordesilhas, mudou o cenário mundial, sua assinatura entre os reinos de Castela (Espanha) e Portugal, ocorreu por consequência do Estado de guerra em que viviam potências ibéricas, na Segunda metade do século XV.
O primeiro Tratado entre as potências, foi assinado em 1480, em Toledo (Espanha), sob intermediação do Papa. O acordo dividiu o mundo entre duas potências e foi feito em sentido dos paralelos: ao norte das Ilhas Canárias, incluídas, ficava a área de Castela, ao sul ficava o domínio de Portugal. Criou-se então, um hemisfério espanhol, e ao sul um hemisfério português.
Portugal, através de Bartolomeu Dias, descobriu o Oceano índico, em 1488, através do Cabo da Boa Esperança. Em março de 1493, quando retornava de sua viagem à recém descoberta América, Colombo desembarca em Lisboa e dá a notícia do descobrimento do Novo Mundo, que consideravam a Índia.
O rei de Portugal, João II, por julgar que o Tratado de Toledo fora rompido, pois haviam informações de que as novas terras estavam ao sul das Ilhas Canárias, prepara suas tropas e ameaça invadir a Espanha.O Papa Espanhol Alexandre (1492-1505) propôs um acordo, sendo que desta feita, o mundo seria dividido em dois hemisférios.
O Papa publicou a bula Inter Coetera, a 03 de maio de 1493, recusada por Portugal. O novo acordo, assinado sem a presença do Papa, na cidade de Tordesilhas, a 07 de junho de 1494, é definitivo. Portugal impõe 370 léguas a oeste de Cabo verde (1.184 milhas), garantindo o monopólio lusitano sobre as duas margens do Atlântico.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Mato Grosso / República Federativa do Brasil

MATO GROSSO DO SUL




LOCALIZAÇÃO: o Mato Grosso do Sul, estado brasileiro, fica no sul da região Centro-Oeste
DIVISAS: Norte = Mato Grosso; Sul e Sudoeste = Paraguai; Nordeste = Goiás e Minas Gerais; Leste = São Paulo; Sudeste = Paraná; Oeste = Bolívia
ÁREA (km²): 358.158,7
RELEVO: pantanal, planaltos com escarpas, depressões
O Pantanal cobre o extremo oeste do Estado; as planícies, o noroeste; e os planaltos com as escarpas das serras do Bodoquena, o leste
RIOS PRINCIPAIS: Paraguai, Paraná, Paranaíba, Miranda, Aquidauana, Taquari, Negro, Apa, Correntes
A totalidade dos rios do estado de Mato Grosso do Sul pertence à bacia hidrográfica do Paraná, que ocupa área de 358.158,7 km2
VEGETAÇÃO: cerrado a Leste, Pantanal a Oeste, floresta tropical a Sul
Tipo de vegetação característico da região Centro-Oeste do Brasil, apresenta árvores e arbustos de galhos tortuosos, cascas grossas, folhas cobertas por pêlos e raízes muito profundas.
Os campos são regiões cobertas por gramíneas, características do extremo sul do Brasil, mas também encontradas no Complexo do Pantanal.
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 77 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas
HORA LOCAL (em relação a Brasília): -1h
HABITANTE: sul-mato-grossense
POPULAÇÃO: 2.078.001 (2000)
DENSIDADE: 5,80 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 10,01% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,6 óbitos antes de completar um ano de idade, para cada mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Campo Grande, fundada em: 26/8/1899
HABITANTE DA CAPITAL: campo-grandense

As principais atividades econômicas desenvolvidas no estado de Mato Grosso do Sul estão relacionadas à agricultura e à agroindústria, à extração mineral e à produção de cimento. Os principais produtos agrícolas cultivados no estado incluem algodão herbáceo, arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho, soja e trigo. O rebanho bovino totaliza 19,6 milhões de cabeças, encontrando-se também grande número de suínos, eqüinos, ovinos e galináceos. Em 1992, a atividade mineradora produziu um total de 833,8 mil toneladas de ferro; 447,6 mil toneladas de manganês; e 1,1 milhão de toneladas de calcário. No setor industrial, além da mineração e da produção de cimento, a indústria alimentícia também merece destaque.

As idéias separatistas do Mato Grosso do Sul tiveram início no começo do século, com uma revolta chefiada pelo coronel Mascarenhas, que resultou na derrota dos rebeldes. O norte sempre resistiu, por temer o esvaziamento econômico do Estado.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a região sul aderiu ao movimento, sob a condição de que em caso de vitória obteria a divisão. Em 1o de outubro de 1977, o Mato Grosso do Sul foi finalmente desmembrado, transformando-se em Estado em 1o de janeiro de 1979, com a posse do primeiro governador e da Assembléia Constituinte.
O estado de Mato Grosso do Sul formava um só estado juntamente com o estado de Mato Grosso. Desde o início deste século, no entanto, a região sul de Mato Grosso aspirava tornar-se um estado independente, idéia rejeitada pela região norte, que temia o esvaziamento econômico do estado. Em 11 de outubro de 1977, foi aprovada lei que desmembrou a parte sul do estado de Mato Grosso, transformando-a em estado em 1º de janeiro de 1979. A justificativa apresentada pelo governo federal para o desmembramento foi de que o antigo estado de Mato Grosso ocupava área geográfica muito extensa e era naturalmente dividido por marcante diversidade ecológica, o que dificultava a sua administração. Enquanto a região norte, na entrada da Amazônia, é coberta por florestas, a região sul é formada por campos, nela se encontrando a maior parte do Complexo do Pantanal. O novo estado, criado em 1979, foi governado por um interventor nomeado pelo presidente da República até o ano de 1982, quando teve lugar a primeira eleição realizada para governador do estado.
Para justificar o desmembramento, o governo federal argumentou que o antigo Estado dispunha de área muito extensa, que dificultava a administração, além de apresentar claras diferenças ecológicas.
O estado possui 53.819 km de rodovias, 8,9 % dos quais encontram-se pavimentados, por onde transita a maior parte de veículos de transporte de cargas e de passageiros da região. A rede ferroviária tem 1.208 km de extensão e é mais utilizada para o transporte de cargas do que de passageiros.
A inexistência de número suficiente de usinas hidrelétricas faz com que o estado de Mato Grosso do Sul importe grande parte da energia consumida em seu território. De julho de 1993 a junho de 1994, o estado consumiu 2 bilhões de kwh de energia elétrica, tendo produzido um total de 198 milhões de kwh no mesmo período.
É expressiva a população indígena do estado de Mato Grosso do Sul, superando em número o total de índios vivendo na parte norte da região, que antes constituía uma só unidade da federação e hoje é o estado de Mato Grosso. São 31.069 indígenas, que ocupam área total de 613.610 hectares, divididos em 38 grupos espalhados em 27 municípios diferentes do estado. Do total dessas comunidades, 26 já se encontram em áreas definitivamente demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo federal responsável pelas questões indígenas. Essa área total de terras demarcadas no estado de Mato Grosso do Sul corresponde a 583.031 hectares e nela vivem 28.901 indígenas. As 12 áreas restantes, que correspondem a um total de 30.579 hectares, ainda se encontram em processo de demarcação, embora estejam ocupadas de fato pela população de 2.168 índios nelas residentes.
As áreas indígenas no estado de Mato Grosso do Sul são as seguintes: Água Limpa, Aldeia Buritizinho, Aldeia Campestre, Aldeinha, Amambaí, Amambaí (Aldeia Limão Verde), Camba, Carro Marangatu, Cerrito, Guaicuru, Guaimbé, Guasuti, Guató, Jaguapiré, Jaguari, Jarará, Kadiweu, Ofayé-Xavante, Panambi, Panambizinho, Pirajuí, Pirakuá, Porto Lindo, Posto Buriti, Posto Caarapó, Posto Cachoeirinha, Posto de Taquaperi, Posto Dourados, Posto Lalima, Posto Limão Verde, Posto Nioaque, Posto Pilad Rebuá, Posto Sassoró, Posto Taunay-Ipegue, Rancho Jacaré, Sete Cerros, Sucuri e Takwaraty/Yvykwarusu.
Pantanal - Maior planície alagável do planeta, o Pantanal tem o tamanho de Portugal, Suíça, Bélgica e Holanda somados. Resultante do mesmo espasmo geológico que produziu a Cordilheira dos Andes, é uma bacia na qual os sedimentos que descem dos planaltos e montanhas vêm se depositando por milhões de anos. Por essa razão, o Pantanal nunca é o mesmo. Cada novo ciclo de enchentes e vazantes altera drasticamente o leito dos rios, cria novas lagoas, abre córregos e baías. A própria vida na região pulsa ao ritmo das cheias e vazantes. Ali, há curiosos exemplos de adaptação das espécies ao ambiente. O cervo-do-pantanal, um parente do veado-campeiro do cerrado, está tão habituado a pastar dentro d'água durante a cheia que desenvolveu uma coloração escura nas pernas. A cor serve-lhe de camuflagem em meio à vegetação submersa para evitar o ataque furtivo de piranhas e jacarés. Durante a seca, em situações extremas, o jacaré se enterra na lama que sobrou das lagoas e banhados, reduz o metabolismo e, num tipo de hibernação, espera que volte a chover. Alguns tipos de sementes de leguminosas conseguem passar meses submersas, sem apodrecer. Esperando a chegada da seca para, só então, germinar. (Fonte: Revista Veja. São Paulo, 2 junho de 1999, p. 90)
O Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense se estende por uma área de 140 mil hectares que abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A maior parte dessa extensão de terra encontra-se no estado de Mato Grosso do Sul e é objeto de intensa fiscalização por parte do governo federal, a fim de que seja preservado seu equilíbrio ecológico, e sua fauna esteja protegida contra a caça predatória.
A região é muito visitada por turistas de todas as partes do mundo, por apresentar grande diversidade de fauna e flora tropical, com espécies típicas de florestas, cerrado, campos e caatinga. Nela se encontra também grande variedade de animais selvagens (felinos, jacarés, cobras gigantes, capivaras, etc.) e muitas espécies de pássaros. No período das chuvas, a área fica quase totalmente inundada, fazendo crescer as gramíneas, que são utilizadas como pastagens no período seco.

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Mato Grosso do Sul / República Federativa do Brasil



Região Nordeste Inclui todos os estados





Alagoas
Bahia
Ceará
Maranhão
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Rio Grande do Norte
Sergipe

Ocupando área de 1.561.177,8 km2, o que corresponde a 18,26% da área total do país. A maior parte de seu território é formada por extenso planalto, antigo e aplainado pela erosão. Em função das diferentes características físicas que apresenta, a região Nordeste encontra-se dividida em quatro sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e o Polígono das Secas.
A faixa de transição entre o sertão semi-árido e a região Amazônica denomina-se Meio-Norte, apresentando clima bem mais úmido e vegetação exuberante à medida que avança para o oeste. A vegetação natural dessa área é a mata dos cocais, onde se encontra a palmeira babaçu, da qual é extraído óleo utilizado na fabricação de cosméticos, margarinas, sabões e lubrificantes. A economia local é basicamente agrícola, predominando as plantações de arroz nos vales úmidos do estado do Maranhão. Na década de 80, no entanto, teve início o processo de industrialização da área, com a instalação de indústrias que constituem extensões dos projetos minerais da Amazônia.
A economia da região Nordeste baseia-se na agroindústria do açúcar e do cacau. O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental e processado na refinaria Landulfo Alves, em Salvador, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, também no estado da Bahia. O setor de turismo, que tem demonstrado grande potencialidade de desenvolvimento na região Nordeste, vem crescendo consideravelmente nos últimos anos e apresenta perspectivas otimistas para o futuro.
A população da região Nordeste totaliza 44.768.201 habitantes, o que representa 28,9% do total do país. Sua densidade demográfica é de 28,05 habitantes por km2 e a maior parte da população se concentra na zona urbana (60,6%). As principais metrópoles regionais são as cidades de Salvador, capital do estado da Bahia, Recife, capital do estado de Pernambuco, e Fortaleza, capital do estado do Ceará.
Zona da Mata - É a mais povoada, a que concentra o maior número de indústrias e a mais urbanizada. Estende-se do estado do Rio Grande do Norte ao sul do estado da Bahia, numa faixa litorânea de até 200 km de largura. É uma área que atrai muitos turistas de outras regiões do Brasil e do exterior, devido a suas belas praias. Possui clima tropical úmido, com chuvas mais freqüentes na época do outono e inverno, exceto no sul do estado da Bahia, onde se distribuem uniformemente por todo o ano. O solo dessa área é fértil e a vegetação natural é a mata atlântica, já praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar, desde o início da colonização do país.
Agreste - É a área de transição entre a Zona da Mata, região úmida e cheia de brejos, e o sertão semi-árido. Nesta sub-região os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios, onde predominam as culturas de subsistência e a pecuária leiteira. Seus produtos abastecem o maior mercado consumidor do Nordeste - A Zona da Mata.
Sertão - Extensa área de clima semi-árido, nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará o sertão chega até o litoral. Os solos desta sub-região são rasos e pedregosos, as chuvas escassas e mal distribuídas e as atividades agrícolas sofrem grande limitação. A vegetação típica do sertão é a caatinga. Nas partes mais úmidas existem bosques de palmeiras, especialmente a carnaubeira, também chamada "árvore da providência", por serem todas as sua partes aproveitadas. O rio São Francisco é o maior rio da região e única fonte perene de água para as populações que habitam as suas margens. Nele existem várias represas e usinas hidrelétricas, como a de Sobradinho, em Juazeiro, estado da Bahia, e a de Paulo Afonso, na divisa dos estados da Bahia e Pernambuco. A economia do sertão nordestino baseia-se na pecuária extensiva e no cultivo de algodão em grandes propriedades de terra, com baixa produtividade. O Sertão apresenta muitos rios temporários e baixo índice pluviométrico, que também tem como característica a irregularidade, pois ocorrem longos períodos sem chuva (estiagem).
Polígono das Secas - Delimitada em 1951 para combater as secas do Nordeste, essa área abrange praticamente todos os estados do Nordeste, com exceção do Maranhão e o litoral leste da região. As secas de 1979 a 1984 e 1989 a 1990 atingiram 1.510 municípios do Nordeste brasileiro. O combate tradicional às secas vem sendo feito com a construção de açudes e distribuição de verbas aos prefeitos dos municípios atingidos. Recentemente, no entanto, o governo federal começou a implementar projetos na região, que visam à solução definitiva do problema de convivência do homem nordestino com a seca. Dentre tais projetos destaca-se o projeto Áridas, financiado pelo Banco Mundial.
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Todos os dados estatísticos apresentados são originários do IBGE.

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ALAGOAS




LOCALIZAÇÃO: o Alagoas, estado brasileiro, fica no leste da região Nordeste
FRONTEIRAS: Leste = Oceano Atlântico
DIVISAS: Norte e Noroeste = Pernambuco; Sul = Sergipe; Sudoeste = Bahia
ÁREA (km²): 27.933,1
RELEVO: planície litorânea, planalto a N e depressão no centro - o relevo é modesto, em geral abaixo dos 300m
RIOS PRINCIPAIS: São Francisco, Mundaú, Paraíba do Meio
VEGETAÇÃO: floresta tropical, mangues litorâneos e caatinga
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 102 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS (hab.): Maceió (703.096), Arapiraca (177.957), Palmeira dos Índios (69.541), União dos Palmares (59.021), Penedo (57.943), Rio Largo (56.976), Delmiro Gouveia (45.709)
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: alagoano
POPULAÇÃO: 2.822.621 (2000)
DENSIDADE: 101,04 habitantes p/K2
ANALFABETISMO: 31,8% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 63
CAPITAL: Maceió, fundada em: 16/09/1815
HABITANTE DA CAPITAL: maceioense

A economia se baseia na indústria (química, açúcar e álcool, cimento e alimentícia), agricultura, pecuária e extração de sal-gema, gás natural e petróleo. No início do século 16 a região foi invadida pelos franceses. Porém, em 1535, Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco, retomou o controle da área para os portugueses. Coelho ainda incentivou o plantio da cana e a construção de engenhos.
No século 17 os holandeses ocuparam a área de onde só saíram em 1645. Data também do século 17 a formação do Quilombo dos Palmares, constituído por escravos fugitivos e destruído em 1690. Em 1817 Alagoas tornou-se independente da capitania de Pernambuco.
Durante o Império, movimentos como a Confederação do Equador e a Cabanada aí tiveram lugar. Em 1839 a sede do governo foi transferida da antiga cidade de Alagoas (hoje Marechal Deodoro) para Maceió.

Fontes: Governo do Estado de Alagoas / IBGE / República Federativa do Brasil

BAHIA




LOCALIZAÇÃO: a Bahia, estado brasileiro, fica no sul da região Nordeste
FRONTEIRAS: Leste = Oceano Atlântico
DIVISAS: Norte = Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Piauí; Sul = Minas Gerais e Espírito Santo; Oeste = Goiás e Tocantins
ÁREA (km²): 567.295,3
RELEVO: planície no litoral, depressão a Norte e Oeste e, planície no Centro
Seu território pode ser considerado relativamente elevado, já que 90% de sua área está acima de 200m
RIOS PRINCIPAIS: São Francisco, Paraguaçu, Jequitinhonha, Itapicuru, Capivari, de Contas
VEGETAÇÃO: floresta tropical, mangues litorâneos, caatinga e cerrado
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 415 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Salvador, Feira de Santana, Ilhéus, Vitória da Conquista, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Camaçari, Alagoinhas, Barreiras
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: baiano
POPULAÇÃO: 13.070.250 (2000)
DENSIDADE: 23,03 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 21,6% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 50,2
CAPITAL: Salvador, fundada em 29/3/1549
HABITANTE DA CAPITAL: soteropolitano

A economia do estado se baseia na agricultura (cana-de-açúcar, mandioca, feijão, milho, cacau e coco); na indústria (química e petroquímica); e na mineração. Local de chegada dos portugueses no Brasil, a Bahia começou a ser povoada em 1534. Tomé de Souza, o primeiro governador-geral, fundou Salvador, que se tornou a primeira capital do país, em 1549. Ingleses e holandeses atacaram a Bahia no século17, mas foram expulsos pelos portugueses.
Em 1798 foi cenário da Conjuração Baiana, que propunha a formação da República Baiense. Com a independência do Brasil, os baianos exigiram maior autonomia e destaque. Como a resposta foi negativa, organizaram levantes armados que foram sufocados pelo governo central.
Com a República ocorreram outros incidentes políticos importantes, como a Guerra dos Canudos e o bombardeio de Salvador, em 1912.

