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quarta-feira, 23 de março de 2011

Caderno do Aluno de Geografia – 1ª série– Volume 1

GABARITO
ENSINO MÉDIO 2010
Caderno do Aluno de Geografia – 1ª série– Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM OS MAPAS: OS RECURSOS,
AS ESCOLHAS E OS INTERESSES
1. Professor, entregue qualquer mapa temático para os estudantes ou indique um do livro
a) O aluno precisa examinar o mapa sem orientação alguma e sem olhar a legenda
e o título. Com suas próprias palavras, ele deve relatar o que está representado no
mapa; não apenas o título, mas o fenômeno geográfico que está exposto.
b) Exprimir a situação geográfica significa mencionar a distribuição geográfica do
fenômeno: onde ele se concentra, onde se dispersa e perde densidade. Por exemplo:
onde há maior concentração de gente (cidades) ou de formações vegetais, áreas com
pouca população, altitudes mais ou menos elevadas etc.
c) Nesta questão o aluno vai se manifestar livremente. Dificilmente ele dirá que há
erros nos mapas, mas vale a pena pedir a ele para falar sobre isso. É importante
dessacralizar o material impresso: textos e mapas de jornais, revistas e livros podem
ser bons ou ruins, e podem ter erros; mais do que isso, os mapas disponíveis na
imprensa, muitas vezes, vão comunicar a informação a partir dos interesses de
alguém, por isso, podem distorcer ou até mesmo subtrair informações. Além disso,
vale dizer ao estudante que, se o mapa não tem comunicação clara e imediata, ele
pode ter problemas para ser lido e compreendido.
a) Por meio do uso de tonalidades de verde, o mapa mostra onde as populações
vivem mais. O verde mais escuro indica maior a expectativa de vida; o verde mais
claro, a expectativa de vida menor.
b) Segundo o mapa, na Europa Ocidental há uma elevada expectativa de vida,
enquanto na África a expectativa de vida é baixa – ou seja, as pessoas morrem mais
cedo. Há situações intermediárias, como na América do Sul. Trata-se da
representação de um indicador de desenvolvimento social.

c) Não, esse mapa não tem erros, e não engana nosso olhar. Nem é preciso
consultar a legenda para perceber uma distribuição geográfica do fenômeno
representado neste mapa, que tem comunicação imediata e clara.
a) O aluno pode se expressar do seguinte modo: fenômeno distribuído e
representado por círculos de tamanhos diferentes que expressam dimensões
diferentes de tal fenômeno (os círculos maiores, as maiores quantidades; e os
menores, as menores quantidades). Os círculos possuem tonalidades de laranja (ou
cores diferentes) que apresentam uma gradação visual do mais escuro para o mais
claro (indicando maior e menor intensidade do fenômeno), e, também, há círculos
azuis marcadamente distintos, certamente para representar algo bastante diferente. Os
alunos podem também inferir sobre o tema da representação, dizendo que o mapa
representa os locais onde existe grande concentração de pessoas ou, ainda, a
localização das grandes cidades etc.
b) Representam a população total das grandes aglomerações urbanas no mundo, em
2003. Círculos maiores, as maiores populações, e círculos menores, as menores
populações. Na Ásia, aglomera-se a maioria dos círculos maiores e, na Europa,
concentra-se grande quantidade de círculos médios e menores, da mesma forma que
na América do Norte e de certa maneira na América do Sul. A África está longe
dessa condição. Isso dá um retrato de um aspecto do fenômeno urbano no mundo.
c) As diferentes cores (ou tonalidades) representam a evolução (e a velocidade) do
crescimento dessas aglomerações entre 1975-2003. Cores mais escuras indicam
crescimento maior e mais veloz, e cores mais claras, um crescimento menor. O azul
representa diminuição da aglomeração urbana no período, o que ocorre somente em
alguns casos raros, daí a escolha de uma cor diferente para marcar o contraste com a
d) Em especial, na Ásia (principalmente na Índia e em Bangladesh) e na África
(Nigéria e Costa do Marfim e cercanias e no Norte da África).
a) As três maiores são: São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires. E São Paulo foi a
que mais cresceu no período representado no mapa.
b) Para responder a esta pergunta, é importante que os alunos observem o ábaco.
Tóquio é a maior e sua população chega a 35 milhões, conforme indicado no ábaco.
Depois vem Bombaim, com cerca de 18 milhões de habitantes, e Nova Délhi, com
um pouco menos de 18 milhões de habitantes, ambas na Índia.
c) Esse fenômeno é mais representativo na Ásia (notadamente no subcontinente
indiano, nos países insulares, como Indonésia e Filipinas, na China e no Japão).
Logo, esse é o segmento continental que possui as maiores aglomerações do mundo.
Por outro lado, é menos representativo na África e também, de certa forma, na
Oceania. Eis dois exemplos característicos:
no interior das grandes massas continentais, o fenômeno é bem menos
representativo do que nas zonas litorâneas, mas há exceções.
nos países comumente indicados como pobres (na América Latina e na Ásia – a
exceção é Tóquio) encontram-se as maiores aglomerações.
É importante que você registre qualquer outro comentário, para verificar sua pertinência.
d) Esse tipo de crescimento rápido ocorreu em Nova Délhi (Índia) e Daca
(Bangladesh), cujas populações cresceram mais de três vezes entre 1975 e 2003
(podendo ter chegado a 10 vezes mais). Lagos, capital da Nigéria, região centro-oeste
africana, é um centro urbano na África em que se deu o mesmo fenômeno.
3. Este mapa não tem erros, pois se trata de um mapa quantitativo que se utiliza de
círculos proporcionais que representam volumes populacionais com precisão, e que
também é ordenado, porque usa cores ou tonalidades diferentes para representar uma
ordem. Ele é um bom mapa, pois seu entendimento é fácil, mas é importante
observar que não se deve acrescentar, num exemplo como este, nenhuma outra
informação visual, uma vez que há um limite que nossa percepção visual distingue e
4. O recurso cartográfico são: círculos proporcionais, que são utilizados para
representar volumes populacionais; e cores ou tonalidades de valor diferentes, para
mostrar diversas velocidades de crescimento. Eles são recursos de composição de
linguagem, porque formam imagem com relações diretas: maiores círculos, maiores
populações; cores mais escuras, maior velocidade de crescimento (mais pigmentação,
mais intensidade do fenômeno representado), o que gera compreensão única,
impedindo que se faça outro tipo de relação. Espera-se que o aluno concorde com a
afirmação de que os recursos apresentados vão compor a linguagem do mapa e vão
comunicar a informação pretendida.
1. Apesar de ser um espaço de apenas 16 cm (longitudinal) por 8 cm (latitudinal), nele
cabe o mundo. É um mapa-múndi que representa o mundo inteiro com suas terras
emersas e seus oceanos. Trata-se de uma realidade infinitamente maior, que foi
reduzida para caber nesse espaço cartográfico.
a) Os números estão sobre traços (verdes) de 3 cm. Os valores mais baixos são os
próximos aos polos e, depois, eles vão crescendo à medida que se aproximam do
Equador (isso é visual): 1780; 4490; 5030; 5530; 5450; 6320; 6480; 6790; 6900;
7230. Há também variações relacionadas à direção do traço (horizontal, vertical e
diagonal), e isso também é visual.
b) Existe uma correspondência entre os traços (cada um de 3 cm) e os números sobre
eles. O traço de 1780 significa que, onde a reta de 3 cm foi traçada, existe, na realidade
do terreno, uma distância de 1780 km. No traço com a inscrição de 6900, o que se
indica é que na posição em que foi marcada a reta de 3 cm a distância é de 6900 km.
c) Neste exemplo, vamos escolher os traços de 5030 e de 7230. Sabemos que cada
uma das retas verdes tem 3 cm no mapa. Então fica assim:
primeiro caso: 3 cm = 5030 km, logo 1 cm = X e X = 1677 km (5030 dividido por 3);
segundo caso: 3 cm = 7230 km, logo 1 cm = X e X = 2410 (7230 dividido por 3).
a) O que há em comum entre um mapa e uma fotografia de corpo inteiro de uma
pessoa é que, nos dois casos, trata-se de representações que reduzem a “realidade”, o
que permite que uma pessoa caiba num pequeno pedaço de papel, e a superfície
terrestre com seus oceanos e terras emersas caiba numa pequena folha de papel. Uma
fotografia também tem escala de redução em relação à realidade.
b) O nome dessa redução, que é feita de forma matematicamente controlada, é
4. Se um mapa-múndi tiver uma escala cartográfica assim representada: 1:23 000 000,
isto significa que ele foi reduzido 23 000 000 de centímetros na realidade, ou então
que uma reta de 23 000 000 de centímetros foi reduzida para 1 centímetro no mapa.
5. Uma cidade tem um território muitíssimo menor que a extensão total da superfície
terrestre. Isso quer dizer que, para representar uma cidade num mapa, ela não precisa
ser tão reduzida quanto o mundo. Se houver a redução em ambas as situações da
mesma maneira, as cidades vão aparecer nos mapas apenas como pontinhos quase
6. No mapa em que houve uma redução de 10 mil vezes (1:10 000), haverá a
possibilidade de apresentar mais detalhes do terreno. No mapa da cidade poderão
aparecer detalhes como ruas, praças, localização de construções, como fábricas,
edifícios etc. Num mapa de 1:23 000 000, uma cidade será apenas um ponto.
Sugestão: Professor, você pode mostrar mapas de diferentes escalas para ilustrar essa
resposta. O ideal é escolher uma área e mostrar a sua representação em escalas
variadas. É possível também utilizar mapas da internet, em sites de busca de ruas ou
de mapas, como o Google Maps, por exemplo.
Além disso, embora nenhuma das atividades apresentadas no Caderno do Aluno dependa da
explicação a seguir, sobre a diversidade de escalas na extensão dos mapas-múndi, sugerimos
que ela seja discutida com os alunos em sala de aula, a título de esclarecimento.
Diversidade de escalas na extensão dos mapas-múndi
Na projeção cilíndrica equidistante-equatorial, todas as linhas verdes têm o mesmo
comprimento, porém, no terreno, as distâncias em quilômetros são diversas. Isso se deve às
deformações presentes na projeção. A escala cartográfica é uma questão da matemática
geométrica, e não tem relação direta e exata com todo o terreno representado num mapa-
múndi. Isso significa que a escala cartográfica não pode ser usada para estabelecer as
medidas do terreno, como normalmente se pensa e se procede. As deformações que as
projeções impõem significam um afastamento das medidas do terreno. Por exemplo: a
Projeção Mercator produz uma Groenlândia muito maior que a América do Sul, o que não é
real. Se for expresso em escala gráfica, como no exemplo da projeção cilíndrica
equidistante-equatorial apresentada no Caderno do Aluno, o que ficará evidente é que a
escala não corresponde à mesma relação por toda a extensão do mapa. Quatro escalas
gráficas são oferecidas para esta projeção. Cada escala horizontal só é útil ao longo de seu
paralelo específico, ou no paralelo oposto simétrico em relação ao Equador; a escala
vertical é válida em qualquer posição, o que é uma característica das projeções cilíndricas
1. Estes mapas representam a superfície terrestre, embora sejam diferentes. Em todos
são visíveis a Eurásia (Europa + Ásia), as Américas, a África e a Oceania, mesmo
que, em cada um deles, a posição dos continentes não seja a mesma. É possível
também, nas projeções Bertin e Peters, observar linhas imaginárias que estão
representadas de maneira diferente.