Fontes: IBGE / Governo do Estado da Bahia / República Federativa do Brasil

CEARÁ



LOCALIZAÇÃO: o Ceará, estado brasileiro, fica no norte da Região Nordeste
DIVISAS: Norte = Oceano Atlântico; Sul = Pernambuco; Leste = Rio Grande do Norte e Paraíba; Oeste = Piauí
(banhado pelo oceano Atlântico numa extensão de 573 km)
ÁREA (km²): 146.348,3
(a área acrescida da massa de água passa para 148.016 km2)
RELEVO: planalto, planícies e várzeas (Leste e Oeste)
Banhado pelo oceano Atlântico numa extensão de 573 km, com litoral pouco recortado, onde aparecem planícies costeiras e praias cobertas por dunas de beleza singular. Junto ao litoral, as altitudes não ultrapassam 100 metros. Em direção ao interior, no entanto, o terreno passa a ter características de planalto, alcançando altitudes médias de 400 a 500 metros. Trata-se de parcela do planalto Nordestino, uma das unidades do planalto Atlântico, cuja monotonia é quebrada em certos pontos por blocos elevados de rochas mais resistentes, entre os quais se destaca a serra de Baturité, com altitudes que chegam a mais de 1.000 metros
RIOS PRINCIPAIS: Jaguaribe, Salgado, Conceição, Acaraú, Pacoti, Piranji, Banabuiú, Trussu
VEGETAÇÃO: caatinga em quase todo o território; vegetação de restinga e salinas em estreita faixa litorânea
A área ocupada por caatingas no Ceará atinge 129.162,7 km2, o que corresponde a 88 % da área total do estado
CLIMA: tropical
Com exceção do trecho ao longo da costa e das chapadas e pequenas serras, o clima em boa parte do território do estado do Ceará é semi-árido
MUNICÍPIOS (número): 184 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Juazeiro do Norte, Maracanaú, Caucaia, Sobral, Crato
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: cearense
POPULAÇÃO: 7.430.661 (2000)
DENSIDADE: 50,77 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 24,7% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 40,9 óbitos por mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Fortaleza, fundada em: 13/4/1726
HABITANTE DA CAPITAL: fortalezense

A economia do Ceará está estruturada sobre a produção agroindustrial e o comércio. A característica marcante da agropecuária cearense é a competitividade das espécies nativas, com destaque para o caju, algodão, lagosta, camarão e mandioca, entre outros. Na agricultura é também expressiva a importância do arroz, feijão, cana-de-açúcar, milho, mamona, tomate, banana, laranja, coco-da-baía e melão. Diante das características de forte insolação durante o ano todo, os frutos tropicais como acerola, caju, manga, melão, mamão, banana e uva entre outros, apresentam excepcional qualidade organoléptica, concentrando alto teor de sólidos solúveis e vitaminas.
O rebanho do Estado era composto em 1994 de 2,18 milhões de cabeças de bovinos, 1,2 milhão de suínos, 1,08 milhão de caprinos, 1,33 milhão de ovinos e 19,68 milhões de aves. A avicultura é atualmente a atividade mais organizada e dinâmica, com crescimento contínuo nos últimos 15 anos.
Existem 701 açudes no estado, com capacidade para 10,6 bilhões de m3 de água. A existência de tais reservatórios hídricos permite o desenvolvimento agrícola e a criação pecuária nas regiões semi-áridas, onde a escassez de água é freqüente.
Mais recentemente, iniciou-se no Ceará a criação de lagosta em cativeiro, uma atividade que deverá receber novos adeptos. A produção de pescado correspondeu a 6.023 toneladas de lagosta, 1.702 toneladas de camarão, 16.022 toneladas de peixe do mar e 1.862 toneladas de peixe de açude, no mesmo ano.
No setor industrial destacam-se as transformações de fibras têxteis, confecções, calçados, alimentos, metalurgia e química. Dos produtos industriais, os têxteis e confecções apresentam maior dinamismo e atração de novos investimentos no estado. Na pauta de exportações, destacam-se a amêndoa da castanha-de-caju, lagosta, pargo, camarão, melão, produtos têxteis e confecções.

A colonização do Estado, iniciada no século XVII, foi dificultada pela forte oposição das tribos indígenas e só tomou impulso com a construção, na embocadura do rio Pajeú, do forte holandês Schoonenborch, que em 1654, foi tomado pelos portugueses. Com seu nome mudado para Fortaleza de Nossa Senhora de Asunção, o forte tornou-se a sede da Capitania.
No século XIX, um movimento de grande importância aconteceu no Ceará: a campanha aboliciionista, que aboliu a escravidão em 25 de março de 1884, antes da Lei Áurea.
O Ceará começaria a se desenvolver apenas depois de sua separação de Pernambuco (em 1799) e sua história foi sempre marcada por lutas políticas e movimentos armados. Esta instabilidade prolongou-se durante o Império e a Primeira República, normalizando-se depois da reconstitucionalização do País, em 1945.

A história do Ceará tem início com a criação da "Capitania do Siará", doada em 1535 a Antonio Cardoso de Barros. Em 1603, uma expedição comandada pelo açoriano Pêro Coelho de Souza fundou na região a colônia denominada Nova Luzitânia. Juntamente com o grupo, chegou também um rapaz de 17 anos, Martim Soares Moreno, considerado o verdadeiro fundador do Ceará. Conhecedor da língua e dos costumes indígenas, mantinha amizade fraternal com os nativos, o que lhe valeu fundamental apoio para a derrocada dos franceses e holandeses que também pretendiam colonizar a região. Em 1619, depois de muitas lutas contra invasores estrangeiros, naufrágios e prisões, Soares Moreno obteve uma carta régia que lhe dava o título de Senhor da Capitania do Ceará, lá se fixando por muitos anos. Seu romance com a índia Iracema foi imortalizado pelo escritor brasileiro José de Alencar, em seu livro intitulado Iracema.
O Ceará fez parte do estado do Maranhão e Grão-Pará em 1621. Foi ainda invadido duas vezes, em 1637 e 1649, pelos holandeses que ocupavam a região onde hoje se encontra o estado de Pernambuco, mantendo-se a ele subordinado até conquistar sua autonomia, em 1799. O desenvolvimento da pecuária em Pernambuco e na Bahia levou criadores a ocuparem o interior do Ceará. As vilas foram se formando junto às grandes fazendas ou nos pontos de descanso das tropas vindas do sul.
Em 1824, o Ceará participou da Confederação do Equador, juntamente com os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. O estado começou a se desenvolver na segunda metade do século XIX, com a chegada da navegação a vapor, das estradas de ferro, da iluminação a gás e do telefone. Foi a primeira província brasileira a libertar os escravos, em 1884, e também uma das primeiras a aderir à República.

Castanha-de-Caju - Além das qualidades nutritivas e medicinais contidas na castanha originária do caju(6), seu sabor exótico tornou-a popular ao longo dos anos. É largamente apreciada em todos os países do mundo, para o acompanhamento de drinks ou na composição de aperitivos sofisticados. A fruta pode ser processada para a elaboração de sucos, mel, vinho e licor, além de ser também utilizada industrialmente para a produção de doces e passas.
O cajueiro é uma árvore nativa do Nordeste brasileiro, introduzida em outros países como a Índia e Moçambique, pelos colonizadores portugueses. Esses dois países, juntamente com o Brasil, são responsáveis por 80 % da produção mundial de castanha-de-caju. O Brasil participa com 35 % desse total e exporta 90 % de sua produção. A região Nordeste é responsável por 99 % da produção nacional de castanha-de caju, que chega a 1,2 milhão de toneladas por ano, e o estado do Ceará responde por 48 % desse total.

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Ceará / República Federativa do Brasil

MARANHÃO




LOCALIZAÇÃO: o Maranhão, estado brasileiro, fica a noroeste da região Nordeste
DIVISAS: Norte = Oceano Atlântico; Sul e Sudoeste = Tocantins; Leste e Sudeste = Piauí; Oeste = Pará;
ÁREA (km²): 333.365,6
RELEVO: costa recortada, planície litorânea com dunas e planaltos no interior
Seu relevo apresenta duas regiões distintas, que incluem a planície litorânea e o planalto tabular. A planície litorânea é formada por baixadas alagadiças, tabuleiros e extensas praias. Destacam-se as grandes extensões de dunas e o litoral recortado em alguns trechos da costa, especialmente onde se formam as baías de São Marcos e São José. As demais regiões compõem-se de planaltos, que formam chapadas com escarpas, denominadas serras
RIOS PRINCIPAIS: Tocantins, Gurupi, Grajaú, Pindaré, Mearim, Parnaíba, Turiaçu, Itapecuru
Os rios que banham o estado do Maranhão pertencem, em sua maioria, à bacia do Norte e Nordeste, que ocupa área de 981.661,6 km2
VEGETAÇÃO: Mata dos Cocais a Leste, mangues no litoral, Floresta Amazônica a Oeste, cerrado ao Sul
Na parte noroeste do estado situa-se a chamada Amazônia Maranhense, que se caracteriza pela vegetação de floresta e clima equatorial
CLIMA: tropical
MUNICÍPIOS (número): 217 (1996)
CIDADES MAIS IMPORTANTES: São Luís, Imperatriz, Caxias
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: maranhense
POPULAÇÃO: 5.651.475 (2000)
DENSIDADE: 16,95 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 26,6% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 63,2 óbitos por mil crianças nascidas
CAPITAL: São Luís, fundada em: 8/9/1612
HABITANTE DA CAPITAL: ludovicense ou sãoluisense

Sua economia se baseia na indústria (transformação de alumínio e alumina, alimentícia, madeireira), nos serviços, no extrativismo (babaçu), na agricultura (mandioca, arroz, milho) e na pecuária.
O extrativismo constitui-se uma das atividades econômicas mais importantes do estado do Maranhão, também conhecido como "terra das palmeiras". Entre as espécies de palmeiras nativas existentes no estado, as mais significativas do ponto de vista econômico são o babaçu e a carnaúba. Mas também são importantes localmente o buriti, a juçara (açaí) e a bacaba. Na composição da economia do estado também se destacam as atividades agropecuárias e as indústrias de transformação de alumínio e alumina, alimentícia e madeireira. Entre os principais produtos agrícolas cultivados encontram-se a mandioca, o arroz, o milho, a soja e o feijão. A pecuária desenvolvida no estado do Maranhão incluía, em 1992, quatro milhões de cabeças de gado bovino; três milhões de suínos; 500 mil caprinos; 287 mil eqüinos; e 18 milhões de aves. Existem ainda reservas de calcário, que corresponderam a uma produção de 330,7 mil toneladas no estado, em 1992.

Foram os espanhóis os primeiros europeus a chegarem, em 1500, à região onde hoje se encontra o estado do Maranhão. Em 1535, no entanto, verificou-se por parte dos portugueses uma primeira tentativa fracassada de ocupação do território.
A região do Maranhão, dividida em duas capitanias, foi entregue por D. João III a Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade, em 1535. Desde então, até o estabelecimento dos franceses em 1612 (França Equinocial), Portugal não tomou conhecimento da área.
Em 1615, os portugueses, liderados por Jerônimo de Albuquerque, expulsaram os franceses e, em 1624, instituíram o Estado do Maranhão e do Grão-Pará. Em 1641, os holandeses ocuparam a ilha de São Luís, de onde foram expulsos em 1644. A partir daí consolidou-se o domínio português. Em 1774, ocorreu a separação entre Maranhão e Grão-Pará.
O povoamento da região do Piauí começou no século 17, a partir do interior, quando os vaqueiros, vindos principalmente da Bahia, chegaram procurando pastos. Em 1718, o território, até então sob a jurisdição da Bahia, passou para a do Maranhão.
Em 1811, o Piauí tornou-se uma capitania independente. Por ocasião da Independência, em 1822, a cidade de Parnaíba foi ocupada por tropas fiéis a Portugal; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em 1823. Alguns anos depois, movimentos revoltosos, como a Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí.
A independência só foi aceita em 1823, em virtude da forte influência de Portugal, e após a intervenção do almirante Cochrane, a mando de D. Pedro I. Em 1831, irrompeu a Setembrada, pregando a expulsão dos portugueses e dos frades franciscanos, e, em 1838, a Balaiada, um movimento popular contra a aristocracia rural.
Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um período de crescimento econômico. A partir da república, o Estado apresentou tranqüilidade no terreno político, mas grandes dificuldades no desenvolvimento econômico-social.
No século XVII, a base da economia do estado encontrava-se na produção do açúcar, cravo, canela e pimenta; no século XVIII, surgiram o arroz e o algodão, que vieram a se somar ao açúcar, constituindo-se estes três produtos a base da economia escravocrata do século XIX. Com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888, o estado enfrentou um período de decadência econômica, do qual viria a se recuperar no final da primeira década do século XX, quando teve início o processo de industrialização, a partir da produção têxtil.
A economia entrou em decadência com a abolição da escravatura, só vindo a se recuperar durante a Primeira Guerra Mundial.
O estado do Maranhão recebeu duas importantes correntes migratórias ao longo do século XX. Nos primeiros anos chegaram sírio-libaneses, que se dedicaram inicialmente ao comércio modesto, passando em seguida a empreendimentos maiores e a dar origem a profissionais liberais e políticos. Entre as décadas de 40 e 60 chegou grande número de migrantes originários do estado do Ceará, em busca de melhores condições de vida na agricultura. Dedicaram-se principalmente à lavoura de arroz, o que fez crescer consideravelmente a produção do estado.
A população indígena do estado do Maranhão soma 12.238 habitantes, distribuídos entre 16 grupos que vivem numa área total de 1.908.89 hectares. Desse total, aproximadamente 86% (1.644.089 hectares), que representam 14 áreas, já se encontram demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do Governo Federal. Cerca de 14%, que correspondem a 264.000 hectares e incluem apenas duas áreas (Awá e Krikati) ainda estão em processo de demarcação, embora sejam ocupadas pelos índios. O grupo mais numeroso é o dos Araribóia, com população de 3.292 habitantes, que ocupa área de 413.288 hectares, já demarcada pela FUNAI, no município de Amarante. O Cana Brava Guajajara é o segundo grupo em tamanho da população, com 3.143 índios que ocupam 137.329 hectares nos municípios de Barra do Corda e Grajaú.
Fontes: IBGE / Governo do Estado do Maranhão / República Federativa do Brasil

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PARAÍBA



LOCALIZAÇÃO: a Paraíba, estado brasileiro, fica no extremo leste da região Nordeste
DIVISAS: Norte = Rio Grande do Norte; Sul = Pernambuco; Leste = Oceano Atlântico; Oeste = Ceará
ÁREA (km²): 56.584,6
RELEVO: planície litorânea, planalto no centro e depressões a Oeste
Seu relevo caracteriza-se pela existência de uma faixa litorânea de baixada, pelo planalto da Borborema na região central e pelo planalto Ocidental na parte oeste
RIOS PRINCIPAIS: Paraíba, Piancó, Piranhas, Taperoá, Mamanguape, Curimataú, Gramame, do Peixe. Camaratuba, Espinharas, Miriri
VEGETAÇÃO: mangues no litoral, pequena faixa de floresta tropical e caatinga na maior parte do território
A vegetação de caatinga (palavra de origem tupi, que significa mata branca), típica do clima semi-árido, é predominante na região central do estado. A caatinga apresenta-se verde apenas nos meses em que caem as chuvas de inverno. Suas árvores têm troncos grossos, tortuosos e com cascas espessas, folhas grossas e com espinhos
CLIMA: tropical no litoral e semi-árido no interior
MUNICÍPIOS (número): 223 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Souza
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: paraibano
POPULAÇÃO: 3.443.825 (2000)
DENSIDADE: 60,86 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 27,6% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 65,5 óbitos antes de um ano de idade, por mil nascidos vivos
CAPITAL: João Pessoa, fundada em 5/8/1585
HABITANTE DA CAPITAL: pessoense

A economia do estado da Paraíba baseia-se na produção agropecuária, na indústria de couro e no turismo. Na agricultura, destaca-se a produção de cana-de-açúcar, abacaxi, mandioca, milho, feijão, algodão herbáceo, algodão arbóreo e bananas. No que se refere à pecuária, o estado tem um rebanho de 1,3 milhões de cabeças de gado, criações de suínos, ovinos e eqüinos. Além de artigos de couro, também são industrializados produtos alimentícios e têxteis, açúcar e álcool

A colonização portuguesa na área hoje ocupada pelo estado da Paraíba foi dificultada pela presença dos franceses, que ocuparam a região no início do século XVI. Em 1585, o português João Tavares construiu, na foz do rio Paraíba, o Forte São Felipe, para defender a área dos ataques dos franceses. Nesse local teve origem a cidade que hoje é a capital do estado. Em 1634, a região foi tomada por holandeses, que ali permaneceram por 20 anos, quando foram expulsos por André Vidal de Negreiros. Paralelamente a estes conflitos ocorriam permanentes batalhas com os índios, entre tentativas de aprisionamento dos nativos e revoltas destes.
Em 1753, foi subordinada à capitania de Pernambuco, da qual se separou novamente em 1799. A Paraíba participou da Revolução de 1817 e da Confederação do Equador (1825).
Os paraibanos participaram ativamente da Revolução Pernambucana de 1817 e da Confederação do Equador, em 1824. O primeiro movimento constituiu uma revolta de proprietários rurais, do clero e de comerciantes, contra militares e comerciantes portugueses vinculados ao grande comércio de importação e exportação, em um período de instabilidade econômica por que passou Pernambuco, devido ao mau desempenho da indústria açucareira. A insatisfação popular decorrente do aumento de impostos traduziu-se em revolta contra a corte portuguesa e apoio ao movimento, que resultou na organização do primeiro governo brasileiro independente, com a proclamação de uma República. Os revoltosos, no entanto, foram derrotados pelas tropas de D. João VI em 19 de maio de 1817. A Confederação do Equador foi um movimento liderado por liberais pernambucanos que se recusaram a aceitar a Constituição outorgada pelo imperador e sua política centralizadora. Decididos a defender a autonomia da região, os revoltosos, liderados por Augustinho Bezerra e frei Joaquim do Amor Divino Caneca, proclamaram uma república independente, organizada sob a forma federalista. O movimento foi derrotado e seus líderes condenados à morte em 1825.
Teve origem no estado da Paraíba um dos pretextos para o desencadeamento da Revolução de 1930 no país, o assassinato do governador João Pessoa de Albuquerque, então indicado como candidato a vice-presidente da República na chapa de Getúlio Vargas, pela Aliança Liberal.
Fontes: IBGE / Governo do Estado da Paraíba / República Federativa do Brasil

PERNAMBUCO



LOCALIZAÇÃO: Pernambuco, estado brasileiro, fica no centro-leste da região Nordeste
FRONTEIRAS: Leste = Oceano Atlântico
DIVISAS: Norte = Ceará e Paraíba; Sul = Bahia e Alagoas,; Oeste = Piauí
ÁREA (km²): 98.937,8
RELEVO: planície litorânea com várzeas e lagos, planalto no centro e depressões a Oeste e Leste
Seu relevo caracteriza-se pela existência de uma planície costeira, de origem sedimentar, com praias e manguezais e planalto no restante do estado
RIOS PRINCIPAIS: São Francisco, Capiberibe, Ipojuca, Una, Pajeú, Jaboatão, Moxotó
VEGETAÇÃO: mangues no litoral, zona da mata de floresta tropical e agreste com caatinga
Podem ainda ser observadas três paisagens botânicas distintas no estado: a Zona da Mata, na região litorânea e úmida, onde são abundantes os coqueirais; o Agreste, área de transição para a região semi-árida do interior; e o Sertão, onde predomina a vegetação de caatingas.
CLIMA: tropical atlântico no litoral e semi-árido no interior
MUNICÍPIOS (número): 185 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Caruaru, Paulista, Petrolina, Cabo, Vitória de Santo Antão
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: pernambucano
POPULAÇÃO: 7.918.344 (2000)
DENSIDADE: 80,03 habitantes p/Km2
ANALFABETISMO: 23,2% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 67 óbitos antes de completar um ano de idade para cada grupo de mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Recife, fundada em: 12/3/1535
HABITANTE DA CAPITAL: recifense

A composição da economia do estado baseia-se na agricultura, na pecuária e na indústria. Entre os principais produtos agrícolas cultivados em Pernambuco encontram-se o algodão arbóreo, a cana-de-açúcar, a cebola, a mandioca, o milho, o feijão e o tomate. Na pecuária destacam-se as criações de bovinos, suínos, caprinos e galináceos. Existem ainda reservas minerais de gipsita e calcário, além de água mineral. No setor industrial destacam-se as indústrias alimentícia, química, metalúrgica, de material eletrônico, têxtil, de minerais não-metálicos e comunicações.

A origem do estado de Pernambuco encontra-se nas terras doadas como capitania hereditária pelo rei de Portugal a Duarte Coelho, que chegou a Pernambuco, então denominado Nova Lusitânia, em 1535, estabelecendo-se em Olinda. Em 1537 foram fundadas as vilas de Igarassu e de Olinda, a primeira capital do estado. A prosperidade de Pernambuco, que teve início com o cultivo da cana-de-açúcar e do algodão, atraiu grande número de europeus para a região. Entre 1630 e 1654 a região foi ocupada pelos holandeses, que incendiaram Olinda e fizeram de Recife a capital de seu domínio brasileiro. Durante esse período, o conde Maurício de Nassau governou o Brasil holandês, administração que foi marcada por mudanças de natureza econômica, social e cultural. A forte resistência dos portugueses e brasileiros de origem lusitana, africana e índia, já cristianizados, acabou resultando na expulsão dos holandeses.
A história do estado de Pernambuco é permeada por conflitos e revoltas de vários tipos. Em 1710 explodiu a Guerra dos Mascates, conflito que opôs os comerciantes portugueses instalados em Recife aos senhores de engenho de Olinda, muito influentes na capitania, uma vez que em Olinda se encontrava a sede do poder público na época. A partir desse episódio a região passou por uma fase de declínio que durou quase um século.
Em 1811, ocorreram várias revoltas de cunho separatistas. Em 1817, o descontentamento com a administração portuguesa provocou a chamada Revolução Pernambucana, que resultou no surgimento da Confederação do Equador, movimento separatista de inspiração republicana. Vinte anos mais tarde, explode a Rebelião Praieira, trazendo de volta os ideais republicanos. O movimento foi sufocado quatro anos mais tarde, em 1848.
A população indígena que ainda vive no estado de Pernambuco totaliza 16.336 pessoas, distribuídas em nove grupos que ocupam 76.009 km2. Apenas duas dessas áreas, que pertencem aos grupos Fulni-ô e Pankararu, encontram-se definitivamente demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Entre as demais, que ainda não foram demarcadas, incluem-se os grupos Atikum, Fazenda Funil, Entre Serras, Kambioá, Kapinawá, Truka e Xucuru. As tribos indígenas mencionadas encontram-se espalhadas pelos municípios de Floresta, Inajá, Águas Belas, Ibirim, Buíque, Petrolândia, Tacaratu, Cabrobó e Pesqueira.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Pernambuco / República Federativa do Brasil

PIAUÍ


LOCALIZAÇÃO: o Piauí, estado brasileiro, fica no noroeste da região Nordeste
FRONTEIRAS: Norte = Oceano Atlântico
DIVISAS: Sul e Sudeste= Bahia; Sudoeste = Tocantins; Leste = Ceará e Pernambuco; Oeste = Maranhão
ÁREA (km²): 252.378,49
RELEVO: terrenos baixos e arenosos no litoral, planaltos na maior parte, depressões a Sudeste
RIOS PRINCIPAIS: Parnaíba, Poti, Canindé, Piauí, São, Nicolau, Gurguéia
Enquanto os estados do Nordeste oriental contam com apenas um rio perene, o São Francisco, com aproximadamente 1.800 km dentro de seus territórios, o Piauí conta com o rio Parnaíba e alguns de seus afluentes, entre eles o Uruçuí Preto e o Gurguéia que, somando-se seus cursos permanentes, ultrapassam 2.600 km de extensão. O estado conta ainda com lagoas de notável expressão, tais como a de Parnaguá, Buriti e Cajueiro, que vêm sendo aproveitadas em projetos de irrigação e de abastecimento de água na região.
A perenidade dos rios piauienses, entretanto, encontra-se ameaçada. Os rios sofrem intenso processo de assoreamento, sempre crescente, em decorrência do desmatamento acentuado que ocorre no estado, principalmente nas nascentes e nas margens dos rios.
VEGETAÇÃO: mangue no litoral, mata dos cocais a O e caatinga na maior parte
CLIMA: tropical e semi-árido no interior
MUNICÍPIOS (número): 221 (1996)
CIDADES MAIS IMPORTANTES: Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: piauiense
POPULAÇÃO: 2.843.278 (2000)
DENSIDADE: 11,26 habitantes p/Km2
ANALFABETISMO: 28,6% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 49,1
CAPITAL: Teresina, fundada em 16/8/1852
HABITANTE DA CAPITAL: teresinense

A economia do Estado se baseia na indústria (química, têxtil, de bebidas), na agricultura (algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e na pecuária.
A economia do Piauí caracteriza-se por sua fragilidade, evidenciada pelo comportamento de alguns de seus indicadores, a exemplo da renda per capita, que é a mais baixa do país e, conseqüentemente, uma das menores do mundo.
O setor terciário é responsável por quase 70% da formação de renda do estado, ainda que pese a atuação desfavorável de um de seus segmentos mais importantes, o comércio inter-regional, que acaba transferindo recursos, via diversos mecanismos, principalmente tributários, para os estados mais desenvolvidos da federação, notadamente São Paulo. Os setores primário e secundário, embora minoritários na formação da renda total, absorvem parcelas significativas da mão-de-obra, distribuídas entre as seguintes atividades:
Extrativismo vegetal - Ocorre principalmente nos vales úmidos, onde predominam as matas de babaçu e carnaúba.
Estudos de laboratório sobre a carnaúba demonstraram ser possível a elevação do nível tecnológico de seu aproveitamento, sendo a celulose o derivado de maior potencial para viabilizar a exploração dessa imensa riqueza natural do estado. A castanha-de-caju deixou de ser um produto extrativo para constituir uma cultura desenvolvida em grande escala e que boas perspectivas oferece à economia do estado.
Extrativismo mineral - Diversos estudos geológicos demonstram a existência de potencial bastante promissor de exploração mineral. Entre as ocorrências de maior interesse econômico, citam-se: mármore, amianto, gemas, ardósia, níquel, talco e vermiculita.
Vale ressaltar que o Piauí é dotado de grandes reservas de águas subterrâneas artesianas e possui a segunda maior jazida de níquel do Brasil, localizada no município de São João do Piauí.
Pecuária - A pecuária foi a primeira atividade econômica desenvolvida no estado, fazendo parte de sua tradição histórica. O folclore e os costumes regionais derivam em grande parte da atividade pastoril.
A caprinocultura, por sua capacidade de adaptação a condições climáticas inóspitas, tem sido incentivada pelo governo, proporcionando meio de vida a significantes parcelas da população carente, principalmente, nas regiões de Campo Maior, Alto Piauí e Canindé.
Agricultura - A agricultura no Piauí desenvolveu-se paralelamente à pecuária, porém como atividade quase que exclusivamente de subsistência. Posteriormente, adquiriu maior caráter comercial, embora de forma lenta e insuficiente para abastecer o crescente mercado interno do estado.

A colonização do Piauí deu-se do centro para o litoral, no início do século 17. Fazendeiros do São Francisco, à procura de novas expansões para suas criações de gado, passaram a ocupar, a partir de 1674, com cartas de sesmarias concedidas pelo governo de Pernambuco, terras situadas às margens do rio Gurguéia. Um desses sesmeiros, capitão Domingos Afonso Mafrense, também conhecido como Domingos Sertão, fundou trinta fazendas de gado, tornando-se o mais eminente colonizador da região. Por sua própria vontade, as fazendas foram legadas, após sua morte, aos padres da Companhia de Jesus. Hábeis gerentes, os jesuítas contribuíram de forma decisiva para o desenvolvimento da pecuária piauiense, que atingiu seu auge em meados do século XVIII. Nessa época, os rebanhos da região abasteciam todo o Nordeste, o Maranhão e províncias do Sul. Com a expulsão dos jesuítas, durante o período pombalino, as fazendas de Mafrense foram incorporadas à Coroa e entraram em declínio.
Em 1718, o território, até então sob a jurisdição da Bahia, passou para a do Maranhão.
Em 1811, o Piauí tornou-se uma capitania independente. Por ocasião da Independência, em 1822, a cidade de Parnaíba foi ocupada por tropas fiéis a Portugal; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em 1823. Alguns anos depois, movimentos revoltosos, como a Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí.
Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um período de crescimento econômico. A partir da república, o Estado apresentou tranqüilidade no terreno político, mas grandes dificuldades no desenvolvimento econômico-social.

No Piauí encontram-se os mais antigos sítios arqueológicos do Brasil e da América, considerados entre os mais importantes do mundo. No município de São Raimundo Nonato, na parte sudeste do estado, 280 desses sítios já foram mapeados por instituições científicas nacionais e internacionais e abrigam rico acervo de arte rupestre e materiais de origem orgânica, em boas condições de conservação.
Nos municípios de Piripiri e Piracuruca, no norte do estado, localiza-se o Parque Nacional de Sete Cidades, área de flora e fauna ricas e onde se encontram conjuntos ruiniformes que insinuam a existência, em épocas remotas, de civilizações desenvolvidas.


Fontes: IBGE / Governo do Estado do Piauí / República Federativa do Brasil

RIO GRANDE DO NORTE




LOCALIZAÇÃO: o Rio Grande do Norte, estado brasileiro, fica localizado no extremo da Região Nordeste
A maior parte do território do estado está incluída no Polígono das Secas, região delimitada pelo governo federal em 1951, com o objetivo de combater as secas no Nordeste e promover o desenvolvimento econômico e social da região.
FRONTEIRAS: Norte e Leste = Oceano Atlântico
DIVISAS: Sul = Paraíba; Oeste = Ceará
ÁREA (km²): 53.306,8
RELEVO: planalto ao Norte, terras baixas contornando o planalto a leste, norte e oeste; e maciços isolados nas regiões sul e oeste
Sete zonas fisiográficas distintas podem ser identificadas no estado: Salineira, Litoral, Agreste, Centro-Norte, Seridó, Chapada do Apodi e Serrana
RIOS PRINCIPAIS: Mossoró, Apodi, Assu, Piranhas, Potengi, Trairi, Jundiaí, Jacu, Seridó e Curimataú
Grande parte dos rios da bacia hidrográfica do estado é temporária, em virtude da escassez de chuvas
VEGETAÇÃO: Caatinga, Mata dos Cocais, Mata Atlântica
CLIMA: tropical semi-árido
MUNICÍPIOS (número): 166
CIDADES MAIS POPULOSAS: Natal, Mossoró, Parnamirim e Ceará-Mirim
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: potiguar ou norte-rio-grandense
POPULAÇÃO: 2.776.782 (2000)
DENSIDADE: 52,09 habitantes p/Km2
ANALFABETISMO: 23,7% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 83,9 óbitos por mil nascidos vivos
CAPITAL: Natal, fundada em 25/12/1599
HABITANTE DA CAPITAL: natalense

A agropecuária e as atividades de mineração constituem a base da economia do estado do Rio Grande do Norte.
Na agricultura destaca-se a produção de abacaxi, cana-de-açúcar, feijão, milho, mandioca, coco-da-baía e castanha-de-caju.
A pecuária inclui rebanhos bovinos e a criação de suínos e caprinos. As riquezas minerais representam o potencial mais significativo no campo dos recursos naturais disponíveis.
Entre as ocorrências minerais identificadas e exploradas no estado, encontram-se reservas de xilita (minério de tungstênio), gesso ou gipsita, calcário, mármore, monazita e berilo.
A riqueza das salinas tornou a extração do sal marinho um dos sustentáculos da economia da região.
As reservas de petróleo permitiram um volume de exploração de 4,5 milhões de m3 em 1992.4 No setor industrial destaca-se a produção de cerâmica, bem como a indústria têxtil e de confecções.
O litoral atlântico oferece ainda excelentes condições para a pesca, largamente praticada na região, constituindo-se importante fonte de renda para parcela considerável da população.

Os franceses que traficavam o pau-brasil dominaram a área até 1598, quando os portugueses, liderados por Manuel de Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque, iniciaram a construção do Forte dos Reis Magos para garantir a posse da terra.
O domínio lusitano durou até 1633, quando o forte caiu em poder dos holandeses, que só foram expulsos em 1654. Em 1701, após ser dirigido pelo governo da Bahia, o Rio Grande do Norte passou ao controle do governo de Pernambuco.
Em 1817, a capitania aderiu à Revolução Pernambucana, instalando-se na cidade de Natal uma junta do governo provisório. Com o fracasso da rebelião, aderiu ao império e tornou-se província em 1822. Em 1889, com a República, transformou-se em Estado.
A ocupação do Rio Grande do Norte pelos portugueses aconteceu a partir do final do século XVI, com a expulsão dos franceses que ocupavam a região desde 1535. Em seguida à vitória contra os franceses, foi construída, em 1598, uma fortaleza, chamada Fortaleza dos Reis Magos, dando origem à cidade de Natal, que passou a se constituir a mais setentrional defesa do Estado português na região que viria a ser mais tarde, o Brasil. O povoamento, no entanto, deu-se lentamente até 1633, quando a região foi conquistada pelos holandeses que a ocuparam durante 20 anos, tendo os índios nativos como fortes aliados. Os holandeses desenvolveram a exploração do sal, o cultivo da cana-da-açúcar e a criação de gado. Em 1654 os portugueses lograram finalmente expulsá-los, mas tiveram, em seguida, que enfrentar forte rebelião das tribos indígenas - a Confederação dos Cariris - contra o regime de escravidão a que eram submetidas. Essa guerra durou até o final do século XVII. A partir de 1701 a capitania do Rio Grande do Norte 6 passou a ser subordinada à capitania de Pernambuco, o que constituiu sério entrave ao seu desenvolvimento. Apenas em 1824 recebeu o status de província, tornando-se estado com a Proclamação da República, em 1889.
Devido à sua posição geográfica estratégica (é a costa mais próxima da Europa, pelo roteiro da África), o Rio Grande do Norte foi, por várias vezes, escolhido como local de experiências pioneiras da aviação transatlântica ou base para abastecimento e apoio logístico a operações militares. Durante a II Guerra Mundial os norte-americanos construíram no tabuleiro do Parnamirim, uma grande base aérea, criando a "Ponte do Atlântico para a África", de fundamental importância para a dominação do poderio nazista e a vitória dos aliados na guerra. Nesse período, a cidade de Natal adquiriu traços de metrópole cosmopolita, onde conviviam estrangeiros de várias origens. Durante o período em que as jazidas de tungstênio abasteciam os arsenais de guerra, a pobreza da região era atenuada.
No município de Parnamirim, 20 km ao sul do centro da cidade de Natal, encontra-se a base brasileira de lançamento de foguetes espaciais, juntamente com o centro de pesquisas espaciais da Aeronáutica. O nome Barreira do Inferno refere-se ao tom avermelhado das areias da região. O local pode ser visitado por turistas, com permissão providenciada, com antecedência, junto à Aeronáutica.

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Rio Grande do Norte / República Federativa do Brasil

SERGIPE




LOCALIZAÇÃO: Sergipe fica no leste da região Nordeste
FRONTEIRAS: Leste = Oceano Atlântico
DIVISAS: Noroeste = Alagoas; Sul = Bahia; Oeste = Bahia
ÁREA (km²): 22.050,4
RELEVO: planície litorânea com várzeas, depressão na maior parte do território
RIOS PRINCIPAIS: São Francisco, Vaza-Barris, Sergipe, Real, Piauí, Japaratuba
VEGETAÇÃO: mangues no litoral, faixa de floresta tropical e caatinga na maior parte do território
CLIMA: tropical atlântico no litoral e semi-árido
MUNICÍPIOS (número): 75 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Aracaju, Lagarto, Itabaiana, Estância
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: sergipano
POPULAÇÃO: 1.784.475 (2000)
DENSIDADE: 80,92 habitantes p/Km2
ANALFABETISMO: 23,5% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 53
CAPITAL: Aracaju, fundada em: 17/3/1855
HABITANTE DA CAPITAL: aracajuano

A economia se baseia no extrativismo (petróleo e gás natural), na agricultura (laranja, cana-de-açúcar, coco) e na pecuária.
Em 1575, os jesuítas tentaram colonizar as terras sergipanas, mas apenas em 1590 os indígenas foram derrotados definitivamente por Cristóvão de Barros, fundador do forte e do arraial de São Cristóvão.
Entre 1637 e 1645, Sergipe esteve sob o domínio dos holandeses, período no qual sua economia foi bastante prejudicada. Com a recuperação das terras pelos portugueses, desenvolveu-se a cultura canavieira e a criação de gado.
Em 1820, tornou-se uma capitania autônoma, desmembrada da Bahia. As plantações de algodão passaram a ter importante papel na economia deste período.
Em 1855, a capital foi transferida de São Cristóvão para o arraial de Aracaju.
Na segunda metade do século 19, Tobias Barreto e Sílvio Romero projetaram Sergipe no panorama cultural do país. Na vida política, porém, ocorreram revoltas causadas pela interferência do governo central.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Sergipe / República Federativa do Brasil



Região Sudeste



Formada pelos estados do
Espírito Santo
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo

Ocupa 10,85% do território brasileiro, com área de 927.286,2 km2. Situa-se na parte mais elevada do planalto Atlântico de sudeste, onde se encontram as serras da Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. Sua paisagem típica apresenta formações de montanhas arredondadas, chamadas "mares de morros" e os "pães de açúcar", que são montanhas de agulhas graníticas. O clima predominante no litoral é o tropical atlântico e nos planaltos o tropical de altitude, com geadas ocasionais. A mata tropical que existia originalmente no litoral foi devastada no período de ocupação do território, dando lugar a plantações de café. No estado de Minas Gerais predomina a vegetação de cerrado, com arbustos e gramas, sendo que no vale do rio São Francisco e norte do estado encontra-se a caatinga.
O relevo planáltico do Sudeste fornece grande potencial hidrelétrico à região, quase todo aproveitado. A maior usina existente é a de Urubupungá, localizada no rio Paraná, divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Encontram-se ainda na região Sudeste as nascentes de duas importantes bacias hidrográficas do país: a bacia do rio Paraná, que se origina da união dos rios Paranaíba e Grande, próxima à região conhecida como Triângulo Mineiro, no estado de Minas Gerais, e a do rio São Francisco, que nasce na serra da Canastra, também no estado de Minas Gerais.
A região Sudeste é a de maior população no país, somando 72.412.411 habitantes, o que corresponde a 42,63% do total. É também a região com maior densidade demográfica (78,09 habitantes por km2) e mais alto índice de urbanização: 90,5%. Abriga as duas mais importantes metrópoles nacionais, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, localizadas em estados que levam os mesmos nomes. A cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, é considerada importante metrópole regional.
A economia da região Sudeste é a mais desenvolvida e industrializada entre as economias de todas as regiões, nela se concentrando mais da metade da produção do país. Possui ainda os maiores rebanhos bovinos, além de significativa produção agrícola, que inclui o cultivo de cana-de-açúcar, laranja e café em lavouras que apresentam bom padrão técnico e alta produtividade. Possui ainda reservas de ferro e manganês na serra do Espinhaço, estado de Minas Gerais, e petróleo em quantidade razoável na bacia de Campos, estado do Rio de Janeiro.
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Todos os dados estatísticos apresentados são originários do IBGE.