2. As diferenças são várias. Eis algumas: os tamanhos da Groenlândia, da América do
Sul e da África são diferentes, ao se comparar a Projeção Mercator com as outras três
(Peters, Bertin e Buckminster Fuller). Na Mercator, a Groenlândia é maior, enquanto
que a América do Sul e a África são menores. Mas isso não acontece nas outras três.
A Projeção Buckminster Fuller tem uma distribuição bem diferenciada dos
continentes, quando comparada com as outras três. E também há diferenças
significativas na representação da América do Norte na Projeção Bertin, em relação
às outras. Muitas outras diferenças podem ser notadas em complemento.
3. Talvez a impressão de mais correta seja atribuída à Projeção Mercator, por ser a mais
familiar, a mais utilizada. A Buckminster Fuller, pela razão inversa (pouco conhecida
na Geografia brasileira), vai passar a impressão de mais errada que as outras. Vale a
pena verificar o resultado dessa enquete. Ele pode não ser o que destacamos aqui,
pois nem a Mercator nem a Peters (outra bastante usual) são conhecidas dos
estudantes. Esse resultado vai ser indicativo da condição do estudante. A Projeção
Mercator provavelmente será considerada a mais correta pela familiaridade. E se dirá
que o tamanho dos continentes e dos oceanos é mais certo nessa projeção e que as
formas são as mais corretas etc., o que, como já foi afirmado no item anterior, pode
não se comprovar. Neste momento, você pode aproveitar a oportunidade para
mostrar outras projeções, inclusive algumas curiosas, para que os alunos percebam
que existem diferentes maneiras de representação do mundo.
4. No mapa da Projeção Mercator, a Groenlândia é bem maior que a América do Sul,
ainda que, na realidade, ela seja várias vezes menor. Isso quer dizer que, no mapa da
Projeção Mercator, existem deformações, e que ela não é correta em relação à
realidade, embora seja a mais familiar. Além disso, essa análise vai servir para
mostrar que nenhuma projeção consegue representar o mundo de maneira correta; é
preciso que o produtor de mapas escolha a melhor projeção para o tipo de
informação que ele deseja representar.
Leitura e Análise de Quadro e Texto
a) Observando-se a Projeção Buckminster Fuller, nota-se no centro (polo) uma
distribuição dos continentes como se estes se espalhassem sobre um globo, de cima
para baixo. Trata-se de um mapa centrado no Polo Norte, e não no Equador, como
nas outras três projeções apresentadas anteriormente. Os oceanos desaparecem (ou
têm menos espaço que noutras projeções) e os continentes parecem bem mais
próximos que costumeiramente em outros mapas.
b) As outras projeções são centradas no Equador. Ficam, assim, visíveis um
hemisfério Norte e um hemisfério Sul e, também, o lado oeste (Ocidente) e o lado leste
(Oriente). Na Projeção Buckminster Fuller, nada disso é evidente, mesmo porque ela
pode ser “virada” como um globo e mostrar na frente a América do Sul, por exemplo.
2. Não, a Projeção Buckminster Fuller também apresenta algumas distorções. De modo
geral, todas as projeções têm alguma distorção. A mais evidente das deformações
nesta projeção encontra-se nas áreas dos oceanos, que são apresentados bem menores
do que em outras projeções. No entanto, esta projeção é a que mais se aproxima na
proporção das áreas e das formas reais dos continentes.
1. O “Mapa territorial de referência” é muito mais próximo (embora possua diferenças)
dos mapas-múndi apresentados até aqui. O mapa “População absoluta, 2000”, por
sua vez, é bastante diferente, pois teve suas extensões e formas territoriais
transformadas. A referência para a construção desse mapa foi o tamanho das
populações de cada país. Em relação aos mapas territoriais convencionais, procurou-
se manter o posicionamento e as relações de vizinhança; no mais, é diferente.
a) É possível saber imediatamente quais são os países mais populosos, pois eles se
destacam visualmente, já que expressam como medida o tamanho da sua população.
China, Índia, Japão e o continente europeu (com todos os países somados) se destacam.
b) Vários deles, por exemplo, o Japão, de pequena extensão territorial, mas com
muitos habitantes. Ou a Austrália, que tem uma grande extensão territorial e
população muito inferior à do Japão, e aparece menor nesse mapa. Ou ainda o
Canadá, que é enorme, mas com pequena população.
c) A anamorfose é a representação cartográfica que usa outras medidas para
representar as realidades geográficas. Ela não usa as medidas de terreno e pode usar
volumes populacionais, valores econômicos, volumes de recursos naturais etc. Com
os números escolhidos é que serão dimensionados os objetos representados. Logo, as
extensões dos países num mapa (por exemplo) serão diferentes, uma vez que as
medidas são outras. Procura-se manter as relações de vizinhança. A anamorfose, por
tudo isso, pode ser chamada de transformação cartográfica.
1. Os elementos cartográficos identificados são escala, projeções e formas diferentes de
2. Para chegar à escala e às projeções são utilizadas as medidas dos terrenos (distâncias,
extensão, ângulos, reduções proporcionais).
1. A variável visual tamanho, que, no caso do gráfico, são quadrados (mas podem ser
círculos, como no mapa de aglomerações apresentado anteriormente) ou, então, está
representada pela largura das setas.
2. A variável visual valor, representada por tonalidades de cinza ou de cor (no caso do
gráfico, há o exemplo do azul mais claro para o azul mais escuro).
3. São as diversas variáveis visuais de separação: granulação, cores diferentes, hachuras
de orientação, formas geométricas.
4. Volumes diferentes que circulam no espaço são bem representados por setas, que são
um símbolo universalizado, e por suas diferentes larguras, trabalhadas com a variável
visual tamanho. Os mapas que fazem uso de setas variadas segundo tamanho são
chamados de mapas quantitativos de fluxos.
1. Para um mapa ser considerado quantitativo, ele deve usar na representação a variável
visual tamanho (quadrados e círculos), para expressar uma relação direta com as
quantidades do fenômeno; quando classificado como ordenado, é porque apresenta
tonalidades de cor para mostrar as intensidades dos fenômenos (mais frio, mais calor,
mais rico, mais pobre etc.); se os vários fenômenos estiverem representados por
variáveis de separação, é porque se trata de um mapa qualitativo; há também o caso
dos mapas de fluxo, em razão do uso das setas (que também são quantitativos, quando
se expressam pela largura das setas); já nos mapas do tipo anamorfose, trocam-se as
medidas de terrenos (métricas) por outras, como as de volume de população.
2. Entre os erros cartográficos mais comuns temos o que usa as variáveis de separação,
utilizadas para representar vários fenômenos diferentes, quando se trata de pôr em
ordem um único fenômeno. Por exemplo: diferentes índices de analfabetismo com
diversas cores, quando o certo seria usar tonalidades de uma única cor. Nesse caso,
só será possível entender o mapa por meio da legenda. Quer dizer, a imagem não se
3. Sim, é possível. No próprio Caderno há o mapa das grandes aglomerações do mundo
em 2003, o qual possui uma linguagem com duas variáveis visuais: de tamanho
(círculos proporcionais) e de valor (cores ou tonalidades de uma única cor). Isso faz
com que este mapa seja, ao mesmo tempo, quantitativo e ordenado.
Esse tema de confecção de texto é uma oportunidade para refletir sobre o papel dos
mapas, das representações. A ideia é que os estudantes entendam os mapas não como
verdades absolutas, mas como instrumentos que nos ajudam a refletir sobre as
realidades geográficas. Vale destacar que os mapas, na condição de espaços
(cartográficos), podem ser espaço de simulação das realidades geográficas, que também
se estruturam e se desenvolvem em espaços (geográficos). Nesta correspondência
encontra-se a força de um mapa, que deve ser entendido também como um espaço
cartográfico que não se presta apenas a localizar o fenômeno, mas serve principalmente
para que se notem as relações existentes entre os fenômenos e as realidades geográficas.
Por exemplo, um mapa, como o proposto anteriormente para exercitar a linguagem
cartográfica (das grandes aglomerações), permite relacionar aglomerações e
localizações litorâneas, maiores aglomerações e desenvolvimento econômico etc. É
importante que os alunos sejam estimulados a redigir, a expor o que pensam, claro,
usando o que discutiram e exercitaram anteriormente.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
O SENSORIAMENTO REMOTO: A DEMOCRATIZAÇÃO DAS
NFORMAÇÕES
1. Sim, a imagem de satélite, como a de um mapa, está representando a superfície da
Terra, que é curva, numa folha de papel plana. E, para isso, é preciso aplicar-lhe uma
projeção e uma escala de redução (escala cartográfica). Em todas essas operações, as
técnicas utilizadas são as mesmas que aquelas empregadas na confecção de mapas.
Logo, a imagem de satélite possui as mesmas distorções de um mapa e também não é
2. Não é possível ser noite no globo inteiro ao mesmo tempo, pois, enquanto na
“extremidade” do Hemisfério Leste é dia, na “extremidade inversa”, do Oeste, é
noite. Os alunos podem observar também a ausência de nuvens; é impossível ter uma
imagem do globo sem nenhuma nuvem, principalmente nas regiões tropicais úmidas.
Logo, uma imagem que mostre o mundo inteiro à noite e sem nuvens é uma
montagem, portanto, uma abstração.
3. O fato de ser uma montagem cria possibilidades de equívocos. Por exemplo: é
possível que se tenha juntado duas imagens dos dois hemisférios (ocidental e
oriental) de datas bem diferentes. Com isso, criou-se uma imagem em que os pontos
iluminados representariam épocas diferentes – e, em uma imagem (ou mapa), espera-
se que as informações sejam da mesma data. O que garante que a montagem seja da
mesma noite é a fonte, quem a fez. No caso dessa montagem, a fonte é a Nasa, uma
agência americana de grande credibilidade.
4. A ideia é que o aluno perceba que o mapa e a imagem não são expressões exatas das
realidades geográficas, mas são intencionais. Elas são representações, formas de
reapresentar as realidades por outros meios. Embora a imagem de satélite seja um
produto de alta tecnologia, ela não deixa de ter a mesma condição de representação
como um mapa. Essas duas formas de representação são igualmente válidas, cada
• Há, sim, algumas coincidências entre as zonas de maior concentração de iluminação
e as de maiores aglomerações, isso porque próximo a determinadas aglomerações as
áreas são mais urbanizadas. É o que acontece em São Paulo, por exemplo.
• Nos Estados Unidos, há uma boa extensão de vários segmentos mais iluminados e
isso não se repete, de modo algum, na China e na Índia.
• As zonas mais iluminadas encontram-se nos EUA e na Europa, áreas de grande e
intensa urbanização, mesmo que elas não sejam as maiores aglomerações.
• Observando as duas representações, é possível concluir que, apesar de as maiores
aglomerações encontrarem-se na Ásia, isso não quer dizer que ali estejam as maiores
zonas iluminadas. A relação entre urbanização e zonas iluminadas existe, mas a
coincidência não é total, pois zonas mais desenvolvidas são mais eletrificadas. E,
mesmo que a urbanização nos países desenvolvidos não tenha o mesmo porte das
aglomerações asiáticas (a exceção aqui é Tóquio), é nela que se notam as zonas mais
iluminadas captadas pela imagem.