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ESPÍRITO SANTO




LOCALIZAÇÃO: Espírito Santo, estado brasileiro, fica na porção oriental da região Sudeste
FRONTEIRAS: Norte = Bahia; Sul = Rio de Janeiro; Leste = Oceano Atlântico; Oeste = Minas Gerais
ÁREA (km²): 46.184,1
RELEVO: baixada litorânea (40% do território) e serras (interior)
RIOS PRINCIPAIS: Doce, São Mateus, Itaúnas, Itapemirim, Jucu, Mucuri, Itabapoana
VEGETAÇÃO: floresta tropical, vegetação litorânea
CLIMA: tropical úmido
MUNICÍPIOS (número): 77 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Cachoeiro do Itapemirim
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: espírito-santense ou capixaba
POPULAÇÃO: 3.097.232 (2000)
DENSIDADE: 67,06 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 17,3% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 28 óbitos antes de completar um ano de idade, para cada mil crianças nascidas vivas
CAPITAL: Vitória, fundada em: 8/9/1551
A capital abriga um dos mais importantes portos do país, por onde é escoada grande parte da carga de minérios exportada, oriunda dos estados de Minas Gerais e do Pará
HABITANTE DA CAPITAL: vitoriense

A composição da economia do estado baseia-se primordialmente na agricultura e na indústria, embora seja significativa a extração mineral, especialmente das reservas de petróleo, gás natural e calcário. Na produção agrícola, destacam-se as lavouras de café, milho, feijão, arroz, abacaxi, banana, mandioca e cacau. Na criação pecuária, o rebanho bovino chega a 1,9 milhão de cabeças. Existem ainda 450 mil suínos e 5 milhões de aves entre as principais criações de animais do estado. Na indústria destacam-se os setores químico, alimentício, madeireiro, metalúrgico e de mineração.
O estado produz um bilhão de kwh de energia em suas usinas hidrelétricas, tendo consumido 4,5 bilhões de kwh no período de julho de 1993 a junho de 1994.

O estado do Espírito Santo originou-se da criação de uma capitania - Capitanias eram extensas glebas de terra doadas pela Coroa de Portugal a membros da pequena nobreza, a fim de repassar para a iniciativa privada a tarefa e os custos de promover a colonização. O sistema de capitanias hereditárias foi implantado entre 1534 e 1536. A colônia foi inicialmente dividida em 15 capitanias (faixas de terra com 50 léguas de largura) que se estendiam do litoral até os limites do Tratado de Tordesilhas (assinado entre Portugal e Espanha, com a intermediação do papa, em 7 de junho de 1484, estabelecendo que todas as terras situadas a leste de uma linha imaginária traçada a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde, na África, pertenciam a Portugal, enquanto as terras situadas a oeste dessa linha pertenciam à Espanha). Foram doadas a 12 capitães donatários. Mais tarde, foram criadas novas capitanias - doada a Vasco Fernandes Coutinho, fidalgo português que aportou na região a 23 de maio de 1535.
Tratava-se de um domingo do Espírito Santo, razão pela qual a capitania recebeu esse nome.
Os indígenas que habitavam a região apresentaram muita resistência ao processo colonizatório, recuando para a floresta e iniciando, a partir de então, uma luta de guerrilhas contra os portugueses, que se prolongaria até meados do século seguinte.
Além dos índios, os colonizadores tiveram ainda que enfrentar constantes incursões de piratas franceses, holandeses e ingleses na região.
A partir do século XVII, com a criação dos primeiros engenhos de açúcar, o interior do estado começou a ser povoado, desenvolvendo-se a atividade agrícola e o comércio.
No início do século XVIII, porém, a economia local entrou em processo de estagnação e a capitania, até então subordinada à Bahia, foi reintegrada à Coroa.
Em 1810 adquiriu plena autonomia, passando a ser administrada por um governador.
Com a chegada de imigrantes suíços, alemães, holandeses e açorianos, a partir de 1823, a economia da região voltou a crescer.
Embora os fazendeiros tenham se arruinado com o fim da escravatura, em 1888, a grande corrente de imigração liderada por italianos, que se manteve de 1892 a 1896, fez crescer a cultura do café, saneando as finanças do estado e permitindo o seu desenvolviment.
Essa base agrícola histórica deu origem à denominação "capixaba", dada às pessoas originárias do estado do Espírito Santo, que, na língua indígena tupi, quer dizer terra "boa para a lavoura".
No decorrer do processo de imigração européia desencadeado no Brasil durante o século XIX, diversas comunidades alemãs foram criadas na região serrana do estado do Espírito Santo, dando origem a uma paisagem marcada por traços da cultura européia e à adoção de costumes típicos dos países daquela região.
Este é o caso do município de Domingos Martins, a 46 km de Vitória, nas barrancas do rio Jucu, muito utilizado para competições de canoagem, por seu relevo acidentado e repleto de pequenas cachoeiras. Nesse local, em 1847, foi fundada a colônia de Santa Isabel, primeiro povoado de colonização alemã no estado. Traços dessa colonização germânica podem também ser encontrados nos municípios de Paraju, Biriricas, São Miguel, Melgaço, Marechal Floriano e Santa Maria.
Todos os anos, em janeiro, tem lugar na região a Festa do Imigrante Alemão e, em fevereiro, a Festa do Chucrute, reunindo, ambas, grande quantidade de descendentes dos primeiros colonizadores.
Santa Leopoldina, situada 50 km a noroeste de Vitória, também se originou como um centro de colonização alemã no século XIX. Atualmente, o município tem 30 mil habitantes e sua principal atração é o Museu do Colono, que guarda material representativo da colonização alemã e eslava na região.
Imigrantes italianos também chegaram ao estado, instalando-se, em sua maioria, nos municípios de Aracê e Araguaia. Encontra-se em Aracê, a famosa rocha chamada Pedra Azul, de 1.822 metros de altura, onde também se encontra uma caverna, a gruta da Pedra Azul.

A região onde hoje se encontra o estado do Espírito Santo foi, no passado, terra de índios valentes e guerreiros, que lutaram violentamente contra os primeiros colonizadores, para manter o estilo de vida que conheciam e não se deixarem subjugar pelos europeus que pretendiam transformá-los em escravos. Atualmente, no entanto, a população indígena do estado ficou reduzida a um total de 884 habitantes, divididos em três grupos (Caieiras Velhas, Camboios e Pau Brasil), que ocupam área total de 4.492 hectares, já demarcada pelo governo federal, por intermédio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Espírito Santo / República Federativa do Brasil

MINAS GERAIS




LOCALIZAÇÃO: Minas Gerais, estado brasileiro, fica no noroeste da região Sudeste
FRONTEIRAS: Norte e Nordeste = Bahia; Sul e Sudeste = Rio de Janeiro; Leste = Espírito Santo; Sul e Sudoeste = São Paulo; Oeste = Mato Grosso do Sul; Oeste e Noroeste = Goiás
ÁREA (km²): 588.383,6
RELEVO: planaltos com escarpas e depressões no centro
Minas Gerais é o Estado mais elevado do país, com 57% das terras acima dos 600 metros de altitude (serras da Mantiqueira e do Espinhaço)
RIOS PRINCIPAIS: São Francisco, Jequitinhonha, Doce, Grande, Paranaíba, Mucuri, Pardo
O principal rio que banha o estado de Minas Gerais é o São Francisco, que nasce na serra da Canastra e segue em direção ao Nordeste do País, constituindo recurso hídrico estratégico fundamental para o desenvolvimento desta região. O rio São Francisco percorre uma extensão de 3.160 km, numa bacia de 631.133 km2, antes de desaguar no oceano Atlântico. Ao longo de seu curso no estado de Minas Gerais encontra-se a barragem de Três Marias, onde funciona a usina hidrelétrica do mesmo nome, que fornece energia para grande parte do estado.
VEGETAÇÃO: floresta tropical a maior parte com faixa de cerrado a NE
CLIMA: tropical Brasil Central (tropical de altitude com temperaturas médias anuais inferiores a 20ºC na maior parte do estado
MUNICÍPIOS (número): 854 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Uberlândia, Montes Claros, Governador Valadares, Uberaba
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: mineiro
POPULAÇÃO: 17.891.494 (2000)
DENSIDADE: 30,40 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 10,9% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 31,2
CAPITAL: Belo Horizonte, fundada em 17/12/1893
HABITANTE DA CAPITAL: belo-horizontino

O estado de Minas Gerais disputa com o Rio de Janeiro o segundo lugar em importância econômica no país, após São Paulo. Participa com 10% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) e se destaca no cenário nacional, em diversos setores industriais: 30% da produção nacional de automóveis; 38% da produção de aço; 53% da produção nacional de ferro gusa; e 25% da produção de cimento. Na produção agropecuária sua participação é também relevante em diversos setores: possui o maior rebanho bovino do país, com 22 milhões de cabeças (13% do total); é o maior produtor de leite (32% da produção nacional); responde por quase metade da produção nacional de café; e se destaca ainda entre os principais estados produtores de abacaxi (34%), batata (27%), alho (21%) feijão (12%) e milho (10%), entre vários outros produtos agrícolas.
O setor de serviços é o que vem apresentando o maior desempenho no estado, representando, em 1995, 53,7% do PIB estadual. A indústria corresponde a 35,6% do PIB estadual e a agropecuária a 10,7%. As regiões central, do sul de Minas, do Triângulo Mineiro, do Rio Doce e a Zona da Mata são as de maior relevância econômica do estado, sendo responsáveis por 76% do PIB. Os municípios que mais contribuíram para a geração do PIB estadual, em 1995, foram Belo Horizonte (24,3%), Contagem (4,2%) e Betim (3,6%).
As exportações do estado representam cerca de 13% do total nacional, ressaltando-se que entre os principais produtos exportados por Minas Gerais estão automóveis, autopeças, minério de ferro, produtos de aço e café.


A ocupação histórica do estado de Minas Gerais foi realizada por grupos de bandeirantes paulistas que se dirigiam para o interior, no século XVI, em busca de metais e pedras preciosas.
Entre fins do século XVII e princípios do século XVIII, começaram a aparecer os primeiros povoados na região de montanhas e minério descobertas pelos paulistas.
Em 1693 grandes quantidades de ouro foram encontradas na região próxima ao local onde hoje se situa a cidade de Belo Horizonte, fato que gerou confrontos sangrentos e disputas diversas. O mais grave de tais incidentes ficou conhecido como Guerra dos Emboabas, um enfrentamento ocorrido em 1708, entre paulistas, portugueses (os chamados emboabas) e mineradores de diversas partes do país (os chamados sertanejos).
Para melhor administrar a região, criou-se em 1709 a capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
Em 1720, no entanto, Minas separou-se de São Paulo, tornando-se uma capitania independente, com sede na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto.
A existência de abundantes riquezas minerais na região deu origem ao nome do estado.
Na primeira metade do século 18, a região tornou-se o centro econômico da colônia, com rápido povoamento. No entanto, a produção aurífera começou a cair por volta de 1750, o que levou Portugal a buscar meios para aumentar a arrecadação de impostos, provocando a revolta popular, que culminou na Inconfidência Mineira, em 1789.
Em 1833, o descontentamento com a regência provocou o Movimento Restaurador; já em 1842, os mineiros uniram-se à Revolução Liberal.
Em 1927, foi o primeiro Estado a instituir o voto secreto.
No século 20, Minas Gerais se firmou como uma das grandes forças políticas e econômicas do país.


Tiradentes - Teve origem na cidade de Vila Rica o movimento político conhecido com Inconfidência Mineira (1789), no qual estavam envolvidas personalidades importantes da cidade, como juízes, padres, militares e poetas. Tratava-se de uma conspiração contra a Coroa portuguesa, inspirada nas idéias liberais que prevaleciam na Europa à mesma época, as quais eram trazidas à colônia pelos jovens filhos das famílias abastadas, que retornavam de períodos de estudos no velho continente. O descontentamento com Portugal era crescente à medida que aumentava o sentimento de brasilidade, transformado em formulações políticas pelos intelectuais da época. Um desses conspiradores foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que demonstrou grande dignidade e heroísmo quando, ao ser preso e julgado, chamou a si toda a responsabilidade pelo movimento. Condenado à forca, acabou sendo executado no dia 21 de abril de 1792, tendo sua cabeça exposta em praça pública na cidade de Vila Rica e os demais membros pendurados em diversos locais da estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. A crueldade do castigo imposto a Tiradentes, ao invés de amedrontar, exacerbou o espírito autonomista da Colônia, tornando-o o maior herói nacional para os brasileiros.
Ouro Preto - Criada em 1711, foi a segunda capital do estado de Minas Gerais, após Mariana. É a cidade cuja fisionomia atual reflete com mais pureza o passado colonial brasileiro. A unidade de seu aspecto arquitetônico se deve em parte ao empobrecimento, que não permitia novas construções, e à vigilância do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em 1897, a sede do governo estadual foi transferida para Belo Horizonte e Ouro Preto transformou-se em "cidade monumento".
O município de Ouro Preto encontra-se localizado na serra do Espinhaço, região metalúrgica de Minas Gerais, a 1.150 metros de altitude. O ponto mais elevado do município é o pico do Itacolomi, a 1.772 metros de altura. A cidade de Ouro Preto, tombada pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade, em 1980, apresenta clima úmido, característico de regiões montanhosas, com temperaturas médias que variam entre 6° e 29° C. A economia do município baseia-se nas atividades de mineração e metalurgia. Existem ricas produções de artesanato na região de Ouro Preto, notadamente os trabalhos feitos em pedra-sabão, taquara, metais, prata e pedras preciosas. Objetos de arte elaborados em latão e cobre também podem ser encontrados com freqüência na região. Entre os atrativos naturais do município de Ouro Preto estão o Parque Municipal da Cachoeira das Andorinhas, o Parque Estadual Itacolomi e a Estação Ecológica do Tripuí. No primeiro encontra-se a cachoeira das Andorinhas, assim chamada pela grande quantidade de andorinhões-de-coleira que migram para lá no verão. A cachoeira encontra-se numa formação rochosa semelhante a uma gruta, com água transparente e temperatura em torno de 20°C, numa queda de aproximadamente 10 metros. No mesmo local, encontra-se também a maior queda d’água da região, com 40 metros de altura. O Parque Estadual do Itacolomi encontra-se localizado na serra do Itacolomi, entre os municípios de Ouro Preto e Mariana, possuindo área de 7.542 hectares. Coberto por vegetação de florestas, possui sistema hídrico de importância nacional. Encontra-se no local a Represa do Custódio, com aproximadamente 3 quilômetros de extensão e 20 metros de profundidade. Existem ainda no Parque do Itacolomi espécies raras da fauna brasileira, algumas ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, a onça parda, o tamanduá-mirim, entre outros. A origem do nome Itacolomi vem da língua tupi, e significa "a pedra e o menino" (ita = pedra - colomi = menino). A Estação Ecológica do Tripuí está situada no vale do ribeirão Tripuí e foi criada em 1978, para a preservação do Peripatus acacioi, animal invertebrado raro, considerado um fóssil vivo. Reúne 496,9 hectares de matas, rios, fauna e flora variadas e nela também se encontram vestígios da antiga Estrada Real, que ligava Minas ao Rio de Janeiro.
Entre os principais atrativos da cidade de Ouro Preto encontram-se as igrejas, repletas de monumentos religiosos e obras de arte de valor histórico e beleza singular. Nelas podem ser encontradas obras de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que nasceu em Ouro Preto em 1738 e se tornou o mais famoso escultor brasileiro, retratando em suas obras o estilo rococó e o barroco mineiro.
Águas Minerais - O estado de Minas Gerais possui as mais importantes estâncias hidro-minerais do país, famosas por seus efeitos curativos e benéficos à saúde de maneira geral. Entre as principais cidades onde se encontram essas fontes naturais estão os municípios de São Lourenço, Caxambu e Poços de Caldas, todos na região sul do estado. A cidade de São Lourenço está a uma altitude de 874 metros e grande parte de sua área encontra-se ocupada pelo Parque das Águas, uma reserva na qual se encontram seis fontes diferentes de água mineral contendo magnésio, ácido carbônico, sais alcalinos, ferro e sulfa. Possui uma população de 35.000 habitantes e tem também como seu grande atrativo um lago natural de 90.000 m2 em torno do qual existem diversas facilidades esportivas e de lazer. Caxambu é uma estação de águas termais e minerais onde podem ser encontrados elegantes hotéis e variados tipos de fontes de água mineral, indicados para tratamentos de doenças do estômago, fígado, rins, infertilidade, etc. Situada numa região montanhosa, está a 895 metros de altitude e possui temperaturas que variam entre 15º e 25º C. Sua população é de 25.000 habitantes. Poços de Caldas, com 110.137 habitantes, é a maior das cidades termais do estado, com rede hoteleira ampla e fontes de diversos tipos, além de outras atrações turísticas. Localizada sobre a cratera de um vulcão extinto, suas águas chegam à superfície com temperaturas de 45º C.
Outras estâncias minerais de relevante importância no estado são Cambuquira, Lambari, Caldas, Jacutinga, Passa Quatro, Fervedouro, Patrocínio e Andradas.
Araxá - Localizada próxima ao Triângulo Mineiro, a região do município de Araxá foi colonizada nos tempos da corrida do ouro e se tornou um local de refúgio para escravos fugitivos, que se organizavam em "quilombos" (comunidades fortificadas onde viviam esses escravos). Existem também nessa região fontes de água mineral que contêm bicarbonato, cálcio, magnésio, carboidratos, sódio e sulfa. São ainda famosos os tratamentos realizados com um tipo de lama existente na região, conhecida por curar doenças da pele, reumatismo e artrite. O local oferece ainda uma linda paisagem de florestas, cachoeiras, lagos e outras belezas da vida silvestre. O município tem 69.858 habitantes.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Minas Gerais / República Federativa do Brasil

RIO DE JANEIRO




LOCALIZAÇÃO: o Rio de Janeiro, estado brasileiro, fica no leste da região Sudeste
FRONTEIRAS: Norte e Noroeste = Minas Gerais; Nordeste = Espírito Santo; Leste e Sul = Oceano Atlântico; Sudoeste = São Paulo
ÁREA (km²): 43.909,7
RELEVO: planície litorânea com morros, lagos, várzeas e dunas, planalto a Oeste
Suas costas leste e sul são banhadas pelo oceano Atlântico. Com relevo diversificado, a paisagem do estado do Rio de Janeiro apresenta fortes contrastes: escarpas elevadas, tanto à beira-mar como no interior; mares de morros; colinas e vales; rochas variadas em baías recortadas pelo litoral, com diferentes formas de encontro entre o mar e a costa; dunas, restingas e praias planas; lagos, florestas tropicais naturais; e ainda uma área de planalto, que se estende a oeste. O ponto mais elevado do estado é o pico das Agulhas Negras, de 2.787 m de altura, localizado na serra da Mantiqueira, região sudoeste do estado. A serra da Mantiqueira é uma imponente escarpa voltada para o vale do rio Paraíba do Sul, que atravessa os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
A serra do Mar é outro maciço relevante que corta o estado do Rio de Janeiro, ao longo do litoral. Inicia-se ao norte do estado de Santa Catarina, região Sul, estendendo-se por mais de 1.000 km até o norte do estado do Rio de Janeiro. Ao longo desse percurso recebe diferentes denominações como serra da Bocaina, ao sul do estado, serra da Estrela e serra dos Órgãos, ao fundo da baía de Guanabara.
RIOS PRINCIPAIS: Paraíba do Sul, Macaé, Muriaé, Piraí, Guandu
O rio Paraíba do Sul corta todo o estado no sentido sudoeste-nordeste, formando extenso vale entre as serras do Mar e da Mantiqueira. É o mais importante do estado e corta as cidades de Resende, Barra do Piraí e São Fidélis, entre outras menores, desembocando na região de Campos a nordeste. A erosão fluvial e as correntes marítimas deram origem à principal planície aluvial do estado, a baixada dos Goytacases, no município de Campos, na região nordeste. Esse processo resultou na formação de um solo fértil, favorável ao cultivo da cana-de-açúcar e do arroz.
VEGETAÇÃO: mangue no litoral e Mata Atlântica, floresta tropical
As matas e florestas (naturais e plantadas) no estado representam 15% do total da área ocupada por estabelecimentos rurais, ou seja, 500.000 hectares. Encontram-se nas encostas montanhosas da cidade do Rio de Janeiro as duas maiores florestas urbanas do mundo: o maciço da Pedra Branca e a floresta da Tijuca. Esta última cobre uma extensão de 3.300 hectares e foi tombada pela ONU como reserva da biosfera.
CLIMA: tropical atlântico
MUNICÍPIOS (número): 91 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Niterói, Duque de Caxias, São Gonçalo, São João do Meriti, Volta Redonda, Campos, Petrópolis
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: fluminense
POPULAÇÃO: 14.391.282 (2000)
DENSIDADE: 327,74 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 6,30% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 27,1
CAPITAL: Rio de Janeiro, fundada em 1/3/1565
HABITANTE DA CAPITAL: carioca

O estado do Rio de Janeiro é a segunda maior economia entre os estados brasileiros. Possui grande potencial turístico, além de relevante parque industrial. É ainda onde se concentram as maiores jazidas de petróleo do país, localizadas na plataforma continental a nordeste, no município de Campos. Destacam-se no estado, as indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, químicas, alimentícias, mecânicas, editorial e gráfica, de papel e celulose, de extração mineral, de derivados de petróleo e naval. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado representa 10,91 % do PIB nacional.
Localizado no coração do sudeste brasileiro, a região mais rica e dinâmica do Mercosul, ao redor do Rio de Janeiro encontra-se o maior mercado consumidor da América Latina. Esse mercado deverá crescer aceleradamente nos próximos anos e, em face do crescimento do produto e da renda do país, aumento expressivo da demanda ocorrerá também no Rio de Janeiro, envolvendo praticamente todos os tipos de produtos e serviços.
Origina-se da plataforma continental do estado do Rio de Janeiro a maior parte da produção de petróleo do País. Descoberta em 1974 e utilizando tecnologia nacional de exploração em águas profundas, a produção da bacia de Campos, localizada na costa nordeste do estado, alcança 52.600 m3 (330.000 barris) por dia, o que corresponde a 70% da produção nacional de petróleo.
A agricultura é uma atividade de pouca expressão no estado, tanto em termos de área quanto em valor da produção. O fenômeno da modernização agrícola, que determinou as transformações desse setor no Brasil a partir da década de 70, não atingiu o interior do estado do Rio de Janeiro, da mesma forma como ocorreu em outras áreas da região Sudeste, como no estado de São Paulo, por exemplo. O Rio de Janeiro apresenta baixas taxas de produtividade e de capitalização do setor agropecuário, demonstrando vocação para o desenvolvimento nas áreas de turismo e indústria. Apresenta perfil fundiário no qual predominam pequenos estabelecimentos agrícolas, com área inferior a 10 hectares. Sua superfície agrícola é de 3.264.150 hectares, dos quais 44% estão cobertos por pastagens naturais. A área média dos estabelecimentos agrícolas é de 35,76 hectares e o total de produtores soma 91.280, em sua maioria proprietários (68,8%). No entanto, verifica-se tendência à fragmentação dos estabelecimentos rurais e à concentração do uso do solo agrícola. A região serrana do entorno da cidade do Rio de Janeiro vem-se revelando como novo pólo de produção agrícola do estado, com destaque para o cultivo de produtos hortigranjeiros.
O principal produto agrícola cultivado no estado é a cana-de-açúcar. No ano de 1992, foram produzidos 7 milhões de toneladas desse produto, especialmente no município de Campos dos Goytacases. Outros produtos de relevância para a economia agrícola do estado do Rio de Janeiro incluem a mandioca, o tomate, o arroz, o feijão, o milho, a batata, a laranja e a banana. Foram colhidos no estado 1,4 bilhão de laranjas em 1992, e 31,6 milhões de cachos de bananas. Em 1995, o rebanho bovino do estado correspondia a 2,03 milhões de cabeças e o suíno a 281,2 mil cabeças. Entre os galináceos a criação atingia 17,7 milhões; os eqüinos eram em número de 149,4 mil; e o rebanho caprino correspondia a 47,6 mil.
Conhecido mundialmente pela diversidade de suas belezas naturais e pelas magníficas praias que se estendem por toda a sua orla marítima, o estado do Rio de Janeiro apresenta inegável vocação para o turismo. Nas cidades do interior "fluminense" (denominação das pessoas e locais do estado do Rio de Janeiro) podem ser encontradas atrações diversas, desde museus e parques, até a prática do alpinismo ou da caça submarina. Existem opções para divertimento e lazer, assim como para o enriquecimento cultural e histórico. Extensa rede de hotéis oferece ao turista conforto, lazer e cultura em viagem pelo interior do estado. A imigração européia fez de algumas cidades como Penedo, de colonização finlandesa, atrações especiais, onde o visitante convive com os costumes e a culinária de países distantes.

O Rio de Janeiro originou-se de partes da capitania de São Tomé e de São Vicente.
Entre 1555 e 1567, o território foi ocupado pelos franceses.
Em 1565, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro
No século 17, a pecuária e a cana-de-açúcar impulsionaram o progresso, definitivamente assegurado quando o porto começou a exportar as riquezas de Minas Gerais, no século 18.
Foi na região do vale do Paraíba onde se iniciaram as primeiras plantações de café no país, as quais, mais tarde, se estenderiam para o estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Tendo em vista a crescente demanda pelo produto na Europa, por volta de 1820 o café começou a figurar na pauta de exportações do País e, em curto espaço de tempo (1830-1840), passou a ser o primeiro produto de exportação, tornando-se o sustentáculo da economia brasileira no século XIX. A expansão do cultivo do café teve como ponto de partida a cidade do Rio de Janeiro, onde chegaram as primeiras mudas, oriundas do estado do Maranhão, região Nordeste, na segunda metade do século XVIII. Cultivado a princípio nos arredores da cidade, o café atingiu os municípios de São Gonçalo, no recôncavo da Guanabara, e Resende, no vale do Paraíba. Desses pontos, as plantações irradiaram-se por toda a orla marítima, chegando ao município de Campos e ao vale do Paraíba. Mesmo tendo se expandido por outras províncias ao longo do século XIX, a liderança da produção nacional de café pertenceu à província do Rio de Janeiro até a década de 80 daquele século, graças à produção do vale do Paraíba, que oferecia condições muito favoráveis ao desenvolvimento da cafeicultura. Ainda hoje encontram-se nessa região antigos casarões e fazendas que pertenceram aos chamados barões do café.
Em 1763, passou a sediar a capital do reino. Com a mudança da família real para o Brasil, em 1808, a região foi muito beneficiada como sede do reino.
Em 1834, a cidade do Rio de Janeiro foi transformada em município, permanecendo como capital do país, enquanto a capitania passou a província, com sede em Niterói.
Em 1889, a cidade transformou-se em capital da República e a província em Estado.
Com a mudança da capital para Brasília, em 1960, o município do Rio de Janeiro tornou-se o Estado da Guanabara.

Em 1975, fundiram-se os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, com o nome de Estado do Rio de Janeiro, tendo a cidade do Rio de Janeiro como capital.

O Litoral - O estado do Rio de Janeiro apresenta três trechos distintos de formação litorânea. O primeiro, caracterizado pela presença de tabuleiros, baixadas e restingas, vai do delta do rio Paraíba do Sul, na região nordeste do estado, até a cidade de Arraial do Cabo, 180 km ao norte da cidade do Rio de Janeiro, local escolhido pelo piloto Américo Vespúcio, como ancoradouro, quando ali chegou e fundou a primeira feitoria do Brasil, em 1503. Esta região é denominada Costa do Sol e inclui praias famosas como Cabo Frio e Búzios.
O segundo trecho caracteriza-se pela presença de restingas, lagunas e baixadas, estendendo-se desde Arraial do Cabo até a ilha de Itacuruçá, 82 km ao sul da cidade do Rio de Janeiro. As restingas são extensas no litoral, isolando antigos braços do mar, que hoje formam lagunas. A beleza desse aspecto da geografia do estado é representada pela cidade do Rio de Janeiro cuja paisagem reúne montanhas e rochedos à beira-mar, restingas, lagoas e zonas planas, outrora ocupadas por pântanos ou pelo mar. O Pão de Açúcar e o Corcovado, duas montanhas que se tornaram típicos cartões-postais da cidade do Rio de Janeiro, são bem representativas dessa região. Na cidade do Rio de Janeiro encontram-se ainda outras amostras típicas desse trecho de costa como as lagoas Rodrigo de Freitas e Jacarepaguá; e as restingas de Ipanema, do Leblon e da Marambaia.
O terceiro tipo de litoral encontrado no estado do Rio de Janeiro estende-se da ilha de Itacuruçá até a região de Parati, ao sul, e caracteriza-se pelo mergulho da serra do Mar no oceano. Também conhecido como Costa Verde, esse trecho apresenta praias e cordões arenosos estreitos, situados na base de escarpas ou acompanhando as pequenas planícies. É uma região de beleza deslumbrante, que reflete o contraste entre o mar e a montanha, com cachoeiras por entre as matas, praias delicadas e recantos incrustados nos paredões de rochas, além de rica fauna marítima que convida à pesca submarina.
Costa do Sol - Esta região costeira se estende na direção norte do estado e se caracteriza pela convivência harmoniosa de contrastes entre o luxo e a simplicidade, o colonial e o moderno, diferentes tipos de culinária, de embarcações e de modos de vida. A atividade mais tradicional da região é a extração de sal, que se estende por toda a costa fluminense, tendo no moinho de vento o seu símbolo característico. As colônias de pescadores também marcam o perfil dessa região, dando uma tonalidade rústica à paisagem. Tem como principais atrações turísticas os balneários de Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Rio das Ostras, Maricá e Saquarema. Originariamente uma vila de pescadores, o atual município de Búzios, com área de 95 km2, foi até recentemente parte do distrito de Cabo Frio e é famoso pelo aspecto bucólico de suas praias. Fica a 191 km da cidade do Rio de Janeiro e é muito procurado por turistas no final do ano, para as festas de réveillon. A cidade de Cabo Frio, distante 168 km do Rio de Janeiro, tem área de 431 km2 e 84 mil habitantes. Seu passado histórico reflete-se na arquitetura colonial e em monumentos como o Forte São Mateus, construído em 1650. É conhecida por suas imensas dunas de areia muito branca e fina, que se estendem até Arraial do Cabo, ao sul, bem como pelo colorido de suas águas, onde é freqüente a presença de corais. Arraial do Cabo tem 19 mil habitantes e concentra ainda hoje grande número de pescadores, além de pesquisadores oceanográficos e amantes do mar. Sua principal atração é o Pontal do Atalaia, imensa pedra que avança para o mar e é freqüentemente visitada por cardumes de golfinhos. Rio das Ostras tem 210 km2 de área e 20 mil habitantes. Trata-se de uma cidade mais modesta, procurada por turistas que buscam locais tranqüilos para a pesca. Situa-se a 170 km do Rio de Janeiro, próxima à cidade de Araruama, de 58 mil habitantes, onde se localiza a lagoa do mesmo nome. Maricá é o balneário que se encontra mais próximo à cidade do Rio de Janeiro, entre os mais importantes da Costa do Sol. Não obstante a proximidade com a grande cidade, Maricá não perdeu o aspecto de pequena aldeia. Tem área de 339 km2 e 46 mil habitantes. Saquarema, com 382 km2 tem 37 mil habitantes e fica a 102 km da cidade do Rio de Janeiro. É conhecida pelo festival de surf promovido todos os anos na praia de Itaúna, no mês de maio, que atrai jovens de várias partes do país.
Região Serrana - Esta parte do estado inclui cidades localizadas entre as montanhas da serra dos Órgãos, sendo Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo suas melhores representantes. Petrópolis e Nova Friburgo foram colonizadas por imigrantes suíços e alemães, possuindo, portanto, características físicas e culturais dessas regiões. Petrópolis nasceu e se desenvolveu como a cidade imperial, visto ter sido a favorita do monarca D. Pedro II, que ali passava a temporada de verão, para fugir do calor da cidade do Rio de Janeiro. A colônia germânica estabeleceu-se inicialmente na cidade para servir à família real, deixando também influências marcantes nos hábitos, na alimentação, no estilo das moradias e do mobiliário local. Com área de 826 km2 e 255 mil habitantes, a cidade de Petrópolis fica a 68 km do Rio de Janeiro e possui várias atrações como o Museu Imperial, antiga residência da família real, com grande acervo de objetos pertencentes à realeza, inclusive a coroa de D. Pedro II; a festa do Colono Alemão, que acontece no mês de junho, reunindo atividades diversas; o famoso hotel Quitandinha, antigo cassino construído na década de 40, já na era republicana; o Palácio de Cristal; a Catedral de São Pedro de Alcântara, além de parques e jardins. É ainda um significativo pólo de produção da indústria têxtil, especialmente malharia, de mobiliário e de produtos alimentícios industrializados. Saindo de Petrópolis pela estrada serrana que a liga a Teresópolis, o viajante passa pela rota das hortências, ziguezagueando pelas montanhas esculturais e íngremes. O símbolo da cidade de Teresópolis é a montanha chamada Dedo de Deus, uma formação de pedra no alto da serra dos Órgãos, que se assemelha a um dedo indicador, apontando, em direção ao céu. No mesmo local encontra-se o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, com paisagem exuberante, piscina natural e trilhas para caminhadas na mata. O clima de Teresópolis, assim como o de Petrópolis e de Nova Friburgo, é frio no inverno, com temperatura amena no verão. São famosos ainda os restaurantes e os confortáveis hotéis-fazenda de Teresópolis, onde o visitante encontra conforto e opções de lazer em paisagens aprazíveis e bucólicas. Embora não possua indústrias, Teresópolis tem um comércio variado, que inclui confecções, móveis, plantas e artesanato. Fazem parte dos atrativos da cidade, as belas casas de veraneio construídas em suas encostas. Em Nova Friburgo as principais atrações são os rios e suas corredeiras, onde é comum a prática da canoagem. O povoado de Lumiar é também uma das principais atrações do município de Nova Friburgo, além dos restaurantes típicos, do passeio de teleférico ao morro da Cruz, de onde se tem uma vista panorâmica da região, e da visita às Furnas do Catete, com suas estranhas formações rochosas, como a pedra que se assemelha a um cachorro sentado. Nova Friburgo, como Petrópolis, abriga várias indústrias, destacando-se a produção de couro e rendas, e ainda a fabricação de produtos alimentícios artesanais como biscoitos amanteigados, licores e doces.
Costa Verde - Exibindo um dos cenários mais bonitos da costa brasileira, em que as montanhas entram em contato com o mar, a região denominada Costa Verde inclui mais de 2.000 praias e 300 ilhas protegidas das intempéries do mar aberto pela restinga de Marambaia. As cores da água nessa parte do litoral fluminense, em várias tonalidades de verde, constituem atrativo especial. Ideal para a prática de qualquer modalidade de esporte aquático, esse trecho da costa brasileira reúne excelentes condições para a navegação desportiva e concentra 90% da frota de embarcações de lazer do país. É grande o número de praias desertas, às quais só é possível o acesso por mar; areias brancas à beira de águas calmas e transparentes; e correntes marítimas generosas que trazem grande quantidade de lagostas e várias espécies de peixes às redes dos pescadores. Estes se encarregam de narrar aos visitantes as lendas da região, que remontam aos tempos em que a cidade de Angra dos Reis era esconderijo de corsários.
Parati - Sua ocupação remonta ao século XVI, em decorrência da abertura de caminhos que ligassem as províncias de São Paulo e Minas Gerais às do Rio de Janeiro. Fazendeiros e comerciantes foram aos poucos se estabelecendo na região, gerando significativo dinamismo econômico na época do Império. Em 1844, a vila de Parati foi elevada à categoria de cidade. Nesse período, Parati, juntamente com Angra dos Reis e Mangaratiba, eram importantes núcleos para o escoamento da produção de café do vale do Paraíba. Em fins do século XIX, inicia-se o declínio da região de Parati, resultado de inúmeros fatores, entre eles a abolição da escratura, em 1888, que provocou o êxodo rural dos libertos; a mudança da rota da produção cafeeira, que passava a ser transportada por via férrea, não mais utilizando as estradas que tinham em Parati um dos pontos de desembarque; e a obstrução dos rios, resultando em surtos epidêmicos, como o da malária. No início do século XX, a população local não passava de 10.000 habitantes.
Considerado o maior e mais completo monumento do período colonial no estado do Rio de Janeiro, a cidade de Parati encontra-se às margens da baía de mesmo nome, que é um prolongamento da baía de Angra dos Reis. Tombada como Patrimônio Histórico da humanidade, seus casarios antigos e o calçamento das ruas estreitas formam cenário de grande valor histórico e beleza singular. A cidade é preservada em sua arquitetura de estilo colonial e muito visitada por artistas, especialmente pintores, que vêm registrando suas belezas e seus traços históricos em várias obras. Dentre os principais monumentos históricos da cidade encontra-se a Igreja de Santa Rita, importante referencial do perfil arquitetônico avistado a partir do mar para a terra.
Região de Itatiaia - A preocupação em preservar a natureza é mais antiga nessa região do que em outras partes do estado. É onde se encontra localizado o primeiro Parque Nacional criado no Brasil, em 1937. O Parque Nacional de Itatiaia apresenta paisagem alpina, com temperaturas baixas e nevascas ocasionais no alto das montanhas durante o inverno. Em seus 12 mil hectares de extensão pode ser encontrada uma reserva ecológica de fauna e flora exuberante. Os turistas que visitam essa área estão geralmente em busca de integração com o meio ambiente repleto de belezas naturais, que exibem cataratas e pequenas cascatas propícias ao banho e locais para alpinismo ou caminhadas na mata. A mais conhecida entre as quedas d'água do parque é a cachoeira chamada Véu de Noiva, localizada no córrego da Maromba. É uma queda d'água de 30 metros de comprimento, que desliza sobre alto penhasco de pedra, formando uma nuvem branca de gotículas que se espalha pelo ambiente em torno e dá a impressão de ser um manto branco, como os que cobrem as noivas ao subirem ao altar. O local é repleto de corredeiras e propício à prática da canoagem. Após deslizar por entre pedras e caminhos tortuosos, as águas do rio Preto, que cortam o parque, formam agradável piscina natural de 100 metros quadrados, que convida ao descanso e ao relaxamento. A temperatura média anual do parque é de 11 graus e nele se situa o pico das Agulhas Negras, com 2.787 metros de altura, o ponto mais alto do estado do Rio de Janeiro.
Em todas as cidades dessa região podem ser observados traços bucólicos e característicos da cultura européia trazida pelos imigrantes. O artesanato de tapeçarias e objetos de decoração é muito popular. Itatiaia, a maior cidade da região está a uma altitude de 390 m e tem 248 km2 de área. Encontra-se a 174 km da cidade do Rio de Janeiro e tem população de 16 mil habitantes. Visconde de Mauá, fundada em 1908 por imigrantes suíços e alemães, foi descoberta por grupos hippies na década de 70, tornando-se desde então um local identificado com a vida integrada à natureza. Encontra-se a 1.200 m de altitude e tem área de 400 km2. Engenheiro Passos, com 7 mil habitantes e 176 km2 de extensão, possui hotéis-fazenda confortáveis, onde são oferecidas opções de lazer, além de culinária variada e de boa qualidade. O pequeno povoado de Penedo, de 8 mil habitantes, 25 km2 de área, a 600 m de altitude, mantém até hoje os traços e hábitos dos imigrantes finlandeses que o fundaram em 1929. A arquitetura, a culinária, os costumes, as festas (baile finlandês) e as saunas finlandesas chamam a atenção dos visitantes, tornando-se atrações especiais do lugar. É a região que apresenta as temperaturas mais baixas do estado, tendo também o frio como um de seus atrativos.