Leitura e Análise de Texto e Quadro
Trabalho com dicionário de entendimento das palavras destacadas e das
desconhecidas. Algumas referências sobre as palavras destacadas:
Sensor: equipamento que capta a radiação eletromagnética transformando essa
Radiação eletromagnética: é uma forma de propagação de energia que permite a
percepção, pelo sensor do satélite, das feições da superfície da Terra.
Suborbital: termo utilizado para caracterizar os equipamentos que captam as
informações da superfície sem completar a órbita do planeta; as fotografias aéreas e
as imagens de radar são exemplos de produtos obtidos de sensores suborbitais.
Satélite: o significado de satélite é “corpo celeste que gravita em torno de outro”;
no caso do sensoriamento remoto, o satélite significa um objeto artificial que gravita
ao redor da Terra captando informações sobre a superfície.
Bacias de drenagem: área de um sistema de escoamento de águas superficiais,
originadas de nascentes e/ou de chuva, ocupada por um rio e seus afluentes e
limitada por elevações no terreno que dividem topograficamente esta área de
Fibra ótica: componente da espessura de um fio de cabelo formado por materiais
cristalinos e homogêneos, transparentes o bastante para guiar um feixe de luz (visível
ou infravermelho) através de um trajeto qualquer.
Vulnerabilidade ambiental: índice que mede a fragilidade de determinadas
regiões em relação à ação humana. Em Geografia, os mapas de vulnerabilidade
ambiental são produzidos a partir da síntese de outros mapas, como declividade,
vegetação original, hidrografia etc., além de imagens de satélite e fotografias aéreas
que identificam o uso e ocupação do solo.
Grifar (e listar) as passagens não compreendidas individualmente, o que,
obviamente, pode variar de aluno para aluno. Algumas passagens que forem
destacadas por alguns alunos devem ser explicadas para todos.
Grifar (e listar) as passagens não compreendidas em algum grupo e tentar, com
apoio coletivo, chegar a um entendimento.
Listar as principais definições, sendo que a de “sensoriamento remoto” é
fundamental de estar entre elas. Os tipos de sensoriamento também não podem
a) Para se obter imagens de satélite é preciso, antes, que se lance na órbita terrestre
satélites devidamente programados e equipados com meios para captar as
informações da superfície da Terra à distância, remotamente. Esse meio é um sensor
que vai captar radiações em interação com o meio físico da superfície (com todos os
b) Em termos gerais eles servem para monitorar a superfície terrestre sob os mais
diferentes aspectos. Quanto mais a tecnologia se desenvolve, mais elementos podem
ser monitorados, mais imagens podem ser tiradas variando os ângulos de visada, a
temporalidade das imagens etc. Já se podem utilizar imagens de satélite para:
monitorar e fazer previsões sobre os fenômenos climáticos; monitorar queimadas e
diversos desastres naturais (e provocados pelos seres humanos); analisar e
cartografar a dinâmica geográfica da área visada; para fazer a guerra e atingir alvos
dos inimigos etc. Para o bem e para o mal, as imagens permitem outro olhar sobre a
a) Um sensor remoto é o meio de obtenção de informação à distância. Uma câmera
fotográfica, por exemplo, é um sensor remoto. Um satélite que capta as informações
da Terra também é um sensor remoto, e aqueles que ficam na órbita da Terra são os
sensores remotos orbitais. Existem ainda sensores remotos que não são orbitais, e
não estão na órbita da Terra, como um avião que faz fotos aéreas.
b) O satélite geoestacionário é o mais adequado para o acompanhamento em curto
espaço de tempo da evolução dos fenômenos num determinado terreno. Os satélites
que circulam na órbita terrestre dão uma volta na Terra e, somente após esta volta,
tornam a obter imagens dos mesmos pontos. Por isso, seu intervalo de tempo é maior
do que o de um geoestacionário.
c) Os satélites orbitais são os que podem obter imagens mais amplas da Terra, pois
têm vários ângulos de visagem, com várias qualidades de imagem, em razão das
diversas posições que eles conseguem assumir. Já os geoestacionários mantêm-se,
em geral, numa órbita equatorial com um ângulo de visada que cobre até certa
latitude e é mais restrito em termos de amplitude espacial.
1. A imagem mostra a América do Sul e parte tanto do Oceano Atlântico como do
2. Foi registrada a parte visível dos fenômenos meteorológicos, ou seja, os sistemas de
nuvens, por meio dos quais se interpretam tais fenômenos. O fato de registrar-se
regularmente a evolução desses fenômenos é que permite fazer a previsão do tempo.
3. Essa imagem foi captada por um satélite geoestacionário numa posição orbital
terrestre mais ou menos fixa, com uma velocidade de órbita idêntica da Terra, daí a
condição de “estacionário”. Fica a uma altura superior a 35 km na direção do
Equador. O satélite GOES é pertencente aos EUA e fornece imagens ao Brasil.
1. Atualmente, muitas imagens de satélite são utilizadas pela imprensa, e a ideia é que
os alunos coletem uma variedade delas. Classificar, segundo critérios, as imagens
encontradas: tema, extensão coberta, veículo, data da publicação e da imagem,
periodicidade da seção etc. Organizar uma lista deve servir para fazer uma leitura
qualificada das imagens coletadas e aumentar a compreensão sobre esse tipo de
recurso que capta realidades geográficas.
2. Espera-se que os alunos, nos relatórios, analisem os resultados e expliquem para o
que servem as imagens. Por exemplo: para fazer previsão do tempo, para
acompanhar processos, como desmatamento de florestas, para monitorar incêndios e
tornar mais eficiente seu combate, para analisar e acompanhar a produção do espaço
geográfico quanto às edificações etc. Uma sequência de imagens sobre uma mesma
localidade pode oferecer uma visão qualitativa da geografia do lugar. Às vezes, uma
única imagem já é suficiente para isso, mesmo sem uma ideia de acompanhamento.
O que se espera é que o aluno produza um texto que contenha informações sobre os
satélites meteorológicos e sua importância na previsão do tempo. O conhecimento das
mudanças no tempo atmosférico auxilia na agricultura, pode evitar acidentes e permite o
monitoramento de áreas de risco (enchentes e escorregamentos de terra). Neste caso, os
satélites geoestacionários são ideais para o monitoramento climático, pois, por captarem
informações sempre da mesma área, possibilitam o estudo das permanências e
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
GEOPOLÍTICA: O PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS E A NOVA
DESORDEM” MUNDIAL
1. A palavra “geopolítica” não representa uma simples fusão dos termos “geografia” e
“política”. Mais do que isso, ela significa uma política entre Estados-nação (países)
que se utilizam de meios não políticos sempre que necessário, como as sanções
econômicas e a violência, a guerra.
2. Em 2003, os EUA invadiram o Iraque e derrubaram Saddam Hussein. Os EUA
alegavam que este país protegia grupos terroristas que os ameaçavam e que seu
governo desenvolvia um programa de produção de armas de destruição em massa.
a) A questão da invasão do Iraque foi discutida na ONU, pelos membros
permanentes do Conselho de Segurança, do qual fazem parte os EUA, a Rússia, o
Reino Unido, a França e a China.
b) A ONU não aprovou a invasão, pois nem todos os países que participaram da
deliberação estavam de acordo com as avaliações e os argumentos dos EUA. Rússia,
China e França foram contra a invasão. Os alunos podem ainda citar outros países
que não são membros permanentes do Conselho e se manifestaram contra, como o
c) O Afeganistão também foi invadido pelos EUA em 2002. Esse país fica na
fronteira do Paquistão e era acusado de ser usado como área de ação e de proteção de
um grupo terrorista que atacou a cidade de Nova Iorque. Logo, segundo a visão dos
governantes norte-americanos, um reduto de inimigos. De fato, trata-se de um país
com uma constituição social precária (etnias e grupos tribais em confronto),
fortemente islamizado a partir de grupos organizados que atuam na vida política
(talebans) e que tem sido palco de inúmeros conflitos geopolíticos recentes.
d) Essas invasões têm relação direta com o atentado terrorista em Nova Iorque, em
11 de setembro de 2001, quando dois aviões foram levados a colidir contra dois
imensos prédios dessa cidade (World Trade Center), matando milhares de pessoas. O
atentado foi perpetrado por um grupo terrorista do Oriente Médio, a Al-Qaeda.
O Iraque e o Afeganistão são países que na época do ataque tinham governantes que
se mostravam como inimigos dos EUA. Mas, ao mesmo tempo, o grupo terrorista de
Osama bin Laden assumiu a autoria do atentado terrorista e, supostamente, teria
ligações fortes com esses governos, o que só se confirmou no caso dos talebans
afegãos. A proposição pede também que o estudante acrescente o que ele sabe sobre
essa região do mundo. Isso é livre, embora o professor possa orientar alguma
pesquisa se achar necessário. Mas o importante, no caso, é ele chegar a uma noção
das razões da instabilidade da área, que implicam as relações com o Ocidente (o que
inclui as reservas de petróleo do Iraque) etc.
1. O mapa representa algumas situações de fronteiras fechadas no período retratado
(1950-1980). A mais importante das áreas onde há esse fechamento encontra-se na
Europa, mais exatamente dividindo a Europa em duas, a do Oeste e a do Leste. Essa
fronteira fechada era chamada de Cortina de Ferro e separava o mundo capitalista do
mundo socialista. Outras fronteiras fechadas ficam na Coreia e em Cuba.
2. Esse fechamento era a expressão do período da Guerra Fria, cuja ordem mundial era
influenciada diretamente pelos EUA e pela URSS. Daí ser designado como ordem
3. A forma simbólica de designar as fronteiras fechadas (Cortina de Ferro) mostra como
o denominado mundo socialista procurava impedir a influência do lado ocidental
sobre seu destino, pois a capacidade geográfica de alguns países de levarem aos
outros os seus interesses e valores é muito grande. Vale dizer que, à sua maneira, no
mundo ocidental havia também quem temesse a influência do modo de vida
socialista e, de certo modo, censuravam-se informações sobre essa realidade, criando
O poderio bélico organizado com grandes exércitos e armamento moderno.
O poder no comércio mundial, na capacidade produtiva de suas empresas etc.
A capacidade de propagação de valores culturais além da escala nacional,
com a utilização, para tal, de produtos estéticos (cinema, televisão, música,
Trata-se da força espacial, que é a capacidade de fazer chegar influências de
diversos tipos (em especial culturais), mercadorias, exércitos etc. a áreas para
além do seu território.
2. Somente os EUA podem ser designados como superpotência, e países como França,
Inglaterra, China e Rússia incluem-se entre aqueles chamados de potências de
3. O Brasil tem uma baixa força geográfica, e seu poder de fazer chegar suas
influências culturais e econômicas para além da escala nacional não é grande, em
comparação às potências, embora ele exista em alguma medida.
Força
econômica
+
++
+
+
+
2. Não podem ser chamados de potência, embora tenham peso significativo em alguns
aspectos da ordem mundial, como são os casos de Israel e do Irã. O aluno pode
apresentar outros exemplos e, neste caso, é importante que você o auxilie a localizar
sua posição em comparação ao Brasil.
Alguns exemplos de passagens no texto s respeito de:
• ampliação do território dos EUA: “[...] os EUA partiram para ampliação do seu
próprio território, por meio de acordos amigáveis e da compra [...]”.