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Rio de Janeiro / República Federativa do Brasil

SÃO PAULO





LOCALIZAÇÃO: São Paulo, estado brasileiro, fica no sudeste da região Sudeste
FRONTEIRAS: Norte e Nordeste = Minas Gerais; Sul = Paraná; Nordeste = Rio de Janeiro; Leste = Oceano Atlântico; Oeste = Mato Grosso do Sul
ÁREA (km²): 248.808,8
RELEVO: planície litorânea estreita limitada pela Serra do Mar, com rios e mangues, planaltos e depressões no resto do território
Apresenta um relevo relativamente elevado, já que 85% de sua superfície está entre 300 e 900 metros de altitude
O ponto mais elevado do estado é o pico dos Marins, com 2.422 metros de altitude, situado em sua região noroeste
RIOS PRINCIPAIS: Tietê, Paranapanema, Grande, Turvo, do Peixe, Paraíba do Sul, Piracicaba, além do Ribeira do Iguape, único rio de importância na região litorânea
A maior parte do território paulista pertence à bacia do rio Paraná, onde se destacam um de seus formadores, o rio Grande, além de afluentes como o rio Tietê e o Paranapanema
VEGETAÇÃO: mangues no litoral, Mata Atlântica e floresta tropical no resto do território
CLIMA: tropical atlântico, no litoral, tropical de atitude, no interior (tropical temperado)
MUNICÍPIOS (número): 645 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: São Paulo, Campinas, Guarulhos, Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Santos, Sorocaba, Diadema, Jundiaí
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: paulista
POPULAÇÃO: 37.032.403 (2000)
É o estado mais populoso do país
DENSIDADE: 148,83 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 6,1% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 26,4
CAPITAL: São Paulo, fundada em 25/1/1554.
HABITANTE DA CAPITAL: paulistano

Maior centro industrial da América Latina, caracterizando-se pela alta concentração de indústrias as mais diversificadas, encontra-se também no estado de São Paulo o maior centro agropecuário brasileiro, com base nas culturas de cana-de-açúcar, laranja, milho, soja, banana, tomate, mandioca, batata, feijão, algodão herbáceo e café. Na pecuária destacam-se as criações de bovinos, suínos e galináceos. Sua produção industrial abrange a fabricação de veículos, aviões, satélites e aparelhos eletrônicos de avançada tecnologia, destacando-se a indústria metalúrgica, mecânica, de transporte, alimentícia, de material elétrico, têxtil, química e de minerais não-metálicos. O estado tem um PIB de US$ 203 bilhões (1995) e tem uma capacidade instalada de geração de eletricidade de 11 milhões de kw (1995), tendo consumido em 1995, 92 bilhões de kw/h.


Em 1532, teve início a colonização da área onde hoje se encontra o estado de São Paulo, com a fundação da vila de São Vicente, a mais antiga do Brasil, por Martin Afonso de Sousa.
Até o século XIX, a economia da região baseou-se na agropecuária de subsistência. Essa base agrícola, calcada na cultura cafeeira, juntamente com as condições favoráveis à obtenção de energia elétrica e a qualificação profissional dos imigrantes europeus, principalmente italianos, compuseram os fatores fundamentais, que permitiram o acúmulo de capital e o fornecimento de matérias-primas para o rápido desenvolvimento da região. O café tornou-se o responsável pelo crescimento da população, propiciando também a extensão das estradas de ferro. A proximidade entre o principal centro consumidor de produtos - a cidade de São Paulo - e o porto de Santos forneceu condições excelentes para o desenvolvimento de todo o estado, que comanda, ainda hoje, a vida econômica do país.
O processo de urbanização no estado intensificou-se a partir do final do século XIX, quando a região começou a receber migrantes de outros locais do Brasil, tornando-se centro de uma ativa propaganda política republicana.
No início do século XX, São Paulo detém, junto com o estado de Minas Gerais, o controle da política brasileira, situação que se mantém até a Revolução de 1930, que coloca fim à liderança da oligarquia cafeeira. Inconformada com seu afastamento do poder, a oligarquia desencadeia a Revolução Constitucionalista de 1932(8), na qual os paulistas foram derrotados.

No Pátio do Colégio da Companhia de Jesus, os padres jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta rezaram a primeira missa do assentamento então existente, em 25 de janeiro de 1554, data em que se comemora a fundação da cidade de São Paulo.
Partindo da cidade de São Paulo, diversas expedições de bandeirantes embrenharam-se pelo interior do país, explorando vastas regiões do sul e centro-oeste, além do atual estado de Minas Gerais. Várias das atuais rodovias que partem da cidade de São Paulo foram inicialmente trilhas abertas por esses bandeirantes, entre elas a rodovia Anchieta, a rodovia dos Imigrantes, a via Dutra, que liga São Paulo à cidade do Rio de Janeiro, e a Fernão Dias que liga a cidade a Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais.
Principal centro financeiro da América do Sul, a cidade de São Paulo tem o setor terciário mais moderno do país. Seu parque industrial responde por cerca de 10% da produção da indústria nacional e o comércio, que conta com dezenas de grandes shopping centers, recebe compradores de vários estados.
Os municípios em torno da cidade de São Paulo formam a maior área metropolitana do país. A Região Metropolitana de São Paulo, formada por 39 municípios, abriga cerca de 50% da população e responde por 53 % da produção industrial do estado de São Paulo.
Entre os pontos histórico-turísticos da cidade de São Paulo destacam-se a Catedral da Sé, de estilo neogótico; a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, construída em estilo barroco do século XVII; a Igreja de São Gonçalo, construída em 1763 e hoje considerada monumento nacional; o Pátio do Colégio, atualmente Museu Histórico, casa e capela de Anchieta, núcleo inicial da cidade de São Paulo; o Largo de São Francisco, datado de 1644; e a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, construída entre 1676 e 1791; a Igreja de Santo Antônio, também datada do século XVIII; e o Mosteiro de São Bento, no largo do mesmo nome, construído no século XVI. Encontra-se ainda na cidade de São Paulo o primeiro arranha-céu construído na América Latina, o Edifício Martinelli, datado de 1929. Atualmente o prédio abriga o Museu da Cidade, com acervo ilustrativo de seu passado.
O surto de desenvolvimento ocorrido a partir do final do século XIX transformou rapidamente a paisagem da cidade de São Paulo, dando origem a novas construções e monumentos que a tornaram uma grande metrópole. Entre as construções mais admiradas da cidade, destacam-se o Viaduto do Chá, construído em 1889; o Teatro Municipal, edificado entre 1903 e 1911, e projetado com base no Teatro da Ópera de Paris; e o Edifício Itália, que proporciona ampla vista da cidade, do alto de seus 47 andares. Outro marco de desenvolvimento da cidade de São Paulo encontra-se no Viaduto Santa Efigênia, construído em 1910.
São Paulo abriga ainda vários museus de reconhecida importância no país, entre os quais se destacam o Museu de Arte de São Paulo (MASP), inaugurado em 1968, o Liceu Cultural de Artes e Ofícios, datado do início do século, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), a Pinacoteca do Estado e o Museu da Imigração Japonesa.
Existem também diversos parques e jardins na cidade de São Paulo, tornando mais amena a vida agitada da capital mais desenvolvida do país. O maior deles é o Parque do Ibirapuera, cujo projeto paisagístico é de autoria do arquiteto e paisagista Burle Marx, e os edifícios em sua área, projetados por Oscar Niemeyer. No Parque Ibirapuera encontra-se ainda a sede da Fundação Bienal de São Paulo e o Museu de Arte Moderna, o Planetarium, com capacidade para 375 espectadores, o Pavilhão Japonês e o Jardim dos Cegos, com plantas selecionadas pelo seu perfume e informações em braille aos visitantes.
No bairro de Vila Mariana encontra-se o Museu Lasar Segall, antiga residência do artista de origem lituana, que foi um dos principais representantes do movimento modernista no Brasil. O acervo do museu inclui óleos, aquarelas, desenhos e gravuras de Segall, seu equipamento de trabalho, biblioteca, além de oferecer oficinas de arte e exibir filmes em uma sala especial.

Butantã - O Instituto Butantã, conhecido mundialmente por seus estudos e pesquisas sobre cobras venenosas está localizado em amplo parque, onde podem ser encontradas alternativas de lazer, além de viveiros de cobras, lagartos, escorpiões e aranhas. São fabricados no Instituto Butantã cerca de 24 tipos diferentes de medicamentos, com ênfase nas vacinas contra venenos de cobras. O instituto abriga também o Museu Histórico, que contém informações sobre o Dr. Vital Brasil, fundador da instituição, e o Museu sobre Animais Venenosos e Saúde Pública, que possui 407 espécies de cobra, além de variedades de outros animais venenosos. Há ainda no local uma biblioteca com 70.000 volumes disponíveis para consulta por parte de estudantes, professores e cientistas.
São Vicente - Situada na parte oeste da ilha de São Vicente, litoral do município de Santos, São Vicente foi a primeira vila fundada no Brasil. Nela se encontra ainda a igreja de São Vicente Mártir, construída em 1542 e reconstruída em 1757. Ao final da ponte suspensa que liga a ilha de São Vicente à Praia Grande, no continente, encontram-se as ruínas do Parque das Naus, uma usina de processamento de cana-de-açúcar e destilaria, datada de 1580.
Imigração - São Paulo é uma terra de todas as raças e nacionalidades. Durante todo o século XIX e nas primeiras décadas do presente século, intensos fluxos imigratórios originários da Europa dirigiram-se para o Brasil, em especial para São Paulo. Além dos portugueses, muitos alemães, eslavos, sírio-libaneses e, principalmente, italianos e espanhóis, passaram a compor o mosaico populacional do estado. No início deste século vieram os japoneses e mais recentemente os coreanos e sul-americanos de diversas nacionalidades. São Paulo concentra a maior colônia de descendentes de japoneses fora do Japão. Na cidade de São Paulo há um bairro típico japonês, chamado Liberdade, onde a decoração das ruas é feita com postes e lanternas características e onde se encontram vários outros aspectos típicos japoneses, como restaurantes, lojas de artigos de consumo durável e alimentício, hotéis etc. Já os italianos se instalaram no bairro chamado Bixiga, onde hoje ainda se encontra grande número de pizzarias e restaurantes típicos de comida italiana.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de São Paulo / República Federativa do Brasil


Região Sul






Com 577.214,0 km2, é a região que apresenta menor área, ocupando apenas 6,75% do território brasileiro. Formada pelos estados do Paraná Santa Catarina
Rio Grande do Sul

Tem clima subtropical, exceto na região norte do estado do Paraná, onde predomina o clima tropical. Caracteriza-se pela diversidade de temperaturas nas diferentes áreas que a compõem. As regiões de planaltos mais elevados apresentam temperaturas baixas, com nevascas ocasionais, e na região da planície dos pampas, mais ao sul, as temperaturas são elevadas. A vegetação acompanha essa variação da temperatura, ou seja, nos locais mais frios predominam as matas de araucárias (pinhais) e nos pampas os campos de gramíneas. A região possui grande potencial hidrelétrico, destacando-se a usina de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai.
A população da região Sul totaliza 25.107.616 habitantes, o que representa 14,95% da população do País. A densidade demográfica é de 43,49 habitantes por km2 e 80,93% da população vive no meio urbano. São encontrados traços marcantes da influência da imigração alemã, italiana e açoriana na região.
Inicialmente baseada na agropecuária, a economia da região Sul desenvolveu importante parque industrial nas últimas décadas, cujos centros se encontram nas áreas metropolitanas da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, e Curitiba, capital do estado do Paraná. A produção agrícola utiliza modernas técnicas de cultivo, destacando-se o trigo, soja, arroz, milho, feijão e tabaco entre os principais produtos comercializados. Na pecuária encontram-se rebanhos de linhagens européias (hereford e charolês). A suinocultura é praticada no oeste do estado de Santa Catarina e no estado do Paraná, onde ainda é significativa a prática do extrativismo, com extração de madeira de pinho. No estado de Santa Catarina explora-se o carvão mineral ao sul e se encontra grande número de frigoríficos, que produzem não apenas para o mercado interno, mas também para exportação.
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Todos os dados estatísticos apresentados são originários do IBGE.

PARANÁ



LOCALIZAÇÃO: o Paraná, estado brasileiro, fica na região Sul
O estado é cortado pelo Trópico de Capricórnio, que estabelece o limite meridional das culturas agrícolas tropicais
FRONTEIRAS: Norte e Nordeste = São Paulo; Leste = Oceano Atlântico; Sul = Santa Catarina; Sudoeste = Argentina; Oeste = Paraguaia; Noroeste = Mato Grosso do Sul
ÁREA (km²): 199.709,1
RELEVO: caracteriza-se pela freqüência de terrenos de baixada no litoral, onde predominam as planícies de aluvião, e a existência de planaltos e serras de formações rochosas cristalinas, como a serra do Mar
Seu relevo é dos mais expressivos: 52% do território ficam acima dos 600m e apenas 3% abaixo dos 300m
RIOS PRINCIPAIS: Paraná, Iguaçu, Ivaí, Tibagi, Paranapanema, Itararé e Piquiri
O complexo hidrográfico do estado do Paraná apresenta grande potencial energético. A bacia hidrográfica do rio Paraná ocupa 183.800 km2 no estado e seus principais rios incluem o Paraná, o Iguaçu, o Ivaí, o Tibagi e o Piquiri. Somente a bacia do rio Iguaçu, que nasce próximo a Curitiba, capital do estado, e deságua no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai, tem potencial hidrelétrico para 11,3 mil megawatts de energia elétrica. A bacia do Atlântico Sul banha 15.909,1 km2 na porção nordeste do estado. Entre seus principais rios encontram-se o Itararé e o Capivari. O estado do Paraná consome internamente apenas 20 % da energia elétrica total produzida em seu território, que representa 25 % da produção no país.
VEGETAÇÃO:
CLIMA: úmido
Como resultado das diferentes formações topográficas e características geológicas, o clima no estado do Paraná apresenta três tipos distintos, todos correspondentes a clima úmido, apresentando-se mais ameno na região norte e temperado no sul, onde os invernos podem ser rigorosos. O tipo que corresponde à maior área é o CFA, que se caracteriza por ser subtropical úmido, mesotérmico, com verão quente, sem estação seca de inverno definida e geadas menos freqüentes. O tipo CFB é subtropical úmido, mesotérmico, com verões frescos e geadas severas e freqüentes. Finalmente, o tipo AF caracteriza-se pelo clima tropical chuvoso, sem estação seca e isento de geadas
MUNICÍPIOS (número): 399 (1997)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Cascavel
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: paranaense
POPULAÇÃO: 9.563.458 (2000)
DENSIDADE: 47,88 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 8,6% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,79
CAPITAL: Curitiba
Em 1647 formou-se o embrião da cidade, que foi elevada à categoria de vila em 1693, tornando-se cidade em 1842. Em 1853 foi escolhida capital da província do Paraná
HABITANTE DA CAPITAL: curitibano

A economia do Estado se baseia na agricultura (cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, café, mandioca), na indústria (agroindústria, papel e celulose) e no extrativismo vegetal (madeira e erva-mate).
No século 17, descobriu-se na região do Paraná uma área aurífera, anterior ao descobrimento das Minas Gerais, que provocou o povoamento tanto no litoral quanto no interior. Com o descobrimento das Minas Gerais, o ouro de Paranaguá perdeu a importância. As famílias ricas, que possuíam grandes extensões de terra, passaram a se dedicar à criação de gado, que logo abasteceria a população das Minas Gerais. Mas apenas no século 19 as terras do centro e do sul do Paraná foram definitivamente ocupadas pelos fazendeiros.