• proteção de seu território: “A prevenção contra as potências colonizadoras europeias
da época para a proteção de seu território em constituição [...]”.
• aumento da influência regional: “No século XX, por exemplo, a América Central foi
alvo de uma formidável ação geopolítica dos EUA [...]”.
Ações do governo americano voltadas para o exterior com vistas a:
O século XIX foi um período importante de formação territorial
dos EUA. Nessa época o território americano cresceu muito. O
presidente James Knox Polk chegou a defender a ideia de que os
EUA estariam abertos a qualquer país que estivesse disposto a
anexar-se a ele. Isso serviu de pretexto para a anexação de antigas
áreas coloniais espanholas: Texas, Novo México, Califórnia,
Colorado, Utah e Arizona, que estavam associadas ao México. Em
meados do século XIX a ampliação do território dos EUA
continuava alternando compras, acordos e anexações.
Nos Estados Unidos, logo após sua independência, houve gestões e
ações para que seu território não fosse objeto de colonização por
parte dos europeus. Isso passava pela aliança com os países
vizinhos das Américas do Norte, Central e do Sul contra essas
mesmas potencias, como também pelo apoio a esses países. Aliás,
Monroe foi o primeiro presidente a reconhecer as colônias
espanholas como independentes, como meio para proteger o
próprio EUA.
No século XIX já se falava no imperialismo americano. No século
XX, por exemplo, a América Central foi alvo de uma grande ação
geopolítica dos EUA, caracterizada pelo expansionismo
econômico. Os investimentos na área foram significativos,
passando pela construção de uma infraestrutura de porte: o Canal
do Panamá. Na América do Sul não foi diferente, e a influência
regional ampliou-se com a expansão das empresas norte-
americanas.
2. Existe uma vaga semelhança no que diz respeito à ação do Brasil em relação aos seus
vizinhos. Mas, em geral, numa comparação com a ação dos EUA em relação aos
vizinhos e ao mundo, a ação do Brasil pode ser considerada muito mais frágil e
3. Esta é uma definição possível e bem real da geopolítica. E é tida como legítima, pois
todos os países, antes de tudo, têm de defender os seus interesses. Os EUA são um
exemplo claro disso em todo seu passado e agora, no presente, quando fica evidente
a resistência de seus governantes em abandonar as posturas geopolíticas.
4. A invasão do Iraque teve uma motivação que em muitos sentidos soou como pretexto
para defesa de interesses geopolíticos mais amplos do que um simples combate a
grupos terroristas. Afinal, no Iraque, há enormes reservas de petróleo, fonte
energética estratégica para o futuro dos EUA. E, também, a instabilidade naquele
país e a presença de um governo hostil dificultariam as ações geopolíticas
americanas na área. Essa atitude é muito semelhante a outras que o texto menciona
sobre essa vocação geopolítica dos EUA, como a disposição de atuar a favor da
independência das outras Américas, cujo objetivo real seria a garantia e expansão de
5. Mesmo que a comunidade internacional, de certa forma representada na ONU, tenha
repudiado, em sua maioria, a invasão do Iraque, nos EUA o entendimento foi o de
que o parâmetro a ser seguido em questões como esta é o construído internamente no
país. Isso é a geopolítica. Não se reconhecem instâncias políticas de outros Estados
nacionais, e isso pode ser atribuído à sua condição de única superpotência, o que lhe
dá maior desembaraço nas ações geopolíticas. A bem da verdade, esse fator
contribui, mas a primeira argumentação é a principal.
• Exemplos: Geopolítica – política de Estado que visa estrategicamente a defesa dos
interesses do país sem reconhecer a legitimidade de qualquer outra postura; medidas
de exceção – posturas transitórias, fora da lei normais, para combater inimigos
diferentes em situações emergenciais, como a perseguição a terroristas; terrorismo –
ação que atinge de surpresa população civil ou alvos militares e faz uso da violência,
realizada por grupos clandestinos.
1. A palavra “geopolítica” incorpora o significado de jogo das relações estratégicas
internacionais. Também é associada à palavra “imperialismo”, que quer dizer ação de
conquista, de domínio por parte de um país sobre outros. Neste caso, a menção é
2. Essa dimensão já aparecia nas ações históricas de constituição dos EUA, cuja
vocação geopolítica de influência sobre os vizinhos e o mundo sempre se fez
presente. Essa dimensão pode ser observada na denominada Doutrina Bush, cujo
objetivo declarado foi o de combater o terrorismo islâmico para proteger os EUA.
3. Praticamente nada mudou até agora. Os EUA agem de modo a manter e ampliar sua
influência no Oriente Médio, área de grandes reservas petrolíferas, assim como em
outras partes do mundo. Isso apenas atualiza o que os EUA sempre fizeram
historicamente. Os alunos podem argumentar que, com a eleição de Barak Obama
para a presidência dos EUA, essa situação pode mudar, mas é importante discutir que
ainda que a política externa americana apresente nuances diferenciadas em cada
governo, ela mantém os mesmos posicionamentos.
4. A denominada Doutrina Bush mantém uma linha de continuidade em relação à
Doutrina Truman, pois esta ação objetiva chegar muito além da escala nacional e
mesmo da escala regional. Trata-se de uma expressão da força geográfica americana
capaz de desalojar os governos do Afeganistão e do Iraque (no continente asiático) e
ainda manter durante anos tropas de ocupação nessas áreas.
Para a produção de um mapa ordenado sobre os diferentes poderios das potências
mundiais, é preciso, nesse caso, rever o que é um mapa ordenado, com especial atenção
para o uso da variável visual valor. Atenção: se os vários níveis de força das potências
forem retratados com cores diferentes, o nosso olho entenderá que são diversos
fenômenos que estão sendo cartografados, quando na verdade se trata de apenas um.
Assim, o uso de diversas cores é um erro cartográfico que impede a visualização da
geografia do fenômeno, cuja polarização Norte em relação ao Sul é evidente.
• Hiroshima e Nagasaki são cidades japonesas que foram atacadas com bombas
atômicas lançadas pelos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.
• Atentado de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, nos EUA: alguns aviões civis
foram sequestrados nos EUA e depois direcionados a alvos civis, matando os
passageiros e também muitas pessoas nos choques. Dois desses aviões foram
arremessados contra as torres gêmeas em Nova Iorque. Milhares de pessoas
morreram e os dois prédios desmoronaram.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
OS DESERDADOS NA NOVA ORDEM MUNDIAL: AS
ERSPECTIVAS DE ORDEM MUNDIAL SOLIDÁRIA
Não é possível afirmar que vivemos em paz, num mundo sem guerras, embora seja
possível dizer que, de maneira geral, os conflitos internacionais diminuíram. Alguns
deles ainda se mantêm de forma muito grave e envolvem duas regiões, principalmente:
o Oriente Médio e o continente africano. Os frequentes confrontos do Estado de Israel
com a população palestina – que busca recuperar a soberania sobre suas terras e também
ter seu Estado – têm uma presença muito forte na mídia internacional e pesa na política
mundial; isto ocorre porque, de certo modo (entre outros motivos), aparece como uma
oposição entre o mundo ocidental e seus valores e outra civilização (aliás, algo bastante
discutível). Os conflitos étnicos no continente africano mostram a instabilidade daqueles
Estados, e a constância das guerras civis tornou-se trágica, em razão das suas terríveis
1. Trata-se de um mapa de fluxos (dinâmico) e, ao mesmo tempo, quantitativo. Ele usa
as setas para mostrar que há movimento e a largura destas setas para indicar
quantidades de populações refugiadas.
2. Como foi dito, a variável visual de movimento (a seta) está indicando quantidades
proporcionalmente à sua espessura variável, isto é, as setas mais largas indicam mais
refugiados que as mais estreitas.
3. Parte dos principais fluxos de refugiados ocorre no continente africano, palco de
várias guerras civis. A direção dos fluxos é mais imediatamente para os vizinhos,
embora alguns se dirijam para a Europa e para os EUA. Também na área da ex-
Iugoslávia há vários fluxos importantes, assim como no Extremo Oriente.
4. Segundo o mapa, a tendência mais imediata numa guerra civil é refugiar-se nos
países vizinhos, em geral em fugas empreendidas a pé por grandes contingentes
populacionais sem recursos para qualquer outra opção.
Sugestão de conflitos para pesquisar em grupo:
• Conflitos no centro da África: República Democrática do Congo, Ruanda e Burundi
(parte deles envolve ações de extermínio étnico como o realizado pelos hutus contra
• Conflito no Sudão, na região de Darfur, praticamente esquecido pela mídia, embora
• Desagregação da ex-Iugoslávia e as ações dos sérvios na Bósnia-Herzegovina.
1. Não há o que justifique as crianças-soldado. Essa ocorrência é a expressão da
barbárie. Supõe-se que adultos engajados em guerras participem de causas, defendam
algo, pois têm responsabilidades nos acontecimentos (em tese, ao menos). Mas,
crianças não. São alheias aos acontecimentos, não tem responsabilidade alguma e sua
participação em guerra é algo, obviamente, monstruoso.
2. A proposição aqui é que se reflita sobre as eventuais responsabilidades das potências
nos conflitos africanos. De início, há responsabilidades, pois boa parte das potências
atuais colonizou várias partes da África, e os países contemporâneos desse continente
resultaram dessa colonização. Se eles são mal constituídos, atravessados por
conflitos terríveis, por genocídios, por uso de crianças nas guerras etc., certamente a
empresa colonial tem participação nisso. Isso é um dado histórico. O modo como
atualmente (pós-colonização) as potências conduzem suas políticas internacionais em
relação à África é marcado pela negligência, pela baixa atenção, daí a idéia de
1. São mapas diferentes, pois esse é um mapa ordenado, que representa um único
fenômeno e quer mostrar uma ordem dos países que são os mais ajudados para os
que são menos ajudados. Enquanto o mapa de refugiados e deslocados é um
2. No mapa não há indicação dos que mais ajudam, mas apenas são apresentados os que
ajudam. E entre eles temos a superpotência e as potências, embora não
necessariamente a superpotência ajude mais que as potências menores. Por exemplo,
o Japão tem mais programas de ajuda (com mais dinheiro) que os EUA.
3. Hoje é possível dizer que está em curso a criação de certa solidariedade autêntica no
mundo, embora parte dessa ajuda ainda vise também a obtenção de vantagens que
resultam dessas boas relações ou da dependência dos países pobres em relação aos
4. Não necessariamente. O mapa mostra que um país como o Brasil recebe ajuda
superior à do Paraguai, bem mais pobre que nós. O mesmo se dá em relação a vários
5. Bolívia, Nicarágua, El Salvador, República Dominicana, Paraguai. Esses países não
estão entre os que recebem mais ajuda, mas estão entre os mais pobres.
6. Boa parte dessa ajuda, como já foi dito, indica a construção de nova solidariedade no
mundo, algo que escapa à lógica geopolítica de se pensar apenas nos interesses
7. Sem dúvida, por mais que se queira negar, há um enfraquecimento da geopolítica.
Por exemplo, a expectativa do mundo todo é que o novo presidente americano
(Obama) venha a estabelecer relações multilaterais (e não apenas unilateral, como é a
lógica da geopolítica) com os países do mundo e com outras instituições,
reconhecendo a necessidade de fazer política, acordos e considerar o interesse dos
demais. Se isso vai acontecer ou não, ninguém sabe, mas que há pressão para isso,
Discutir a invasão do Afeganistão é útil para: (1) o aprendizado sobre geopolítica e o
papel dos EUA na ordem mundial; (2) o exercício cartográfico, pois tal circunstância
pode ser observada no mapa de refugiados e serve para compará-la com várias outras
situações do mundo. Tendo isso em mente, esse trabalho para casa pode ser bem
Outros três exemplos de presença de refugiados – sul da China, Europa do Leste (ex-
Iugoslávia), centro da África (Burundi e Ruanda) –, como exercício de pesquisa em
casa, será mais bem aproveitado se os alunos forem orientados a observar a lógica
geopolítica operando e a reestruturação da ordem mundial, assim como o papel das
AJUSTES
Caderno do Professor de Geografia – 1ª série– Volume 1
Professor, a seguir você poderá conferir alguns ajustes. Eles estão sinalizados a cada
Figura 3 – Projeção Mercator. Fonte: Atelier de Cartogra-
hie de Sciences Po. Disponível em: . Acesso em:
17 out. 2008.

rojection Mercator
Seul l’usage pédagogique en classe ou centre de documentation est libre.
our toute autre utilisation, contacter : carto@sciences-po.fr
edagogical use only. For any other use dissemination or disclosure, either
hole or partial, contact : carto@sciences-po.fr
Oficina de cartografia da Sciences Po
Figura 5 – Projeção Bertin. Fonte: DURAND, M.-F.
t al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris:
resses de Sciences Po, 2008. p. 136.
O cina de cartogra a da Sciences Po
Figura 6 – Projeção Buckminster Fuller. Fonte: DURAND,
.-F. et al. Atlas de la mondialisation. Édition 2008. Paris:
resses de Sciences Po, 2008. p. 137.
Projeção Buckminster Fuller
indicando as dúvidas e as possíveis solu-
ões.
f Socializar o trabalho desenvolvido nos
rupos de estudo, apresentando a síntese
os diversos relatórios.
Sugere-se que o professor utilize a lousa
ara elaborar a síntese e dar destaque às defi-
ições principais do texto. E que, em conjunto,
grupe-as pela proximidade e crie uma hie-
arquia, segundo a importância de cada uma
as definições. Uma definição que depende de
ma anterior para ser compreendida deve vir
epois daquela da qual é dependente.
f Discussão coletiva: resolução das dúvidas
om a participação de toda a classe.
f Nova atividade em grupo, para a reelabo-
ação dos relatórios, a ser avaliada pelo
rofessor.
Algumas informações complementares po-
em ajudar no aprofundamento sobre o sen-
oriamento remoto, especialmente no que se
efere à imagem de satélite.
Será que, como os mapas, as imagens de
atélite têm qualidades e finalidades diferen-
es? Um exemplo pode ser útil para entender
ssa questão: existem satélites geoestacioná-
ios e existem satélites em movimento com
elação à Terra. Um pequeno quadro com-
arativo (Figura 13) pode dar pistas das
ossibilidades diversas das imagens de saté-
ite (Figura 14).
Tem uma órbita equatorial e se movimenta
om velocidade coincidente à de rotação
e Terra.
Pode captar muitas imagens de uma mesma
orção da superfície terrestre em um curto
ntervalo de tempo.
Por fornecer dados contínuos, é apropriado
ara acompanhar dinâmicas locais e a
volução de eventos, como a incidência de
ueimadas na Amazônia, sendo também
sado na área de telecomunicações.
Percorre uma órbita em torno da Terra,
circulando-a várias vezes por dia.
Pode captar imagens de diversas porções
da superfície terrestre, registrando-as com
detalhes.

Apropriado para produzir informações mais
detalhadas e precisas, algumas das quais,
inclusive, não seriam possíveis de ser obtidas
de outra forma.

Caderno do Aluno de Geografia – 2ª série – Volume 1

Caderno do Aluno de Geografia – 2ª série – Volume 1
Pra começo de conversa
Página 3
1. Resposta aberta, mas é importante que você auxilie os alunos no levantamento de
aspectos da história do municipio, principalmente das atividades econômicas que lhe
deram origem.
2. Resposta aberta. Sugerimos que os alunos sejam estimulados a observarem a
realidade local, em busca de marcas da atividade econômica citada na questão 1.
Páginas 4 - 8
1. Os assuntos relacionados nos títulos são economia e território. As legendas
exprimem essa relação tanto em função das atividades econômicas indicadas como
também por meio dos eixos de transportes (como pecuária e ferrovias).
2. As atividades que se destacam no mapa do século XVI são o pau-brasil, a cana-deaçúcar
e a pecuária. No mapa do século XVII nota-se uma diminuição significativa
da atividade extrativa do pau-brasil e um aumento da área ocupada com o cultivo da
cana-de-açúcar e com a pecuária (que começou a se expandir para o interior do
território brasileiro), além do surgimento de outras atividades econômicas, em
especial, a ligada às drogas do sertão. A atividade de exploração do ouro, bastante
restrita no século XVII, é muito ampliada no século XVIII, incluindo também a
mineração de diamantes. Nesse século não houve expansão das atividades
3
canavieiras e com as drogas do sertão, ao contrário do que se observa com a
pecuária, que avança cada vez mais para o interior do país, particularmente para a
região centro-sul do território. No século XIX as áreas de plantio de cana-de-açúcar
diminuem, a pecuária se expande para outras áreas do interior do país e a diversidade
de culturas aumenta.
3. Os mapas retratam, respectivamente, a economia e o território brasileiro nos séculos
XVII e XVIII. Nota-se, no intervalo de tempo em questão, um aumento do número
de cidades e vilas, de modo geral, acompanhando o traçado dos eixos de transporte e
o avanço da pecuária, além da atividade mineradora na área correspondente ao atual
Estado de Minas Gerais.
4. Observa-se que a distribuição das atividades econômicas pelo território brasileiro é
descontínua. Os “espaços vazios” entre as regiões econômicas sugerem a ideia de um
“arquipélago” como padrão de ocupação do Brasil.
5. Resposta aberta, mas se espera que os alunos identifiquem, no território brasileiro, as
marcas das atividades econômicas do passado. As elevadas densidades demográficas
nas áreas litorâneas, por exemplo, resultam do padrão de expansão territorial.
Página 9
1. Como em outros territórios da América, África e Ásia, no período colonial brasileiro
ocorreu a implantação da colonização de exploração. A organização da produção, da
economia ou do sistema produtivo foi realizada com base no abastecimento do
mercado externo. A introdução da grande propriedade agrícola – o latifúndio ou
plantation – e da monocultura ocorreram com o objetivo de abastecer o mercado
europeu de produtos tropicais e de matérias-primas.
2. A expressão “espaços extrovertidos” refere-se aos espaços geográficos produzidos e
organizados para atender o mercado externo. No período colonial brasileiro, os exemplos
mais importantes são o espaço da agroindústria da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII), o
espaço da mineração (século XVIII) e o espaço do café (séculos XIX e XX), entre outros.
3. O uso da expressão “arquipélago econômico” busca indicar a falta de integração entre as
economias regionais que se constituíram como espaços relativamente autônomos de
produção e consumo, guardando relações mais estreitas com os mercados externos do
4
que entre si. Aplica-se à economia e à configuração geoeconômica do território
brasileiro no início do século XX, marcadas pela fragmentação em “ilhas” regionais,
resultantes em grande parte da economia colonial.
4. O povoamento do litoral, as redes de cidades, a concentração fundiária e
monopolização do acesso à terra, o poder político das elites locais etc.
Páginas 10 - 11
O objetivo do trabalho de pesquisa é buscar as principais características dos “ciclos
econômicos”, desenvolvendo a síntese das principais informações e cartografando-as.
As pesquisas dos alunos precisam apresentar, pelo menos, algumas das informações
do quadro abaixo:
“ciclo
econômico”
Cana-de-açúcar Mineração Café
Período Séculos XVI e XVII Século XVIII Segunda metade do
século XIX até o início
do século XX
Principais
áreas de
ocorrência
Litoral do Nordeste, nos
atuais estados de
Pernambuco, Paraiba,
sergipe e Bahia, além de
pequenas áreas no litoral
do estado do Rio de
Janeiro e São Paulo.
Minas Gerais, Mato
Grosso e Goiás.
Rio de Janeiro, São
Paulo, Sul de Minas
Gerais e Espírito Santo,
posteriormente se
expandiu para o Norte
do Paraná e Mato
Grosso.
Destino da
produção
Mercado europeu,
comercializado via
Portugal devido ao pacto
colonial.
Portugal, mas como
consequência de acordos
comerciais, o ouro
brasileiro teve, em grande
parte, como destino final,
a Inglaterra.
Europa e Estados
Unidos.
5
Página 12
1. A fragmentação do território em “ilhas” regionais, espaços relativamente autônomos
de produção e consumo que guardam relações mais estreitas com os mercados
externos do que entre si, está relacionada à noção de “arquipélago econômico”.
2. Alternativa a.
6
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
A GÊNESE DAS FRONTEIRAS BRASILEIRAS
Páginas 14 - 15
1. Conflitos fronteiriços entre países da América Latina e Grã-Bretanha.
2. Os alunos podem propor vários títulos, desde que estejam relacionados com a ideia
de conflitos, fronteiras e/ou delimitação de territórios.
3. O objetivo dessa questão é situar a gênese das fronteiras nacionais do Brasil em um
contexto regional mais amplo. Espera-se que o aluno conclua que a delimitação
territorial do país é resultado de um processo histórico que o diferencia dos países
vizinhos. Alguns alunos poderão complementar essa ideia, lembrando que o Brasil é
o único país na América que resultou da colonização portuguesa e que não se
fragmentou em vários outros países, como ocorreu com as antigas colônias
espanholas.
4. Deverá ser destacado que os conflitos fronteiriços entre o Brasil e seus vizinhos
ocorreram em outros momentos, como na Guerra do Paraguai e na formação do
Estado do Acre, como também aconteceu com os litígios resolvidos pacificamente –
como o da fronteira com a Guiana Francesa, resolvido em 1897, com a arbitragem da
Suíça, sendo a defesa realizada pelo Barão de Rio Branco. Porém, desde a assinatura
do Tratado de Petrópolis (1909), vive em uma situação relativamente estável com
relação às suas fronteiras terrestres.
Páginas 16 - 17
O primeiro item reforça que o aluno deve desenvolver uma leitura metódica do texto,
aproximando-se progressivamente dos conteúdos tratados pelo autor. Para isso, o
professor deve estimular o uso de dicionário para a ampliação do vocabulário da turma,
7
além de provocar uma postura mais ativa dos alunos-leitores. É por isso que sugerimos
uma primeira leitura para buscar o sentido mais geral e, depois, uma segunda leitura,
mais cuidadosa, na qual o aluno deve buscar detalhar o encadeamento das ideias do
autor.
Em relação ao segundo item, se o aluno seguir a orientação anterior, ele não terá
dificuldade em encontrar argumentos, uma vez que o diálogo que o autor do texto
estabelece com o pensamento do geógrafo Demétrio Magnoli é decorrência do
encadeamento de sua própria argumentação. O aluno deve exercitar a sua
argumentação.