No final do século 19, a erva-mate dominou a economia e criou uma nova fonte de riqueza para os líderes que partilhavam o poder. Com o aparecimento das estradas de ferro, ligando a região da araucária aos portos e a São Paulo, já no final do século 19, ocorreu novo período de crescimento.

A partir de 1850, o governo provincial empreendeu um amplo programa de colonização, especialmente de alemães, italianos, poloneses e ucranianos, que contribuíram decisivamente para a expansão da economia paranaense e para a renovação de sua estrutura social.
O Paraná ocupa quinto lugar em importância econômica entre todos os estados brasileiros. As diferentes características físicas e climáticas do estado propiciam a existência de atividades agrícolas diversificadas e seu grau de desenvolvimento econômico permite a utilização de avançadas técnicas agrícolas, que se traduzem nos mais altos índices de produtividade do país. Em 1994, os índices médios de produtividade nas principais lavouras do estado (soja, milho, feijão, algodão, café e trigo) elevaram-se em 12,9 %, em decorrência do desenvolvimento de modernos sistemas de produção, como é o caso da soja e do trigo, que são cultivados em sistema de rotatividade, gerando duas safras anuais na mesma área. Destaca-se ainda no estado do Paraná, a produção de batatas, de cana-de-açúcar, de mandioca e de arroz. Nos últimos anos, programas de desenvolvimento da fruticultura vêm sendo implantados em diversas regiões do estado. Na região norte do Paraná, a implantação de pomares cítricos vem permitindo a produção industrial de suco de laranja, enquanto a produção de maçã alcança, em várias regiões, uma safra média de 30 mil toneladas por ano. O plantio de frutas de clima tropical na região litorânea vem gerando bons resultados, com índices de produção e qualidade competitivos em larga escala. O estado possui um dos maiores rebanhos pecuários do país, com 8.911.986 de cabeças de bovinos, sendo expressivas também as criações de suínos (3.780.172) e galináceos (85.713.370). A produção paranaense de leite representa cerca de 10 % da produção nacional.
As principais reservas de matérias-primas existentes no estado do Paraná incluem o xisto betuminoso, o calcário, a dolomita, a argila, o carvão, o chumbo e a fluorita. A reserva de calcário está estimada em 4,4 bilhões de toneladas e suas principais jazidas, localizadas na região leste, alcançam produção média anual de cerca de 6 milhões de toneladas. Além de seu uso industrial, principalmente na produção de cimento, o calcário é utilizado de forma regular, para elevar o nível de produtividade das lavouras. Em 1992, foram extraídas e comercializadas 5,8 milhões de toneladas de calcário no estado. A dolomita existe também em grande quantidade no Paraná, que é o primeiro produtor deste mineral no país. Suas reservas estão estimadas em 532.616 milhões de toneladas. As reservas de argila vermelha, para o uso da indústria cerâmica, atingem volume superior a 65 milhões de toneladas. Em 1992, a produção de argila chegou a 1,1 milhão de toneladas. O estado do Paraná é também o principal produtor de talco do Brasil. Cerca de 17% das reservas brasileiras estão em seu território, com volume estimado em 13 milhões de toneladas, e produtividade média anual de 200 mil toneladas. A fluorita, que tem larga aplicação como matéria-prima na indústria química, metalúrgica e cerâmica, tem reservas superiores a 4,4 milhões de toneladas no estado, o que equivale a 53 % do total encontrado no país. Outros produtos como a brita de basalto, pedras ornamentais, mármores e granito também são encontrados em quantidades consideráveis no estado do Paraná. Em 1992, foram comercializados 37,6 milhões de litros de água mineral, extraídos de fontes naturais do estado.
A partir de 1966, intensificaram-se as atividades de reflorestamento, mediante a concessão de incentivos fiscais, que tem combinado a expansão da fronteira agrícola e o atendimento ao setor industrial madeireiro. As áreas reflorestadas, que tiveram considerável aumento, atingem hoje 1 milhão de hectares e mais de 2,5 bilhões de árvores plantadas.
O parque industrial do estado reúne cerca de 24 mil estabelecimentos, que têm registrado desempenho sempre superior à média nacional do setor. Nos quatro primeiros anos da década de 90, os índices de crescimento acumularam um total de 31,24 %. A produção industrial é diversificada, destacando-se as indústrias de papel e celulose, química, madeireira, alimentícia, de fertilizantes, eletroeletrônica, metalmecânica, de cimento, têxtil e de cerâmica, além da agroindústria.
Em 1994, a economia do estado cresceu 6,3 %, destacando-se, para o alcance desse índice, o desempenho do setor agrícola e a modernização do parque industrial do estado. Em 1993, a participação do estado do Paraná no PIB nacional foi de 6,2 %, que corresponde a um total de US$ 28,277 bilhões.
O Paraná é ainda o quarto maior exportador entre os estados brasileiros. Em 1993 a receita das exportações representou US$ 2,48 bilhões, que corresponde a 6,42 % do valor total exportado pelo país. A participação dos produtos industrializados na pauta de exportações do estado foi de 51 % no mesmo ano, liderada pelo complexo agroindustrial, responsável por 60 % das exportações do estado. O segundo complexo industrial com maior participação nas vendas externas do estado é o de metalmecânica, com 13,6 % do total das exportações em 1993.

As primeiras movimentações de colonizadores no estado do Paraná tiveram início no século XVI, quando diversas expedições estrangeiras percorreram a região à procura de madeira de lei. No século XVII, portugueses e paulistas começaram a ocupar a região, a partir da descoberta de ouro e à procura de índios para o trabalho escravo. A mineração, no entanto, foi legada a segundo plano pelos colonizadores, que se dirigiram em maior número às terras de Minas Gerais(7). Até o século XVIII, existiam apenas duas vilas na região: Curitiba e Paranaguá. Esse processo retardou a ocupação definitiva da área, que pertenceu à província de São Paulo até meados do século XIX, com sua economia baseada na pecuária. Logo após de conquistada sua autonomia, em 1853, teve início um programa oficial de imigração européia para a região, principalmente de poloneses, alemães e italianos.

Guerra do Contestado - Revolta de camponeses ocorrida entre 1912 e 1916, chegou a envolver cerca de 50 mil pessoas numa região de litígio na fronteira entre os estados do Paraná e Santa Catarina. O conflito teve início com a instalação de duas empresas norte-americanas na região, uma construtora de estradas de ferro e uma exploradora de madeira, que levaram mão-de-obra de fora para trabalhar nos empreendimentos e iniciaram um processo de expulsão dos posseiros que cultivavam a área, originando o movimento de fanáticos religiosos, liderados por "beatos" locais, entre os quais se destacou José Maria, que foi seguido por romeiros expulsos de suas terras.

Serra do Mar - Coberta pela floresta atlântica e declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO, em 1991, o que demonstra sua importância em termos globais, a serra do Mar abriga mais de 2.500 espécies da flora nativa brasileira, diversos animais em risco de extinção como a onça-pintada e a anta, além de pássaros como o gavião-pega-macaco, a jacutinga e o macuco, entre outros. No estado do Paraná, a serra do Mar tem aproximadamente 500.000 hectares de extensão e aí se encontram 72 % do total da flora e da fauna existentes no estado. Nessa área está também localizado o pico mais alto da região Sul do Brasil, o pico do Paraná, com 1.922 metros de altura. Ainda na serra do Mar encontra-se a Área de Interesse Turístico Espacial do Marumbi, com 66.732 hectares, cuja utilização é controlada por um plano de gerenciamento. O pico do Marumbi, situado dentro desta área, tem 1.547 metros de altura e é o mais procurado para a prática de alpinismo e turismo ecológico na região. Através da serra do Mar encontram-se caminhos históricos que são verdadeiras obras de arte e engenharia, como o caminho de Itupava e de Graciosa, ambos construídos há 300 anos. Além de constituírem opção para o turismo ecológico, esses caminhos são utilizados atualmente por programas ambientais e preservam, protegidos pela floresta, a história e a cultura dos primeiros colonizadores do Paraná.

Ilha do Mel - Tombada como Patrimônio Ecológico da Humanidade, a ilha do Mel tem 95% de sua área composta por ecossistemas de restinga e floresta atlântica, o que a elevou à categoria de Estação Ecológica em 1982, numa extensão de 2.240 hectares. Em seus morros e planícies existem trilhas para caminhadas, que dão acesso a locais de observação de belas paisagens e de espécies vegetais e animais, onde a brisa marinha e o cheiro de mato compõem aroma particular, associado à beleza de suas praias.

Vila Velha - Localizado no município de Ponta Grossa, a 969 metros de altura, no verde dos campos gerais, está o Parque Estadual de Vila Velha, com suas rochas esculpidas artisticamente pela natureza, ao longo de 350 milhões de anos. As formações rochosas recebem diferentes denominações, de acordo com as figuras às quais se assemelham. Entre as centenas existentes, as mais facilmente reconhecíveis são a Garrafa, o Camelo, o Índio, a Esfinge, a Taça e a Proa de Navio. Destaca-se em especial a caverna conhecida como Buraco do Padre, um anfiteatro subterrâneo com uma queda d'água de 30 metros de altura, também debaixo da terra. O município apresenta ainda outras paisagens naturais muito apreciadas e uma rica reserva ecológica, que inclui locais como os chamados caldeirões do inferno, que são depressões circulares de até 107 metros de profundidade, com 80 metros de diâmetro. Numa dessas cavidades, um teleférico vertical leva os visitantes até uma profundidade de 54 metros, de onde se pode caminhar até um lago subterrâneo. Outro acidente geográfico de rara beleza na região é a lagoa Dourada, paraíso da fauna aquática local. A lagoa é alimentada por um rio subterrâneo, cuja ação erosiva desgastou as rochas e provocou a formação de cavernas em seu interior. O fundo da lagoa está coberto por uma camada de mica que faz a água brilhar como se fosse de ouro, quando exposta aos raios solares.

Foz do Iguaçu - Um dos mais importantes pólos turísticos do Brasil, as cataratas do Iguaçu são formadas por 275 quedas d'água, com alturas que variam de 40 a mais de 100 metros e se distribuem em forma de ferradura, formando uma semicircunferência de 950 metros, na fronteira com a Argentina. A cachoeira está localizada no Parque Nacional do Iguaçu, criado em 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade em 1986. Da área total do parque, 185.000 hectares encontram-se em território brasileiro e 55.000 hectares na Argentina. As florestas subtropicais do parque abrigam cerca de 1.100 espécies de pássaros, bem como várias espécies de mamíferos, grandes e pequenos, como veados, capivaras, etc.
A cidade de Foz do Iguaçu encontra-se localizada na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina, a uma altitude de 164 metros. A 9 km do centro da cidade, na confluência dos rios Iguaçu e Paraná e entrada do Porto Meira, está o marco onde as fronteiras do Brasil, Argentina e Paraguai se encontram. No município de Foz de Iguaçu está também localizada a Usina Binacional de Itaipu, cuja construção deu origem a um lago com 1.300 km de margens e extenso potencial turístico. A construção da usina teve início em 1975, encerrou-se em 1991 e sua capacidade de produção de energia elétrica chega a 12,6 milhões de kw.

Indígenas - Vivem no estado do Paraná 6.916 indígenas, distribuídos em 19 grupos, que ocupam área de 79.988 hectares de extensão. Um total de 16 áreas já se encontram demarcadas definitivamente pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo federal responsável pela questão, e nelas se encontra a totalidade dos indígenas residentes no estado.
São os seguintes os grupos indígenas residentes no estado do Paraná e suas respectivas áreas: Apucarana, Ava Guarani, Barão de Antonina, Faxinal, Ilha da Cotinga, Ivaí, Laranjinha, Mangueirinha, Marrecas, Ocal, Palmas, Pescada, Pinhalzinho, Queimadas, Rio Areia, Rio das Cobras, São Jerônimo, Superagüi e Tibagy/Mococa.

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Paraná / República Federativa do Brasil

SANTA CATARINA



LOCALIZAÇÃO: Santa Catarina, estado brasileiro, fica no centro da Região Sul
FRONTEIRAS: Norte = Paraná; Leste = Oceano Atlântico; Sul = Rio Grande do Sul; Oeste = Argentina
ÁREA (km²): 95.442,9
RELEVO: planícies litorâneas, enseadas e ilhas ao londo da costa e uma área serrana que fas parte do planalto Atlântico
Cerca de dois terços da área do stado correspondem ao planalto Arenito-Basáltico, a mais vasta parcela do planalto Meridional brasileiro. Essa área é cortada pelo rio Uruguai e seus afluentes
RIOS PRINCIPAIS: . Uruguai, Canoas, Pelotas, Negro, do Peixe, Itajaí, Iguaçu, Chapecó e Tubarão
VEGETAÇÃO: Mata Atlântica e Mata Araucária
CLIMA: subtropical
MUNICÍPIOS (número): 293 (1997)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Joinville, Florianópolis, Blumenau, Criciúma e Chapecó
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: catarinense
POPULAÇÃO: 5.356.360 (2000)
DENSIDADE: 56,12 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 5,7% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 22,8
CAPITAL: Florianópolis (situada na ilha de Santa Catarina, teve origem num povoado fundado em 1658)
HABITANTE DA CAPITAL: florianopolitano

A população do estado de Santa Catarina é formada por grupos étnicos de origens diversas, que emigraram para a região a partir do século XVII, em movimentos de colonização de iniciativa tanto oficial quanto particular. Entre os grupos mais significativos de imigrantes encontram-se os alemães e os italianos. Os primeiros instalaram-se em maior número nos municípios de São Pedro de Alcântara (1829), Piedade e Santa Isabel (1847), Blumenau (1850), D. Francisca (1851), Santa Tereza (1854), Teresópolis e Brusque (1860); os italianos deram origem aos municípios de Nova Itália (1836) e Azambuja (1877). Imigrantes de outras nacionalidades também fundaram as colônias que hoje formam os diferentes municípios do estado de Santa Catarina. Entre eles destacam-se os belgas, irlandeses, poloneses, russos, holandeses e espanhóis. Os portugueses originários das ilhas dos Açores e da Madeira chegaram ao estado na primeira metade do século XVIII e se instalaram no litoral, enquanto os outros grupos de origem européia penetraram pelo interior, colonizando a região oeste. Há cerca de 40 anos começaram a chegar imigrantes japoneses, que se instalaram na região central do estado.

A economia do estado de Santa Catarina baseia-se na atividade industrial, no extrativismo de minérios e na agropecuária, sendo bem distribuída a participação na economia, de todos os setores. Com base nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 1994, a distribuição percentual da participação de cada setor da economia do estado correspondeu a 17,93% para o setor primário, 42,90% para o secundário e 39,18% para o terciário. O setor industrial caracteriza-se pela diversificação. Nenhuma área da indústria participa com mais de 20 % do produto interno bruto do estado, o que propicia certa regularidade no crescimento econômico, evitando períodos de alternância entre crescimento e estagnação. As indústrias de maior expressão encontram-se no setor agroindustrial, metal mecânico, têxtil, de cerâmica, de máquinas e equipamentos e eletroeletrônico. No entanto, é significativa também a produção de artigos de plástico e móveis em madeira de pinho. Na região do vale do Itajaí (nordeste do estado) concentra-se a maior parte das indústrias têxteis, cujas exportações rendem cerca de 400 milhões de dólares por ano e empregam aproximadamente 100 mil pessoas. As indústrias de cerâmica e porcelana, localizadas principalmente na região central do estado, exportam seus produtos para mais de 60 países, empregando cerca de 10 mil pessoas. Tais indústrias possuem centros de tecnologia avançada na arte da fabricação de cerâmica e porcelana, onde são ministrados cursos para o aperfeiçoamento de técnicos da área. As fábricas de peças para automóveis existentes em Santa Catarina, em sua maioria situadas na região norte do estado, produzem para as mais importantes indústrias automobilísticas do país, como a Volkswagen, General Motors, Fiat, Volvo, etc.
O setor agroindustrial funciona de forma integrada, com o fornecimento do pacote tecnológico por parte da indústria (animais selecionados, ração e assistência técnica), em troca da exclusividade para a compra do produto dos agricultores. Esse processo vem garantindo a capacidade competitiva da agroindústria de Santa Catarina diante das maiores indústrias do mundo no setor agropecuário, especialmente na comercialização de aves e suínos.
A produção agrícola ocupa 25 % da área total do estado de Santa Catarina, ali encontrando-se também uma das maiores concentrações de granjas avícolas do mundo. A produção de frango no ano de 1994 foi de 953 milhões de toneladas. A criação de suínos tem também lugar de destaque, tendo sido comercializadas em 1994 542 toneladas de carne de porco. Entre os produtos agrícolas de maior relevância para a economia do estado destacam-se o arroz, milho, alho, cebola, fumo, feijão e a maçã, cuja colheita em Santa Catarina representa mais da metade da produção anual do país, que é de 480 toneladas. A produção de mel também é significativa, além da pesca industrial em larga escala, tanto de camarão como de outros frutos do mar.
Existem 420 mil hectares de área reflorestada, especialmente com pinheiros, nas regiões de planalto do estado. Esse reflorestamento fornece matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, móveis e outros produtos fabricados em madeira. São produzidas anualmente 900 mil toneladas de papel e celulose no estado, gerando uma renda de 610 milhões de dólares. Desde 1987, 2.555 hectares de terra vêm sendo reflorestados com o objetivo de garantir a produção de papel para as próximas décadas.