No último item, espera-se que o aluno identifique a importância dos acordos
diplomáticos para definição das fronteiras internacionais do Brasil, destacando a
importância do trabalho desenvolvido por Rio Branco, no começo do século XX.
LIÇÃO DE CASA
Página 18
1.
• Definição: operação conceitual na qual é travado um acordo sobre os princípios
gerais para a produção dos limites;
• Delimitação: consiste na fixação dos limites por meio de tratados internacionais;
• Demarcação: corresponde à implantação física dos limites, por meio da
construção de marcos em pontos determinados;
• Densificação ou caracterização: etapa na qual se realiza o aperfeiçoamento
sistemático da materialização da linha divisória, mediante intercalação de novos
marcos, com o objetivo de torná-los mais facilmente perceptíveis para os dois lados.
2.
a) José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio Branco, é considerado o patrono da
moderna diplomacia brasileira. Ocupou o Ministério das Relações Exteriores entre
1902 e 1912, tendo definido as grandes linhas da política externa do Brasil no século
XX. Durante o período colonial brasileiro, os segmentos de fronteira delimitados
representavam apenas 17% da extensão total da divisória terrestre. A delimitação da
maior parte das fronteiras e linhas de limites terrestres do Brasil foi realizada depois
8
da independência, durante o Império ou na “Era Rio Branco”. O Império foi
responsável pela fixação de pouco mais da metade da extensão total das fronteiras
terrestres e, durante a política externa do início do período republicano marcada pela
figura do Barão do Rio Branco, quase um terço da extensão da divisória terrestre do
Brasil foi delimitada. Assim, a “obra de fronteiras” da chamada “Era Rio Branco”
ajuda a explicar a ausência de conflitos fronteiriços atuais entre o Brasil e outros
países da América do Sul.
b) Resposta aberta. O aluno deve argumentar, transportando o que aprendeu para o
texto. É importante que destaque questões como as perdas materiais e humanas em
conflitos, o desgaste político etc.
Página 19
Espera-se que os alunos busquem a dinâmica histórica que resultou na definição da
maioria das áreas de fronteira no Brasil, destacando a influência do Barão de Rio
Branco como mediador nos casos de litígio.
As pesquisas podem apresentar aspectos da biografia do Barão de Rio Branco, mas
devem contemplar a questão dos limites territoriais brasileiros e suas mudanças ao
longo do tempo.
Página 20
Alternativa c.
9
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
TERRITÓRIO BRASILEIRO: DO “ARQUIPÉLAGO” AO
“CONTINENTE”
Páginas 22 - 23
1. A inauguração de Brasília (21 abr. 1960) promoveu um avanço dos espaços
realmente integrados à economia nacional, antes restritos às áreas de influência das
capitais dos Estados do Nordeste e do Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro (antiga
Capital Federal). Os grandes eixos rodoviários indicados no mapa relativo aos anos
1990 permitem não somente a visualização desse processo como também a
explicação de uma das razões fundamentais da integração territorial ocorrida no
Brasil nas últimas quatro décadas do século XX.
2. A importância econômica e populacional das capitais dos Estados brasileiros
acompanhou a expansão dos espaços realmente integrados à economia nacional. A
magnitude de São Paulo e Rio de Janeiro na década de 1990 (e, ainda, atualmente)
diante de outras capitais explica-se em função da importância econômica que
desfrutaram no passado como também à centralidade política exercida pela segunda
até a mudança da Capital Federal para Brasília na década de 1960.
3. No mapa relativo aos anos 1890, o sentido da principal corrente migratória parte dos
estados do Nordeste brasileiro (em particular, Ceará) para o Estado do Amazonas e
outros da Grande Região Norte. Comparando-se este mapa com o mapa “Brasil: a
economia e o território no século XIX” (Situação de Aprendizagem 1), é possível
compreender que a busca por drogas do sertão e o surto da borracha consistiram nas
principais atividades econômicas que impulsionaram esse fluxo migratório.
4. São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e, parcialmente, Paraná,
Mato Grosso do Sul, Goiás e áreas próximas ao litoral de Estados do Nordeste (com
exceção do Ceará, do Piauí e do Maranhão).
10
Páginas 24 - 25
1. De acordo com a tipologia indicada, o meio natural é compreendido como o
momento em que a natureza ainda comandava a maioria das ações humanas, no qual
as técnicas e o trabalho eram totalmente pautados pelos ritmos da natureza. É
caracterizado como o período do “tempo lento”, que se estendeu do surgimento do
ser humano em sociedade ao advento das máquinas.
2. Na coleção de mapas, percebe-se o povoamento concentrado no litoral e ao longo
dos rios, dada a importância dessas áreas para o transporte e dos recursos naturais
nelas existentes para a subsistência das populações (nas áreas mais distantes da costa
– o sertão – uma população dispersa se ocupava da criação extensiva de gado e
culturas de subsistência, sendo que as comunicações eram difíceis). No mapa
referente aos anos 1890, a ausência de integração é outra característica que pode ser
associada ao meio natural: nota-se que as áreas econômicas mais ativas e densamente
povoadas estavam isoladas umas das outras, comunicando-se apenas por via
marítima (influência do meio natural). O meio técnico surge quando o ser humano
começa a se sobrepor sobre o “império da natureza”, por intermédio da construção de
sistemas técnicos. Os mapas “Brasil: do arquipélago ao continente” (Anos 1890 e
1940) correspondem a períodos nos quais os sistemas técnicos foram adensados
território brasileiro por meio da incorporação das máquinas (telégrafos, ferrovias,
portos etc.), de forma seletiva. Esse meio esteve na origem das desigualdades
regionais. No século XIX, por exemplo, com o desenvolvimento da economia
cafeeira no Sudeste, verifica-se uma nova inflexão no processo de valorização do
território brasileiro (o que também coincide com a transição entre o meio natural e o
meio técnico). Suas principais características foram:
• a construção de sistemas técnicos com o surgimento de setores comerciais e
bancários, associados às novas condições de transportes e comunicações (estrada de
ferro, telégrafo e cabo submarino);
• a relativa integração do território que, no início do século XX, era constatada
em torno do Rio de Janeiro e de São Paulo, mas que, no entanto, não era efetiva nas
demais regiões do país, que mantinham com aqueles centros relações tênues e
esporádicas;
11
• a industrialização, cujo desenvolvimento ocorreu intensamente em São Paulo e
arredores, permitindo que a cidade e o Estado adquirissem papel central na vida
econômica do país;
• a ocupação econômica que, na década de 1950, foi favorecida em virtude da
ampliação dos esforços para equipar o espaço nacional com vias de circulação e
infraestrutura, fortalecendo as relações entre o Sudeste e as demais regiões;
• a construção de Brasília, a nova capital do país, durante o governo de Juscelino
Kubitschek (1956-1961), marco representativo do processo de interiorização,
expandindo-o em direção ao Centro-Oeste e à Amazônia;
• e, por último, esse conjunto de processos ajudou a consolidar uma configuração
territorial que favoreceu o Estado de São Paulo, cuja capital firmou-se como a
metrópole econômica do país (aspecto claramente representado nos mapas relativos
aos anos 1940 e 1990).
O conceito de meio técnico-científico-informacional refere-se ao meio geográfico
atual, cujo surgimento ocorreu a partir da década de 1970, no qual a informação
passou a ser variável fundamental no período de globalização, de constituição de um
mercado global e de uma unicidade técnica planetária. Seu funcionamento tem como
base técnica a fusão das tecnologias da informação com as telecomunicações,
gerando as novas tecnologias da informação. No que diz respeito às transformações
no território brasileiro decorrentes do meio técnico-científico-informacional,
podemos destacar:
• aspectos relacionados à infraestrutura e integração nacional, como:
aproveitamento das principais bacias hidrográficas para a produção de eletricidade;
modernização dos portos; construção de ferrovias orientadas para produtos
especializados; desenvolvimento da rede rodoviária com a construção de autopistas
nos principais eixos de circulação e de estradas vicinais (principalmente nas áreas de
maior densidade econômica); instalação de rede de telecomunicações com alcance
em todos os municípios, viabilizando maior contato dos lugares com o restante do
mundo.
• aspectos associados à diversificação econômica e à desconcentração
industrial: ou seja, a partir das bases do desenvolvimento criadas anteriormente
(sucessivos meios técnicos), a indústria tornou-se diversificada, inclusive iniciando
sua desconcentração; a agricultura, por sua vez, se modernizou no Sul e no Sudeste e
12
em outras regiões onde se destacam os Estados do Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Goiás e Bahia (no caso do Nordeste, a difusão da irrigação permitiu o
aproveitamento agrícola intensivo em parte de suas terras).
• aspectos relacionados à nova fase de urbanização: se, por um lado, nos
primeiros 450 anos da história do Brasil, o povoamento e a urbanização foram
praticamente litorâneos, atualmente constata-se um país urbanizado, com uma taxa
de urbanização superior a 75% e diversos níveis e tipos de cidades. Fatos
semelhantes expressam que o país passa por uma nova fase da organização do espaço
e da urbanização, fundada numa vida de relações mais extensa e mais intensa. Desde
a década de 1970, constata-se a difusão do fenômeno urbano em todas as regiões
(urbanização do território), com a multiplicação do número de cidades locais, a
criação de numerosas cidades médias em todos os Estados. Ao mesmo tempo, há o
surgimento de novas grandes cidades e o processo de metropolização não é limitado
apenas ao Sudeste.
• aspectos relacionados à região concentrada que representa a expressão mais
intensa do meio técnico-científico-informacional, pois essa é a área onde se
verificam de modo contínuo os acréscimos de ciência e tecnologia ao território.
Embora sinais de modernização sejam constatados em todo o território, essa região é
formada pelos Estados do Sul e do Sudeste e por parcelas do Centro-Oeste. Reúne o
essencial da atividade econômica do país, com São Paulo mantendo o papel de
metrópole nacional, baseado em sua condição de centro informacional e de serviços,
e não mais como centro industrial.
3. Espera-se que os alunos apresentem, em sua resposta, pelo menos dois dos aspectos
citados acima, indicando produtos industrializados relacionados aos meios de
comunicação e de informação (telefones celulares, TV, internet), além da facilidade
de obter informações sobre fatos de outras regiões ou países pelo acesso às redes de
informação.
Página 25
1. O objetivo da discussão é estimular a participação ativa dos alunos, na busca de
relações entre a letra da música e os mapas apresentados na Situação de
13
Aprendizagem 1. O importante não é chegar a uma resposta conclusiva, rapidamente,
mas provocar novas interpretações, que devem ser argumentadas pelos alunos.
2. Neste caso, o objetivo é criar o hábito de registro e sistematização dos debates,
incentivando o estudo metódico da disciplina. Espera-se que os alunos concluam que
a letra da música, escrita em 1979, é uma espécie de “prenúncio” da nova
configuração do Brasil, cada vez mais integrado pela rede urbana e pelos circuitos
produtivos, cujo centro de gravidade econômica gira em torno do eixo Rio de
Janeiro-São Paulo. Desta forma, Bye Bye Brasil pode ser considerada, ao mesmo
tempo, um “adeus” ao país que tinha como base o padrão espacial do pós-guerra e
“boas-vindas” à nova configuração territorial.
Página 26
A pesquisa deve destacar os principais movimentos migratórios que formaram o
povo brasileiro, buscando compreender as causas dessas migrações e as consequências
para a dinâmica social do país. É importante que o trabalho cite as mudanças ocorridas
no espaço brasileiro a partir das principais atividades econômicas.
Página 27
O objetivo deste trabalho é organizar as informações sobre o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e sobre suas principais obras, bem como discutir as
vantagens e desvantagens do programa a partir da argumentação baseada em opiniões
diversas. É importante que os alunos percebam que não existe uma única opinião sobre
o tema e saibam argumentar sobre isso.
Páginas 28 - 29
Alternativa d.
14
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
O BRASIL E A ECONOMIA GLOBAL: MERCADOS
INTERNACIONAIS
Leitura e Análise de Mapa e Gráfico
Páginas 30 - 33
1. Sim, há correspondência entre o título e a legenda do mapa. Os “clientes”
correspondem aos principais mercados para os quais o Brasil exporta seus produtos,
enquanto os “fornecedores” correspondem aos principais mercados dos quais o
Brasil importa produtos.
2. Estados Unidos, Argentina, México, países europeus, Japão e China.
3. Os Estados Unidos e o Japão têm grande participação no comércio exterior
brasileiro, com destaque às exportações para o Japão.
4. “Balança comercial” é o termo utilizado para representar as importações e
exportações de um país. Quando o saldo da balança comercial é positivo, significa
que as exportações são maiores que as importações e, portanto, há superávit; quando
o saldo da balança comercial é negativo, há déficit.
5. É importante que você identifique os elementos de argumentação dos alunos. Alguns
podem dizer que, analisando o volume de exportações, o comércio externo é
vantajoso. Porém, ao identificar os principais produtos exportados e o seu valor
correspondente, verifica-se que essa relação torna-se desvantajosa.
6. É importante que o aluno identifique, pelo menos, a dinâmica do comércio exterior
brasileiro.
15
Páginas 34 - 35
A atividade de leitura e análise de texto é uma oportunidade de desenvolvimento da
competência leitora. O aluno terá mais uma oportunidade de desenvolvimento de atitude
metódica no procedimento de leitura, ampliando o vocabulário e exercitando o registro
das informações no próprio texto lido. Espera-se que eles montem um glossário,
apresentando o significado dos seguintes em destaque:
– Barreiras comerciais: barreiras impostas à livre circulação de mercadorias entre os
países.
– Subsídios: ajuda financeira que os governos concedem aos produtores com o objetivo
de ampliar a competitividade de determinados setores da economia nacional.
– Países emergentes: países que apresentam grande crescimento no cenário econômico
e político mundial, tais como o Brasil, a China e a Índia.
– União Europeia: bloco econômico formado por 27 países da Europa.
– Salvaguardas: ressalvas em um acordo comercial que permitem que os países
protejam o mercado para determinados produtos.
– PIB global – Produto Interno Bruto global: soma de todas as riquezas produzidas no
mundo.
1. É uma tentativa de diminuir as barreiras comerciais e alavancar o comércio
internacional, especialmente no que diz respeito à participação dos países
emergentes.
2. A manutenção dos subsídios agrícolas e divergência com relação aos mecanismos de
salvaguarda.
Páginas 35 - 36
1. O Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas) foi estabelecido em 6 de junho
de 2003, mediante a “Declaração de Brasília”. Suas metas principais são aproximar
as posições dos três países em instâncias multilaterais, desenvolver a cooperação
comercial, científica e cultural no âmbito Sul-Sul e democratizar a tomada de decisão
internacional no âmbito de fóruns e organismos internacionais. Os países do Ibas
16
buscam interesses convergentes, como reformar o Conselho de Segurança das
Nações Unidas e mudar a política de subsídios agrícolas praticada pelos países
desenvolvidos. Em função desses objetivos comuns, defendem uma ordem
internacional multipolar, estruturada com maior atenção aos países em
desenvolvimento.
2. A Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foi um acordo proposto pelos
Estados Unidos para 34 nações americanas com o objetivo de criar uma zona de
comércio sem barreiras alfandegárias. Em função de divergências ideológicas com os
Estados Unidos, Cuba não participaria dessa proposta. O principal interesse da Alca
era promover o aumento da entrada dos produtos e serviços norte-americanos no
continente, fato que após longas negociações provocou desconfiança entre os
movimentos sindicais e sociais latino-americanos, que ao temerem a perda de
empregos, se opuseram à Alca. Além das articulações em torno do acordo terem
esbarrado nessas dificuldades, o mesmo foi interrompido em função de divergências
entre os países. Em novembro de 2005, foi realizada a última Cúpula das Américas,
que reuniu os governantes do continente, marcando o fracasso do acordo.
3. O G-20 foi criado em Cancún, no México, em 2003, sob a liderança do Brasil. O G-20
consiste em um grupo formado por mais de 20 países, tanto desenvolvidos como
também, e principalmente, emergentes e em desenvolvimento que lutam por uma
maior liberalização do comércio global.
4. Junto à OMC, o G-20 busca a redução dos subsídios agrícolas que os países
desenvolvidos concedem aos seus produtores rurais, de forma a ampliar a
participação dos países emergentes no comércio mundial de alimentos.
Páginas 36 - 37
Espera-se que os alunos discutam a importância da participação brasileira em questões de
caráter internacional e o seu papel de influência na América Latina e também entre outros países
do Hemisfério Sul. É importante que os alunos identifiquem as iniciativas de cooperação nas
áreas de educação, saúde e tecnologia, entre outras.
Novamente, o mais importante nesta atividade é a avaliação da capacidade de argumentação
dos alunos frente à temática proposta.
17
Página 38
a) Estados Unidos e os países da União Europeia podem ser citados como os que
utilizam subsídios agrícolas. Entre outros produtos, os EUA subsidiam milho, trigo,
soja e suco de laranja. A UE, por sua vez, subsidia principalmente cereais, como o
trigo, milho, além de carne e leite, erguendo barreiras fitossanitárias para impedir a
importação, comprometendo inclusive as exportações de carne brasileira. Na UE,
desde a década de 1960, a existência da Política Agrícola Comum (PAC) garante
subsídios agropecuários para todos os países membros. No interior da UE, a França
se destaca como um dos países que mais defende a manutenção dos subsídios.
b) Existem vários exemplos dos resultados alcançados pela ação brasileira contra os
subsídios, como a vitória do Brasil junto à Organização Mundial de Comércio
(OMC) contra os subsídios norte-americanos para o aço e algodão. Apesar de os
EUA serem o maior parceiro comercial do Brasil, nos últimos anos o governo
brasileiro fortalece seu compromisso com a defesa de um comércio mais igualitário
entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
AJUSTES
Caderno do Professor de Geografia – 2ª série – Volume 1
Professor, a seguir você poderá conferir alguns ajustes. Eles estão sinalizados a cada
página.
13
Geografia – 2a série, 1o bimestre
Etapa prévia – Sondagem inicial e
sensibilização
Inicialmente, apresente as imagens e solicite
aos alunos que compararem os mapas das
Figuras 1, 2, 3 e 4. Estimulando-os a trocar
ideias com os colegas sobre o que conhecem
a respeito dos aspectos retratados, solicite que
identifiquem, de forma aproximada, as localidades
em que vivem e, na sequência, indague
se sua construção iniciou-se ou não durante o
período da economia colonial. Se a resposta
for afirmativa, peça que registrem em seus cadernos
e respondam as questões a seguir:
ffQual atividade econômica impulsionou a
produção inicial da localidade em que vive?
ffNos dias atuais, nas paisagens do lugar ou
região em que vive, é possível observar aspectos
relacionados com a atividade econômica
identificada?
Figura 1 – Brasil: a economia e o território no século XVI. Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil:
disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 35.
Brasil: a economia e o território no século XVI
14
Figura 2 – Brasil: a economia e o território no século XVII. Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil:
disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 37.
Figura 3 – Brasil: a economia e o território no século XVIII. Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do
Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 39.
Brasil: a economia e o território no século XVIII
Brasil: a economia e o território no século XVII
15
Geografia – 2a série, 1o bimestre
Figura 4 – Brasil: a economia e o território no século XIX. Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil:
disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 41.
Brasil: a economia e o território no século XIX
A economia e o território no século XIX
Natal
Fortaleza
Aracaju
Salvador
Vitória
Rio de Janeiro
Santos
São Paulo
Recife
Maceió
São Luis
Belém
Ouro
Preto
Curitiba
Florianópolis
Porto Alegre
Manaus
Cuiabá
Goiás
Paraíba
0 500 km
© HT-2003 MGM-Libergéo
Fonte: baseado em Manoel Mauricio de Albuquerque, Atlas histórico.
Ouro e diamantes
Algodão
Ferrovia
Drogas do sertão e borracha
Limite dos Estados atuais
Cana de açúcar
Mate
Café
Cacau
Fumo
Pecuária
Cidades e vilas
Geo_2a_1bi.indd 15 18/8/2009 09:15:44

Caderno do Aluno de Geografia – 6ª série/7º ano – Volume 1

GABARITO
Caderno do Aluno de Geografia – 6ª série/7º ano – Volume 1
Páginas 3 - 5

1. Sugerimos que você inicie esta atividade orientando a turma para a identificação do
Estado de São Paulo no mapa do Brasil e do respectivo município de residência dos
alunos dentro do Estado. Uma vez localizado o município, por meio dessa atividade
introdutória, os alunos terão oportunidade de exercitar a capacidade de leitura
cartográfica, buscando extrair algumas informações, como as relações de vizinhança,
de extensão e de contiguidade.
2.
a) Com esta questão, os alunos deverão apenas extrair informações diretas do
mapa, ao identificar as unidades da federação brasileira. Resposta correta: O Distrito
Federal e os Estados (Amazonas, Acre, Roraima, Amapá, Rondônia, Pará, Tocantins,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe,
Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
b) Espera-se que os alunos concluam que os Estados brasileiros são divididos em
municípios. No caso do Estado de São Paulo, observa-se a ocorrência de 645 destas
unidades, das quais os alunos deverão escolher três exemplos.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
FRONTEIRAS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
3
Página 5
Essas questões visam ao reforço do que foi estudado em sala de aula. Os alunos
deverão proceder à leitura do mapa político do Estado de São Paulo, identificando o
município de residência e sua relação de vizinhança com outros municípios e unidades
da federação.
Página 6
Nesta atividade, o aluno precisa localizar elementos importantes do seu município e
apresentá-los na forma de texto. É importante que você enfatize a intenção do texto:
apresentar o município para uma pessoa que não conhece a região.
Página 7
1. As cidades de São Paulo, São Vicente, Rio de Janeiro; os rios Tietê, Grande e
Paraná; a Serra de Paranapiacaba, a Serra de Botucatu e a Ilha de São Sebastião.
2. Resposta aberta, dependendo da localização de cada município. Espera-se que o
aluno aplique seus conhecimentos do mapa político do Brasil e do Estado de São
Paulo, já utilizados em atividades anteriores, para poder analisar o documento
cartográfico. A linha do litoral e as margens dos principais rios que percorrem o
Estado podem servir de referências geográficas para facilitar a localização das
informações.