O território foi doado a Pero Lopes de Sousa em 1534. Em 1675, Domingos Dias Velho iniciou a fundação de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, na ilha de Santa Catarina.
Em 1739, a capitania foi separada da de São Paulo e, dez anos depois, chegaram os primeiros açorianos trazidos pelo governador Silva Pais, que deu grande impulso à região. Em 1777, foi conquistada pelos espanhóis, mas acabou devolvida no mesmo ano, graças ao Tratado de Santo Ildefonso. Em 1829, foi fundada a primeira colônia de imigrantes alemães.
Durante o império, Santa Catarina foi cenário de muitas lutas, inclusive da Guerra dos Farrapos, que alcançou a província. No final do século 19, a descoberta do carvão mineral em suas terras deu forte impulso ao desenvolvimento do sul do Estado, para onde se dirigiram novas levas de imigrantes alemães e também de italianos, que se dedicaram às pequenas lavouras e à fabricação de vinho.
As diferentes regiões do estado apresentam características físicas, climáticas e culturais diversificadas, com paisagens naturais de rara beleza, desde as praias do litoral às montanhas que se estendem a 100 km da costa, em altitudes de até 1.800 m. Essa diversidade da paisagem do estado de Santa Catarina torna a região atrativa a turistas tanto no verão como no inverno.
Não há grandes concentrações populacionais e as cidades são, em sua maioria, pequenas e distribuídas uniformemente por todo o estado.
Existem 170 praias ao longo de todo o estado, destacando-se o Balneário Camboriú como um dos locais mais procurados por turistas nacionais e estrangeiros, especialmente argentinos. No Balneário de Penha (próximo ao Balneário de Camboriú) encontra-se o 5º maior centro de lazer e entretenimento do mundo, o Beto Carrero World.

Fontes: IBGE / Governo do Estado de Santa Catarina / República Federativa do Brasil
RIO GRANDE DO SUL



LOCALIZAÇÃO: o Rio Grande do Sul, estado brasileiro, fica no extremo sul da região Sul
FRONTEIRAS: Norte = Santa Catarina; Sul = Uruguai; Leste = Oceano Atlântico; Oeste = Argentina
ÁREA (km²): 282.062
RELEVO: planície litorânea com restingas e areias, planaltos a Oeste e Nordeste, depressões no centro
Seu relevo apresenta três regiões naturais, que podem ser facilmente identificadas: o planalto Serrano, o pampa e a região lagunar. O planalto Serrano ocupa mais da metade do território do estado, estendendo-se por toda a parte setentrional em direção ao sudoeste. Na região serrana, localizada a nordeste, encontram-se altitudes de 900 a 1.000 metros, chegando a apenas 100 metros no vale médio do rio Uruguai. Na parte meridional apresenta escarpas de cuestas, designadas pelo nome genérico de Coxilha Grande, que caem para a depressão Central. Nessa parte do relevo do estado podem ser encontradas extensas campinas e também regiões de florestas, onde predominam as araucárias e a vegetação da mata atlântica. O pampa gaúcho localiza-se na parte centro-meridional do estado e corresponde a um planalto de ondulações suaves, com altitudes inferiores a 500 metros. A região lagunar na costa atlântica apresenta paisagem de praias com dunas e restingas, além de enorme quantidade de lagunas, destacando-se entre as maiores, as lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira
RIOS PRINCIPAIS: Uruguai, Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí, Pelotas, Camacuã
Os rios que banham o estado pertencem à bacia do Prata e o principal deles é o rio Uruguai, formado pela junção dos rios Canoas e Pelotas, na divisa do estado do Rio Grande do Sul com o estado de Santa Catarina
VEGETAÇÃO: campos (campanha gaúcha) a Sul e Oeste, floresta troplical a Leste, matas das araucárias a Norte, mangues litorâneos
CLIMA: subtropical
Predomina no estado do Rio Grande do Sul o clima subtropical, sendo que na região do planalto Serrano o clima é subtropical de altitude, com temperaturas médias inferiores a 20º C e chuvas abundantes, regularmente distribuídas. Devido à latitude, na região do pampa gaúcho as médias térmicas são inferiores a 18ºC e as chuvas são relativamente escassas. A região lagunar do litoral caracteriza-se pela escassez de chuvas
MUNICÍPIOS (número): 467 (1996)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Porto Alegre, Pelotas, Caxias do Sul, Canoas, Santa Maria, Novo Hamburgo, Viamão
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a mesma
HABITANTE: gaúcho
POPULAÇÃO: 10.187.798 (2000)
DENSIDADE: 36,11 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 6,1% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 22,2
CAPITAL: Porto Alegre, fundada em 26/3/1772
HABITANTE DA CAPITAL: porto-alegrense

Na composição da economia destacam-se a agricultura e a pecuária, além de atividades industriais. O estado do Rio Grande do Sul é tradicionalmente conhecido como o celeiro do Brasil. Sua produção agrícola inclui as culturas de soja (5,6 milhões de toneladas); trigo (905,3 mil toneladas); arroz (4,5 milhões de toneladas); milho (5,5 milhões de toneladas. Na pecuária destacam-se as criações de bovinos (13 milhões de cabeças); ovinos (10 milhões de cabeças); eqüinos (600 mil cabeças); e suínos (3,8 milhões de cabeças). Existem também reservas minerais no estado, especialmente cobre e calcário. Em 1992, o volume de exploração destes minérios chegou a 1,4 milhão e 4,1 milhões de toneladas, respectivamente. Entre as atividades industriais do estado do Rio Grande do Sul, destacam-se as indústrias de couro em geral, calçados, alimentícia, têxtil, madeireira, metalúrgica e química.

Situado fora do eixo de comércio do Brasil com Portugal, coube ao Rio Grande o papel vital de fornecer o gado que sustentou o ciclo do ouro em Minas Gerais e o do charque, que era o alimento básico dos escravos e da população de baixa renda das cidades brasileiras. A partir do início do século XX, coube também ao Rio Grande a função de "celeiro do país", responsável por uma fatia significativa da produção agrícola nacional.

A história do Rio Grande do Sul começou bem antes da efetiva ocupação de seu território pelos portugueses. Inicialmente, o Estado era uma "terra de ninguém", de difícil acesso e muito pouco povoada. Vagavam por suas pradarias os índios guaranis, charruas e tapes e, vez por outra, aventureiros que penetravam em seu território em busca de índios para apresar e escravizar.

Esse quadro foi modificado com a chegada dos padres jesuítas que, no início do século XVII, na região formada pelos atuais estados do Rio Grande do Sul e Paraná, e pela Argentina e Paraguai, fundaram as Missões jesuíticas. Nelas se reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, grandes levas de índios guaranis convertidos.
As peculiaridades geográficas da área onde atualmente se encontra o estado do Rio Grande do Sul, dividido em 11 diferentes regiões fisiográficas, influíram para retardar a ocupação da terra pelo conquistador europeu. Passado um século do descobrimento do Brasil, ocorrido em 1500, a região era quase inteiramente desconhecida pelos portugueses. Seus campos eram ocupados por três grupos indígenas: o gê ou tapuia (onde se encontram remanescentes caingangues), que ocupava a região de "Cima da Serra", onde hoje se encontram os municípios de Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Vacaria, Bom Jesus e São Francisco de Paula; o pampeano (charrua, minuano), que vivia no pampa gaúcho e uruguaio (campos de vegetação baixa, propícios à criação de gado); e o guarani, que ocupava o litoral, nas margens da lagoa dos Patos e nas vizinhanças dos grandes rios.
As Missões Guaranis - A partir de 1626, padres jesuítas espanhóis começaram a fundar reduções ou missões (aldeias orientadas pela religião católica, onde os índios viviam de acordo com os princípios da cultura ocidental, em comunidades organizadas pelos missionários jesuítas) na região oeste do território hoje pertencente ao sul do Brasil, ao Uruguai e à Argentina.
Durante todo o século XVII ocorreram conflitos freqüentes entre índios e bandeirantes. Os primeiros tinham apoio dos missionários jesuítas, que desejavam convertê-los e civilizá-los. Em função desse apoio, diversas missões foram criadas e destruídas, tendo os índios sido, por vezes, submetidos a períodos de exílio forçado de suas terras originais.
No final do século XVII e princípios do século XVIII, os índios iniciaram um retorno gradual às terras que antes lhes pertenciam, sempre com o apoio dos jesuítas. Foram criados nesse período sete povoados, que ficaram conhecidos como os "sete povos das missões". A etnia desses povos era variada, predominando traços dos guaranis. O governo de cada aldeia imitava a organização das cidades coloniais espanholas, sendo a sociedade dividida em classes, segundo o ofício.
Artistas eméritos eram considerados em plano social superior, com prerrogativas quase de nobreza.
A agricultura era exercida coletivamente, não havendo propriedade particular. Os instrumentos agrícolas utilizados também pertenciam à coletividade.
O gado, fator primordial para o sustento dessas populações, era criado em campos (vacarias) afastados das aldeias, onde existiam boas condições climáticas e gramíneas de alto poder alimentício. Criavam também cavalos, ovelhas, cabras, galinhas, porcos, etc.
Dada a facilidade de aprendizagem, não houve problemas em ensinar aos índios as artes mecânicas em "oficinas" onde aprendizes trabalhavam sob a orientação de um "mestre". Todos os artífices trabalhavam para a comunidade e viviam da produção da comunidade.
Extraía-se a erva-mate e madeira, praticava-se a metalurgia e criava-se gado. Tendo aprendido a fazer mudas, os índios plantaram grandes ervais nas proximidades dos povoados. Com a madeira extraída, executavam obras de arte, especialmente peças sacras, como imagens, candelabros etc.
Os "sete povos" eram formados pelas aldeias de São Francisco Borja (1682); São Nicolau (1687); São Luiz Gonzaga (1687); São Miguel Arcanjo (1687); São Lourenço Mártir (1690); São João Batista (1697); e Santo Ângelo Custódio (1707), município onde hoje podem ser encontradas as ruínas da igreja de São Miguel, conjunto tombado pela Organização das Nações Unidas - ONU, como patrimônio histórico da humanidade.
Enquanto floresciam os sete povos no oeste, o litoral era aos poucos ocupado pelos portugueses.
Em 1680 foi criada a colônia de Sacramento, às margens do rio da Prata (hoje cidade de Colônia no Uruguai). Fundada como local de contrabando, tornou-se um dos centros da guerra de fronteiras travada entre portugueses e espanhóis durante todo o século XVIII.
Em 1726, os espanhóis fundaram a cidade de Montevidéu, a leste de Sacramento, também na margem esquerda do Prata, para diminuir a influência de Portugal na região e ampliar o controle da navegação no Prata. Depois de várias tentativas para conquistar Montevidéu, os portugueses fundaram o Forte Jesus Maria José, em 1737, atual cidade de Rio Grande, em território brasileiro. Os conflitos encerraram-se apenas em 1777, com a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso, entre Portugal e Espanha, pelo qual ficou garantida a soberania espanhola sobre Sacramento e a posse de Rio Grande pelos portugueses. A região hoje correspondente ao estado do Rio Grande do Sul teve sua fronteira definida apenas em 1801, após a assinatura do Tratado de Badajoz.
A partir de 1824, começaram a chegar levas de imigrantes alemães para a região, o que diversificou a economia, antes baseada nas grandes estâncias de gado de corte. Os imigrantes instalaram-se em pequenas propriedades rurais, com produção agrícola diversificada, que passou a abastecer o estado e ser exportada para as regiões vizinhas. Na parte sul do estado desenvolveu-se a charqueada.
No século XIX, ocorreram ainda várias rebeliões no Rio Grande do Sul. A mais longa delas foi a Guerra dos Farrapos, produto de divergências entre defensores de ideais republicanos e federalistas. Durou dez anos (1835-45). A pacificação do estado, após outras lutas civis, só ocorreu a partir de 1928, com o governo de Getúlio Vargas, que mais tarde viria a ser presidente do Brasil.

Região Serrana - Nas proximidades da cidade de Porto Alegre encontram-se as cidades de Gramado e Canela, muito procuradas por turistas de todo o país, por suas belezas naturais e os traços característicos da colonização alemã. Gramado está localizada a 825 metros de altitude e tem população de 23.094 habitantes. O clima é ameno, com temperaturas que podem chegar a alguns graus negativos no inverno. Canela encontra-se a 837 metros de altitude e sua população é de 31.109. Em Gramado ocorrem alguns dos principais eventos culturais do país, como o Festival de Cinema Nacional e o Festival Internacional de Publicidade. A cidade é conhecida pelo requinte de sua culinária e por sua paisagem natural, que inclui lagos (lago Negro e lago Joaquina Rita Bier), um parque municipal, cascatas, etc. Há ainda uma cidade miniatura - o Minimundo - com reproduções de castelos e casas em estilo europeu, trens e até luz elétrica. Em Canela o clima pode ser mais frio no inverno, chegando a temperaturas de -5ºC a +25ºC. O estilo das casas é europeu, com jardins onde podem ser encontradas flores variadas e bem distribuídas. No caminho entre Canela e Gramado encontra-se o Parque Caracol, que possui uma cachoeira com queda de 131 metros, bosques de vegetação tropical e subtropical, além de um rio, o rio Caracol, no qual existem praias e pequenas cascatas. O local é um atrativo turístico muito desfrutado por visitantes de todas as partes do país e do exterior. No caminho para o parque, a 3 km da cidade de Canela, há uma araucária (pinheiro do Paraná) de 700 anos de idade, com 42 metros de altura. Ainda na Serra Gaúcha outras atrações chamam a atenção dos visitantes: o vale da Ferradura, uma formação de canyon cortada pelo rio Santa Cruz que forma linda cachoeira no local e as exuberantes paisagens de São José dos Ausentes e do Parque Aparados da Serra.

Vinicultura - Tendo encontrado clima propício ao desenvolvimento da vinicultura, os imigrantes italianos que começaram a chegar ao Rio Grande do Sul a partir de 1875, introduziram esse tipo de cultivo no estado, desencadeando o processo de produção artesanal de vinho. Hoje, a história da vinicultura nacional confunde-se com o processo de colonização da região nordeste do Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha), que é a maior produtora de vinho do país, especialmente nas cidades de Caxias do Sul, Farroupilha, Antonio Prado, Flores da Cunha, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Nova Milano, Nova Roma, São José do Ouro, São Marcos e Veranópolis.
A partir de meados de 1970, a indústria vinícola no Rio Grande do Sul passou por um processo de modernização que resultou em mudanças significativas no elenco varietal da produção de uvas do estado. O Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho (CNPVU) da Embrapa, localizado em Bento Gonçalves, vem trabalhando há mais de dez anos em um programa que envolve a seleção de plantas no campo, formação de clones, técnicas de indexagem em casa de vegetação, testes sorológicos em laboratório e termoterapia, com o objetivo de obter matrizes livres de doenças disseminadas nos vinhedos. Como resultado do programa, a Embrapa dispõe hoje de oito hectares de matrizes certificadas de mais de 80 cultivares, que forneceram, em 1994, material vegetativo para 1 milhão de mudas. No que se refere à produção de uvas de mesa no estado do Rio Grande do Sul, houve aumento considerável do cultivo de castas finas. Entre as castas brancas são mais cotadas as variedades riesling itálico e renano, chardonnay e gewurztraminer. Nos tintos, predomina o cabernet sauvignon, cabernet franc e merlot. Em 1994, foram comercializados 43.294.350 litros de vinho no Rio Grande do Sul, o que corresponde a 91% da produção nacional.

A Revolução Farroupilha - Durante a fase inicial da colonização alemã, um fato iria abalar a política e a economia do Rio Grande, causando reflexos políticos no centro do país e até nos países vizinhos. Foi a Revolução Farroupilha, que durou de 1835 a 1845. Deflagrada pelos gaúchos, que não aceitavam a situação de subordinação a que o governo central submetia o Rio Grande, a Revolução tinha a intenção de proclamar uma república independente, e levava, para o Sul do continente, os ideais de liberdade em voga então na Europa.
Também chamada de Guerra dos Farrapos, a revolução só foi contida com muita dificuldade pelo governo central, que precisou enviar grande parte do exército brasileiro para o Rio Grande do Sul. Ao final, ciente das dificuldades que a guerra estava causando - e preocupado com a eventualidade de uma guerra iminente com a Argentina -, o governo brasileiro terminou por estabelecer um acordo com os revoltosos, garantindo que nenhum deles seria punido e que os oficiais que participaram da revolução seriam reintegrados ao Exército Brasileiro.
A revolução significou uma pausa de dez anos no desenvolvimento econômico do Rio Grande. Mas, por outro lado, garantiu ao Estado um grau de respeitabilidade política que nunca antes fora alcançado por qualquer outro Estado além de Rio de Janeiro e São Paulo, onde se encontravam as forças econômicas que governavam o país.
Em 1875 começaram a chegar ao Rio Grande imigrantes italianos. Como as terras da proximidade da capital já estavam ocupadas pelos alemães, foram encaminhados para a região da Serra. E, aos poucos, se desenvolveu o eixo básico de industrialização do Estado, que liga a capital a Caxias do Sul - esta a cidade-pólo da região de imigração italiana -, passando pelo Vale do Sinos, a região de colonização alemã. Esse eixo tornou-se vital para o desenvolvimento industrial gaúcho (como é chamado o povo do Rio Grande do Sul).
Durante este século, a situação econômica do Estado passou por uma progressiva transformação. No campo, a diversificação agrícola avançou. Novos cultivos, como o arroz, foram introduzidos. Na década de setenta, o boom da soja levou um produto agrícola gaúcho ao mercado internacional. Paralelamente, a pecuária perdeu a condição de atividade primária única.
A atividade industrial, nascida do artesanato dos imigrantes, se desenvolveu em um ritmo crescente. O eixo Porto Alegre - Caxias se transformou na área de maior concentração industrial do Estado. No Vale do Sinos, cresceu a indústria calçadista, que se tornou uma das locomotivas da exportação da indústria brasileira de manufaturados. Essa condição foi mantida até o início da década de 90, quando a produção calçadista chinesa começou a ameaçar a indústria calçadista nacional. Em Caxias do Sul, os setores mecânico e metalúrgico ganharam relevância. A região de colonização italiana se transformou numa grande fornecedora de peças e componentes para a indústria automobilística nacional.
O crescimento industrial não significou, contudo, o abandono da agricultura. O Rio Grande do Sul continua sendo considerado, juntamente com o Paraná, como o Estado celeiro do país, responsável pela maior produção nacional de grãos. De um Estado que se encontrava à margem da economia brasileira, o Rio Grande se transformou em uma das bases dessa economia.

Fontes: IBGE / Governo do Estado do Rio Grande do Sul / República Federativa do Brasil