4
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
FRONTEIRAS PERMEÁVEIS
Páginas 9 - 10
1. Chile e Equador. No caso do Chile, historicamente a zona de contato por terra com o
Brasil se estabeleceu através da Argentina, tendo a cidade de Mendoza como ponto
de apoio para a travessia da Cordilheira dos Andes. Ao observar o mapa, os alunos
também poderão traçar um caminho pelo Paraguai e a Bolívia. Para se chegar ao
Equador, o acesso é possível tanto pelo Peru quanto pela Colômbia.
2. Bolívia. Sim, é uma fronteira permeável, com inúmeras interações. No sentido do Sul
para o Norte observam-se grandes cidades, como Corumbá, Cáceres, Vilhena e Rio
Branco, localizadas na faixa de fronteira. Há uma rodovia que liga Corumbá a Santa
Cruz de la Sierra. Mais ao norte podem ser observadas várias cidades gêmeas, como
Brasileia (Acre) e Guajará-mirim (Rondônia).
3. Paraná, pois esse Estado possui inúmeras cidades na zona de fronteira e um intenso
comércio com os países vizinhos, com destaque para a região de Foz do Iguaçu,
responsável por um grande volume de comércio entre os três países. Os alunos
podem citar ainda o Estado do Rio Grande do Sul, que é vizinho da Argentina e do
Uruguai e também possui importantes cidades na zona de fronteira que realizam
trocas comerciais.
Leitura e Análise de Imagem e Esquema
Páginas 11 -13
1.
a) Do Brasil para a Bolívia vão gêneros alimentícios, calçados, confecções e
eletroeletrônicos. Da Bolívia para cá são trazidos borracha, pupunha, madeira,
castanha e gabo bovino.
5
b) Por via terrestre, Porto Velho (Rondônia) e Rio Branco (Acre), comercializam,
principalmente, combustível e gêneros alimentícios. Por via fluvial, Manaus
(Amazonas), que comercializa soja, madeira e eletroeletrônicos.
2.
a) De Tabatinga para Leticia comercializam-se produtos alimentícios, material de
construção, refratários, gás, pescado e peixes ornamentais. De Leticia, os brasileiros
compram gasolina, cigarros, motos, autopeças, joias, eletroeletrônicos, roupas e
verduras.
b) Bogotá.
c) Por meio do transporte marítimo, produtos industrializados da China e dos
Estados Unidos são desembarcados no Porto de Manaus. De lá, essas mercadorias
seguem por via fluvial diretamente para Leticia e, também, para Tabatinga, de onde
são distribuídas para o interior da Colômbia e do Peru.
Páginas 14 - 15
1. Rivera, no Uruguai.
2. É semelhante ao caso de Tabatinga, porque o acesso à sua cidade gêmea também é
terrestre, formando um único espaço urbano.
3. A foto foi tirada no Parque Internacional, local que demarca a fronteira entre os dois
países, apesar de estar no mesmo espaço urbano. Como pode ser observado na foto,
nesse parque há uma intensa atividade comercial.
Páginas 15 - 16
Nesta pesquisa, o aluno, com base nos dados da tabela, precisa observar que, apesar
de Tabatinga inicialmente ter a menor população entre essas cidades, verifica-se um
crescimento médio anual mais acentuado.
6
Página 17
1. O Brasil está localizado na porção centro-oriental do continente.
2. Entre os países mais extensos do mundo, o Brasil é o único localizado, em sua maior
parte (cerca de 90%), na Zona Tropical, não apresentando desertos nem regiões
geladas, como ocorrem na China, na Rússia e nos Estados Unidos.
7
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
ESTUDO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL
DO BRASIL POR MEIO DE MAPAS
Páginas 19 - 22
1. Sugerimos que você inicie esta atividade dizendo aos alunos que o mapa original de
Ptolomeu data do ano 150, e que o exemplar apresentado no Caderno é de 1486 e foi
baseado no mapa de Ptolomeu.
a) Europa, Ásia e África.
b) Pessoas soprando o vento (de fato, deuses do vento). É importante que os alunos
percebam a importância dos ventos para a navegação, uma vez que os navios da
época eram movidos pelas forças dos ventos e das correntes marítimas.
c) Neste caso, o importante não é exatamente a resposta, mas o tipo de inferência
que o aluno fizer dos desenhos presentes nos mapas e dos elementos que eles
representam.
2.
a) Rios, montanhas e parte do litoral.
b) Para auxiliar os alunos na realização da atividade, é importante que você
explique/retome, ainda que em termos gerais, o conceito de bacia hidrográfica, de
modo que os alunos possam, pela leitura do mapa, localizar a Bacia Amazônica e a
Bacia do Prata (identificada no mapa pelo Rio Paraná).
Páginas 23 - 27
1. No caso do Planisfério de Cantino, é possível identificar o traço da Linha de
Tordesilhas, que dividiria as possessões das novas terras e as que porventura fossem
descobertas pela Espanha e por Portugal. Do novo continente já estão delineados,
dentro da precisão da época, o perfil atlântico do Brasil e, de forma bem detalhada,
as ilhas do Caribe. Trata-se de uma carta náutica, na qual é possível observar o rumo
8
da direção dos ventos em toda a superfície representada. No mapa de Lopo Homem
também há os rumos dos ventos, mas o detalhamento das informações da costa
brasileira é muito maior, inclusive com a indicação dos nomes de inúmeras
localidades.
2. As iluminuras complementam as informações mais precisas do mapa com uma série
de aspectos pitorescos como naus, caravelas, cidades, homens e animais, desenhados
de maneira figurativa.
3. Alternativa d. A escolha da alternativa correta decorre da observação das
representações pictóricas do documento cartográfico (mapa Terra Brasilis) e da
análise das referências geográficas do mapa (mais detalhado no litoral).
4. Espera-se que alguns alunos consigam relacionar o mapa Terra Brasilis com o
Planisfério de Wyfliet, analisado na atividade anterior, e identifiquem como pontos
extremos a foz do Amazonas, ao Norte, e a foz da Bacia do Prata, ao Sul, ambas
representadas no mapa por uma bandeira do Império. Assim, apesar de os nomes dos
rios não constarem do mapa, a ideia é que os alunos consigam identificar que os rios
foram limites da expansão neste período.
Página 28
Espera-se que o aluno extraia apenas as fronteiras internacionais e os seguintes rios:
Amazonas, Paraná, Paraguai, São Francisco, Tocantins, Araguaia.
Página 29
Espera-se que o texto contemple o uso que os portugueses fizeram dos mapas em
suas incursões e a importância dos rios como meio de exploração do interior e como
referência na demarcação do território brasileiro.
9
Páginas 29 - 30
1. Padres, bandeirantes e índios.
2. É importante que os alunos percebam que o autor da carta escreve para seus
superiores a respeito do receio de um padre de viajar por alguns lugares onde vivem
índios hostis aos portugueses. Segundo relato do padre, quando houve a tentativa de
aproximação, os desbravadores foram atacados pelos índios, o que exigiu o uso de
armas de fogo. Espera-se que os alunos entendam que a ocupação portuguesa do
interior da América não foi pacífica.
Desafio!
Página 31
Nesta atividade, os alunos têm a oportunidade de transpor informações cartográficas
para um texto. De maneira criativa, eles podem destacar elementos que, na época, eram
considerados exóticos, pontos de referência (acidentes geográficos) e personagens que
possuem relação com o momento histórico.
Página 31
Alternativa b. A escolha da opção correta depende da leitura e interpretação do texto, que
expressa a visão do europeu em relação aos habitantes da América.
10
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
ESTUDO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL POR MEIO
DA LITERATURA: O CONTEXTO CULTURAL
Páginas 33 - 35
1. Os mapas mostram que o processo de expansão territorial do Rio Grande do Sul teve
início em povoados isolados situados na porção sudeste e prosseguiu incorporando a
faixa que atualmente corresponde ao sul do estado. Espera-se que os alunos atentem
para o isolamento da fronteira gaúcha, distante milhares de quilômetros das outras
cidades e de povoados portugueses.
2. As localidades mais antigas, que aparecem no mapa do século XVIII, são: Vila do
Rio Grande de São Pedro, Viamão, Forte Jesus Maria José, Forte de São Miguel e
Forte de Santa Tecla.
Desafio!
Página 36
A linha deve ser traçada no sentido do litoral para o interior, a partir de Porto Alegre.
Páginas 37 - 38
1. Após pesquisar no dicionário, é importante que o aluno compreenda o sentido de
cada palavra no texto.
– Coxilhas: campos com pequenas elevações.
– Vagueavam: andavam sem destino certo.
– Missionários: religiosos cujo objetivo era evangelizar os índios.
– Bandeirantes: exploradores que buscavam minas e aprisionavam os índios para o
mercado de escravos.
11
– Açorianos: colonizadores originários das Ilhas dos Açores, de ocupação
portuguesa.
– Estâncias: fazendas de criação de gado, típicas da região.
– Aldeamentos: povoados organizados por missionários e ocupados por indígenas.
– Mártires: pessoas que sofreram por sustentar suas crenças e/ou ideias.
a) Os indígenas.
b) Os bandeirantes e, muitos anos depois, os açorianos, que deixaram como marcas
da ocupação vilas, igrejas e estâncias, além dos missionários, que chegaram antes e
em parte também eram portugueses.
2. Pampa: planície extensa coberta de vegetação rasteira.
Aguada: lugar nos campos onde os animais bebem água (bebedouro).
Querência: lugar onde alguém nasceu, criou-se ou se acostumou a viver, e ao qual
procura voltar quando dele afastado; lugar onde habitualmente o gado pasta ou onde
foi criado.
Orelhana: refere-se ao gado que não foi marcado.
Potrada: reunião de potros (filhotes de cavalos).
No texto que produzirem, espera-se que os alunos identifiquem os principais
elementos da paisagem do Rio Grande do Sul e relatem como ocorreu a sua
ocupação. Mesmo sendo um texto fictício, é importante que ele contenha esses
elementos.
Página 38
Alternativa a. A questão exige análise e interpretação correta do texto. A alternativa correta
é a única que não foge do assunto tratado no trecho escolhido da obra de Erico Verissimo.
AJUSTES
Caderno do Professor de Geografia – 6ª série/7º ano – Volume 1
Professor, a seguir você poderá conferir alguns ajustes. Eles estão sinalizados a cada
página.
16
Etapa 1 – Leitura e comparação de
mapas da zona de fronteira do Brasil
com seus países vizinhos
Nesta etapa, os alunos terão a oportunidade
de estudar mais detidamente a situação
do Brasil na zona de fronteira internacional,
principalmente a partir de exemplos de cidades
gêmeas, contíguas territorialmente com
outras cidades de países vizinhos.
Para começar a discussão, o professor poderá
apresentar os mapas do grupo de pesquisa
Retis (Figura 1). Caso o colega considere o
tema interessante e queira explorar mais o assunto,
há outras 123 cidades gêmeas, na zona de
fronteira internacional, que são interessantes de
ser analisadas pelos alunos da 6a série. Para isso,
sugerimos a visita ao site deste grupo da UFRJ:
, que disponibiliza um
material bastante rico a respeito da situação do
Brasil nas fronteiras internacionais.
Com base na observação dos mapas e por
meio da consulta ao Atlas geográfico escolar,
sugerimos que os alunos respondam ao
roteiro de perguntas a seguir. O desenvolvimento
desta atividade permitirá ao professor
verificar se os alunos já se habituaram
a utilizar a legenda dos mapas, instrumento
fundamental para a análise das informações
representadas.